Combate à Aids depende de união entre governo e sociedade

Reforçar a estrutura da Coordenação Estadual de DST/Aids, dar suporte primário aos programas, aproveitar o que já foi...

19/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Combate à Aids depende de união entre governo e sociedade

Reforçar a estrutura da Coordenação Estadual de DST/Aids, dar suporte primário aos programas, aproveitar o que já foi feito com sucesso e não repetir os erros anteriores. Estas foram algumas das sugestões para melhorar a qualidade de atendimento aos infectados e as ações preventivas em Minas Gerais em relação à Aids e DSTs. O tema foi tratado nesta terça-feira (19/5/09) na reunião da Comissão Extraordinária de Políticas Públicas de Enfrentamento à Aids, às DSTs, ao Alcoolismo, às Drogas e Entorpecentes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Além de parlamentares, estiveram presentes representantes da sociedade civil e do governo ligados ao assunto.

O atendimento aos infectados com o vírus HIV foi um dos focos da reunião. "Houve mudança do perfil da doença, que está atingindo mais pobres, mais mulheres e mais heterossexuais. Precisamos mudar também a forma de lidar com ela", disse o deputado Fahim Sawan (PSDB), coordenador da comissão. A deputada Rosângela Reis (PV) ressaltou a complexidade do tema e a necessidade de reorganização dos programas de assistência às doenças. "O objetivo da comissão é apresentar um caminho para políticas públicas de combate a estas doenças", lembrou o deputado Neider Moreira (PPS). Para isso, os parlamentares estão promovendo reuniões com convidados, como forma de traçar um diagnóstico da situação.

O médico infectologista Dirceu Greco disse que nesses 25 anos de epidemia, muitas vitórias foram conquistadas. "O programa de Aids desenvolvido pelo Brasil é conhecido como um dos melhores do mundo. Enquanto isso, patologias como esquistossomose e malária precisam de investimentos e estão descontroladas no País", falou. Ele ressaltou, porém, que muito ainda precisa ser feito. "Não é para reinventar a roda, mas aproveitar e melhorar o que já existe." Ele sugeriu dois focos de atuação: o melhor atendimento aos infectados, que começam a caracterizar-se pela condição social, e o estímulo ao diagnóstico. "Hoje temos mais pobres infectados. Também são muitos os que não sabem que têm a doença."

"Concordo com o Dirceu. Avançamos muito, mas temos que avançar muito mais", falou o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Starling. "As campanhas educativas têm um custo/benefício ótimo para o Estado. A cada R$ 1 gasto, o retorno estimado, em economia, é de R$ 2 a R$ 4. A vacina para a Aids é informação", destacou, lembrando que esta terça (19) marca o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites.

Governo mineiro precisa investir em campanhas durante todo o ano

Para o representante do Fórum ONG/Aids de Minas Gerais, José Henrique Pinto da Silva, campanhas pontuais não resolvem o problema da prevenção e do atendimento aos pacientes. "Tem paciente recebendo remédio fracionado, e também o que não tem nem comida para sobreviver", afirmou. Ele reforçou que é preciso criar um mecanismo de atenção ao indivíduo. "Não queremos só pegar medicamentos, não queremos consultas de apenas cinco minutos. Queremos algo mais humanizado. As ONGs é que fazem muito bem esse papel. Precisamos de investimento do Estado, de parcerias, de pensarmos juntos", disse.

O presidente do Grupo Vhiver, Valdecir Fernandes Buzon, também afirmou que o primeiro passo é discutir o problema em conjunto. Ele pediu que "a coordenação estadual não se desfaça, mas que seja melhorada sua estrutura". Outra solicitação foi a volta da ex-coordenadora Fernanda Junqueira aos trabalhos da Coordenadoria de DST/Aids, ligada à Secretaria de Estado de Saúde (SES). Buzon elogiou a iniciativa da comissão, "que tem o mérito de inter-relacionar os temas Aids, doenças sexualmente transmissíveis e drogas".

"A palavra mágica é articulação", afirmou o coordenador de DSTs/Aids da SES, Raymundo Roja Júnior, que frisou ainda a atenção primária como outro importante foco para melhoria do atendimento dos infectados e da prevenção. Ele apresentou alguns programas da secretaria, entre eles, duas campanhas para prevenção (no Carnaval e em dezembro), a realização do 1º Simpósio Mineiro de Combate à Sífilis e Sífilis Congênita (em dezembro de 2008), e o Projeto Nascer, com o objetivo de prevenir e reduzir a transmissão vertical da Aids.

Presenças - Deputados Fahim Sawan (PSDB), coordenador; Neider Moreira (PPS) e deputada Rosângela Reis (PV). Também participou da reunião o consultor técnico da Sociedade Mineira de Infectologia, João Gentilini Faciani de Castro.

 

 

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