Moradores de comunidades atendidas pelo Vila Vila serão ouvidos

Desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em vilas e favelas, o programa "Vila Viva", será tema de audiênc...

15/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Moradores de comunidades atendidas pelo Vila Vila serão ouvidos

Desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) em vilas e favelas, o programa "Vila Viva", será tema de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião sobre o assunto será nesta terça-feira (19/5/09), às 14 horas, no Auditório, e foi requerida pelo presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT). O parlamentar pretende ouvir representantes de vilas e favelas da Capital e também da Defensoria Pública, todos com críticas em relação à implantação do programa nas comunidades.

Em outra audiência da comissão, em abril, o Vila Vila recebeu críticas da Defensoria Pública. O defensor Marcelo Ribeiro criticou o programa que, segundo ele, fará a remoção compulsória de mais de 7 mil famílias com o pagamento de indenizações "aviltantes, injustas e que beiram a má-fé". Na opinião dele, o Executivo municipal está apenas "removendo a pobreza da Capital para a Região Metropolitana". Na mesma reunião, o diretor-presidente da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel), Claudius Vinicius Leite Pereira, rebateu informando que os valores de indenização são justos que a política habitacional da PBH é modelo para outras cidades.

Reclamações - Também o defensor público Hélio da Gama e Silva, que vai participar da reunião desta terça-feira, informou que a Defensoria tem recebido reclamações de moradores das comunidades onde o Vila Vila está sendo implantado. Um dos problemas seria que a Prefeitura de Belo Horizonte, para calcular o valor da indenização, só estaria incluindo as benfeitorias, deixando de fora o valor da área. Além disso, o valor pago é motivo de queixas por parte dos atendidos, que o consideram injusto e abaixo do mercado. Isso sem considerar que a PBH só faz o pagamento após a retirada da família, como forma de pressionar a saída. De acordo com o defensor Hélio, a Constituição Federal prevê que a indenização deve ser "justa e prévia".

Outra crítica frequente recebida de moradores diz respeito à falta de critérios adequados para a transferência dos moradores. Apesar de a prefeitura alegar que está desalojando para abrir ruas e avenidas, muitas famílias não concordam com sua saída dos morros, afirmando que moram nesses locais há muitos anos. A PBH, segundo Hélio Silva, tem deslocado muitos moradores para locais distantes das suas comunidades de origem, onde construíram seus vínculos familiares e de amizade, além de, em muitos casos, terem também ali sua fonte de renda.

Página da PBH - De acordo com a página da PBH na internet, o programa já realiza intervenções em seis vilas e favelas - aglomerados da Serra e Morro das Pedras e vilas Califórnia, São José, Pedreira Prado Lopes e Taquaril. As obras atingem cerca de 125 mil moradores dessas áreas, o que representa 25% do total da população de vilas e favelas da cidade. O montante dos recursos para as obras do Vila Viva - R$ 572, 3 milhões - foi obtido junto ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal e por meio de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal.

Ainda segundo o site da prefeitura, a previsão é de que 7.414 famílias sejam removidas nas seis comunidades, sendo que 2.000 já estão vivendo em novos lares. Até o fim das obras, serão construídos 4.130 apartamentos para o reassentamento das famílias nas próprias comunidades. Há ainda a opção de receber o valor da indenização pela benfeitoria da residência ou participar de reassentamento monitorado.

O Programa Vila Viva também engloba ações de promoção social e desenvolvimento comunitário, educação sanitária e ambiental e criação de alternativas de geração de trabalho e renda. Atualmente, afirma a PBH, os seis canteiros de obras do programa empregam diretamente 1.410 trabalhadores. Na Serra 80% dos trabalhadores contratados residem no aglomerado, já no Taquaril, do total de 133 trabalhadores nas obras de urbanização, cerca de 85% mora na própria comunidade.

Convidados - Foram convidados para a audiência pública os defensores públicos do Estado de Minas Gerais, Hélio da Gama e Silva e Marcelo Nicoliello; o coordenador da Rede Favela e Periferia, Alexandre Mello Brandão; os moradores da Pedreira Prado Lopes, Rosilene Nunes Martins; da Vila Antena, Gilberto Francisco Guimarães; da Vila São José, José Otávio; e do Aglomerado da Serra, Cristina Silva de Lima.

 

 

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