Projeto sobre agência de saneamento provoca polêmica em Plenário

Uma discussão inflamada sobre o Projeto de Lei 3.186/09, do governador, que cria agência reguladora dos serviços de á...

19/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Projeto sobre agência de saneamento provoca polêmica em Plenário

Uma discussão inflamada sobre o Projeto de Lei 3.186/09, do governador, que cria agência reguladora dos serviços de água e esgoto no Estado, foi a tônica da Reunião Extraordinária do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na noite desta terça-feira (19/5/09). Deputados do PT, PMDB e PCdoB fizeram discursos contrários à proposição alegando inconstitucionalidade do projeto. Parlamentares da base do governo defenderam a necessidade de implantação da agência para atender a uma exigência da União. O projeto tramita em regime de urgência e já foi analisado, em 1º turno, pelas Comissões de Constituição e Justiça e de Administração Pública.

O deputado Weliton Prado (PT) afirmou que a proposição fere, em muitos pontos, a Lei 11.445, de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Segundo ele, o projeto não aborda, por exemplo, todos os aspectos do saneamento, como limpeza urbana, destinação de lixo e resíduos, drenagem e manejo de águas pluviais. Prado ameaçou acionar a justiça caso o projeto seja aprovado. "Temos que ter muita responsabilidade para analisar esse projeto", advertiu.

Antônio Júlio (PMDB) reclamou da pressa com que o projeto tem sido analisado pelas comissões e indagou o porquê de não ter sido encaminhado à Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte, considerando que "vai elevar as taxas de água em no mínimo 30%". Ele ressaltou a importância da proposição que vai regular todo o sistema de água e esgoto no Estado. "Querem passar por água abaixo", criticou.

Carlin Moura (PCdoB) fez um apelo para que o governador retire o pedido de urgência, para que seja possível discutir melhor a proposição. Como os outros parlamentares da oposição que se manifestaram, ele defendeu a realização de audiências públicas para ouvir principalmente os prefeitos, que em sua opinião, serão os mais prejudicados com as mudanças previstas. "Se aprovarmos no afogadilho não vamos resolver o problema de Minas Gerais, e sim, o do presidente da Copasa", disse, ao aludir à declaração de Márcio Nunes de que com a aprovação do projeto será possível fazer o reajuste deste ano, que foi vetado pela Justiça.

O líder do PT, deputado Padre João, admitiu que é necessária a criação da agência, mas reclamou de erros na proposição. Afirmou que o projeto retira a prerrogativa do município de deter a titularidade do serviço de água e esgoto, e reforçou a necessidade de audiências públicas para debater a matéria. "A iniciativa é feliz, mas nós discordamos de sua forma e conteúdo", justificou.

Em defesa - O deputado Lafayette de Andrada (PSDB) rebateu acusações de que o Regimento Interno da Assembleia estaria sendo desrespeitado para convocar reuniões extraordinárias e acelerar o processo de tramitação. Segundo ele, a proposição está há mais de 40 dias na Casa. Neste aspecto, foi contestado pelo líder do PMDB, deputado Gilberto Abramo, que lembrou que a mensagem é que chegou nesse período, e somente há apenas uma semana teve início a tramitação, a partir da análise da CCJ.

Andrada também ironizou os deputados ao dizer que o Estado tem sido pressionado a fazer a regulação do setor para cumprir exigências do Governo Federal. "Agora que apresentou, é criticado", reclamou. Fábio Avelar (PSC) também defendeu a proposição ao ressaltar a necessidade de se estabelecer diretrizes para regular não apenas a Copasa como todas as outras empresas que prestam serviço de saneamento nos municípios. "O que se procura (com as críticas) é criar condições para postergar a aprovação do projeto", disse.

Aprovação - Durante a reunião, foi aprovado, em 2º turno, o PL 2.324/08, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que autoriza o Poder Executivo a doar ao município de Santa Rita de Caldas um imóvel de 2.047,5 m2 para construção de moradias para famílias pobres. O texto foi aprovado sem novas alterações.

 

 

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