Votações do fórum da educação são retomadas na tarde desta 6ª (15)

Garantia de recursos para implementar as metas para a educação; previsão do controle social do cumprimento dessas met...

15/05/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Votações do fórum da educação são retomadas na tarde desta 6ª (15)

Garantia de recursos para implementar as metas para a educação; previsão do controle social do cumprimento dessas metas, com a redução dos prazos para sua execução; e criação do tema "Educação nos sistemas penitenciário e socioeducativo" no Plano Decenal de Educação. Essas foram algumas propostas aprovadas na manhã desta sexta-feira (15/5/09), na plenária final do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação: Desafios da Política Educacional, que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais promove em parceria com várias entidades. Os participantes do fórum sugeriram, ainda, que seja excluído do projeto do Executivo que contém o plano o trecho que prevê a premiação de professores com base no desempenho escolar. A plenária foi interrompida no final da manhã e continua agora à tarde, sob a coordenação da deputada Gláucia Brandão (PPS).

Durante a manhã, os participantes do fórum técnico aprovaram, em bloco, 135 das 250 propostas formatadas pelos grupos de trabalho e outras 115 foram objeto de destaque, o que significa dizer que ainda poderão ser aperfeiçoadas agora à tarde. Entre as propostas que poderão ser modificadas, estão as que preveem eleição direta para as superintendências regionais de ensino; implantação do piso salarial nacional para os professores; e aumento do investimento em educação no valor de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas a cada ano, nos próximos dez anos, sem prejuízo do percentual já previsto em lei.

Fórum reúne sugestões para aperfeiçoar projeto do Governo que tramita na ALMG

A etapa final do fórum, realizada entre esta quarta (13) e sexta, é a conclusão de um processo que busca o aprimoramento do Projeto de Lei (PL) 2.215/08, do governador, que contém o Plano Decenal de Educação e traz as diretrizes das políticas para o setor nos próximos anos. Solicitado pelo deputado Carlin Moura (PCdoB) e pela ex-deputada Elisa Costa (PT), o fórum reunirá sugestões que serão examinadas depois pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da ALMG. Ela está encarregada de dar parecer sobre o projeto, que será votado pelo Plenário e se transformará em uma lei.

Números - A plenária final lota o Plenário da Assembleia, com 172 votantes, entre participantes do interior e da Capital. Os números atestam o grau de participação nas discussões sobre o Plano Decenal de Educação: 198 instituições, 464 inscritos na etapa final e 304 pessoas que integraram os seis grupos de trabalhos em atuação nos três dias do evento, encarregados de formatar o documento final. Para democratizar a elaboração do plano, antes da etapa final foram realizadas várias ações: consulta pública pela internet, iniciativa inédita da ALMG; debate público realizado em março e oito eventos regionais que coletaram mais de mil propostas para aprimorar o projeto.

Originalmente, o plano elencava 11 temas: educação infantil; educação fundamental; ensino médio; educação superior; educação de jovens e adultos; educação especial; educação tecnológica e formação profissional; educação indígena, educação do campo e quilombolas; formação e valorização dos profissionais da educação; financiamento e gestão; e diálogos entre as redes de ensino e sua interação. Já o fórum adicionou o tema da educação no sistema penitenciário e mudou o nome do tema "educação de jovens e adultos" para "educação de jovens, adultos e idosos".

Educação para quem está preso e aceleração para cumprir metas

O PL 2.215/08 foi bastante aperfeiçoado durante o fórum. Exemplo disso foi a inclusão de um tema novo, "Educação nos sistemas penitenciário e socioeducativo", com ações estratégicas e metas. O tema foi sugerido em audiência realizada em Juiz de Fora (Mata). Entre as metas do novo tema, destaca-se a elaboração, em dois anos, em colaboração com a Secretaria de Estado de Defesa Social, de padrões mínimos de infraestrutura para o atendimento educacional adequado, com salas de aula, oficinas, bibliotecas e quadras de esporte nas instituições dos sistemas penitenciário e socieducativo.

Aceleração para executar - A tendência dos participantes do fórum técnico foi acelerar os prazos para o cumprimento das metas do Plano Decenal de Educação, entre eles os relativos à adoção da escola de tempo integral. Outros exemplos: aumentar a taxa de atendimento escolar, na educação infantil, para 100%, em cinco anos, na faixa etária de 0 a 3 anos; e aumentar a taxa de atendimento para 100%, em cinco anos, universalizando o acesso à escola pública na faixa etária de 4 a 5 anos. O PL 2.215/08, na sua forma original, definia como metas: aumentar a taxa de atendimento escolar para 30%, em cinco anos, e para 50%, em dez anos, na faixa etária de 0 a 3 anos; e aumentar a taxa de atendimento escolar para 70%, em cinco anos, e para 98%, em dez anos, universalizando o acesso à escola pública na faixa etária de 4 a 5 anos.

Participantes do fórum querem verba assegurada e controle social das ações de governo

Um item recorrente em todos os temas do plano decenal foi a garantia de recursos orçamentários e financeiros que viabilizem a implementação das metas nos prazos previstos. No capítulo que trata de financiamento e gestão, foi explicitado que o PL 2.215/08 deverá inserir o orçamento correspondente à execução de cada meta, que deverá constar nas leis do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) e do Orçamento, com a obrigatoriedade de sua disponibilização em cada ano fiscal. No segundo semestre de 2009, a Assembleia estará votando tanto o Orçamento quanto a revisão do PPAG 2088-2011.

O controle social do cumprimento das metas está detalhado em itens do capítulo que trata de financiamento e gestão. Entre eles, o que garante que a Secretaria de Estado de Educação (SEE) e as secretarias municipais elaborem, com a participação das escolas, planos anuais de trabalho em consonância com o plano decenal, assegurando o cumprimento de suas metas, sua divulgação antes do início de cada ano letivo e a criação de fóruns permanentes de discussão e avaliação, com representação de todos os segmentos interessados.

Punição - O capítulo que trata da educação superior chega a determinar que sejam responsabilizados do ponto de vista fiscal e administrativo os gestores públicos que não executem a integralidade dos recursos orçamentários destinados à educação, com a perda do mandato nos termos da Lei de Responsabilidade da Educação Superior.

Deputada e participantes destacam democratização do processo

A deputada Gláucia Brandão, que integra a Comissão de Educação, abriu os trabalhos da manhã desta sexta destacando que o fórum viabilizou um debate aprofundado das políticas públicas para a educação entre representantes de todos os segmentos. "As pessoas ficaram discutindo as propostas nos grupos de trabalho até uma hora da manhã. Isso é cidadania e compromisso; faz a diferença na elaboração das políticas públicas voltadas para o bem comum", afirmou. Ela enfatizou também que todos os participantes do fórum são corresponsáveis agora, junto com Governo e Assembleia, pela elaboração do plano e acompanhamento de sua execução.

Durante a manhã, os coordenadores e relatores dos seis grupos de trabalhos que formataram as propostas resumiram as reivindicações. A professora Lívia Maria Fraga Vieira, da Faculdade de Educação da UFMG, destacou que a tendência no grupo que discutiu a educação infantil e o ensino fundamental foi acelerar os períodos previstos pelo Governo para cumprir as metas. Hormindo Pereira de Souza Júnior, professor da UFMG, pontuou que, no grupo de trabalho que discutiu propostas para o ensino médio, a intenção também foi reduzir os prazos.

Rosely Carlos Augusto, da Rede Mineira de Educação do Campo e da Comissão Pastoral da Terra, informou que o trabalho do seu grupo foi tentar garantir, no texto do projeto, a acessibilidade e o direito à diferença, entre outros aspectos. Esse grupo tratou da educação de jovens, adultos e idosos, da educação especial, indígena, do campo e quilombola. Maria Helena Oliveira Gonçalves Augusto, do grupo que discutiu a formação e a valorização dos profissionais, afirmou que a intenção foi preencher lacunas constatadas no PL 2.215/08 quanto à precariedade das condições de trabalho. Esse grupo suprimiu trechos do projeto que tratavam da premiação de professor com base no desempenho escolar.

 

 

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