Denúncias contra prefeitura dividem opiniões em Cachoeira de Pajeú

A administração municipal de Cachoeira de Pajeú divide a opinião dos moradores do município do Vale do Jequitinhonha....

18/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Denúncias contra prefeitura dividem opiniões em Cachoeira de Pajeú

A administração municipal de Cachoeira de Pajeú divide a opinião dos moradores do município do Vale do Jequitinhonha. Nesta segunda-feira (18/5/09), o ginásio da Escola Estadual Rio Branco, na cidade, ficou lotado para a audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, marcada para apurar denúncias de perseguição aos servidores municipais por parte do Executivo local. O autor do requerimento, deputado Adalclever Lopes (PMDB), disse que ficou sensibilizado com a situação de opressão da população.

O parlamentar afirmou que recebeu informações de que serviçais das escolas teriam sido transportados em caçamba de caminhão para trabalharem em povoados distantes da sede do município e de que os veículos de transporte escolar estariam cobrando passagem. Além disso, os motoristas estariam se recusando a transportar os servidores da educação considerados adversários do prefeito. Adalclever Lopes também recebeu a denúncia de transferência de serviçais escolares para a limpeza urbana. O parlamentar também afirmou que um motorista de confiança do prefeito teria soltado uma bomba de fabricação caseira perto da mãe do vereador Antônio Messias Santos.

Prefeito nega acusações

O prefeito de Cachoeira de Pajeú, Fábio Ferraz Franco, negou as acusações e atribuiu as denúncias às "disputas políticas que ocorrem em uma cidade pequena". Ele também disse que desconhece os fatos relatados sobre o transporte escolar municipal. Quanto à transferência de servidores da educação para distritos distantes, o prefeito se defendeu dizendo que os servidores não prestaram concurso para trabalhar somente na sede do município. Ele também disse que os serviçais fizeram concurso, em 2001, para serviços gerais, constando no edital, entre suas atividades, a limpeza urbana. Segundo Fábio Ferraz, era comum as pessoas fazerem concurso para essa função - porque as provas eram mais fáceis - e, depois, mudarem de atividade. "Antes havia desvio de função, mas na nossa administração, não!", enfatizou.

Fábio Ferraz Franco também disse que não estava em Cachoeira de Pajeú no suposto episódio das bombas, mas revidou a denúncia dizendo que apoiadores do vereador Antônio Messias Santos teriam agredido um motorista da prefeitura. O prefeito também informou que, em junho, será realizado novo concurso público e que, após as nomeações, os funcionários que hoje estão na limpeza urbana devem retornar às escolas.

O vereador Antônio Messias disse que um servidor municipal estaria carregando bombas caseiras em veículo oficial da prefeitura. Ele confirmou as denúncias mencionadas pelo deputado Adalclever Lopes e disse que os servidores que foram transferidos para os distritos têm que sair de casa às 4 horas da manhã.

Na fase de debates, vários servidores municipais efetivos afirmaram ter sido transferidos após as eleições e relataram episódios de possíveis perseguições pela prefeitura. A ex-vereadora Eliane Dias Rocha disse que na sede do município há professores contratados dobrando turno, enquanto os efetivos foram transferidos para a zona rural e para os distritos.

A defesa do prefeito foi feita pela procuradora do município, Bárbara Kelli Moreira Ramos, e pelo secretário municipal de Administração, Paulo César Matos. Eles afirmaram que as denúncias são infundadas e que o prefeito é responsável pelo progresso do município. O deputado Durval Ângelo (PT) deu o prazo de dez dias para que Eliane Rocha e Bárbara Ramos encaminhem documentos à comissão comprovando suas afirmações.

Progresso - A opinião dos deputados também ficou dividida. Gil Pereira (PP) reforçou que o conflito é político e procurou destacar as obras da administração municipal para melhoria da cidade, como pavimentação asfáltica, calçamentos, aquisição de caçambas e de aparelhos médicos. "Pajeú deu um salto de qualidade na educação, saúde e infraestrutura", concluiu.

Os deputados Durval Ângelo e Carlos Gomes, ambos do PT, reforçaram a importância da interlocução com a sociedade para a busca de uma saída para os problemas. "Após eleito, o governante é representantes de todos, e não só dos que votaram nele", afirmou Carlos Gomes. "A Comissão de Direitos Humanos nunca se omite quando recebe uma denúncia de violação de direitos", concluiu.

Ao final da reunião, foram apresentados diversos requerimentos, que serão votados na próxima reunião, para dar encaminhamento às denúncias de ambas as partes feitas durante a reunião. Os deputados querem mais informações sobre o que foi dito e providências dos órgãos competentes pelas investigações.[

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Adalclever Lopes (PMDB), Gil Pereira (PP) e Carlos Gomes (PT). Também participaram da reunião o delegado regional de Polícia, Alberto Tadeu de Oliveira; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cachoeira de Pajeú, Claudeci Pereira Lima; o presidente da Câmara Municipal, Janilson Pereira; o comerciante Aurécio Ribeiro Miranda; e o comandante do Batalhão da Polícia Militar de Pedra Azul, tenente Kretli.

 

 

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