Aprovação de documento encerra fórum sobre Plano Decenal

Depois de mais de oito horas de discussões, foi aprovado nesta sexta-feira (15/5/09) o documento final do Fórum Técni...

15/05/2009 - 00:04
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Aprovação de documento encerra fórum sobre Plano Decenal

Depois de mais de oito horas de discussões, foi aprovado nesta sexta-feira (15/5/09) o documento final do Fórum Técnico sobre o Plano Decenal de Educação, realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais em parceria com mais de 30 entidades ligadas ao setor. Em três dias de atividades, os participantes aprovaram 250 sugestões que serão entregues à Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, para subsidiar a análise do Projeto de Lei 2.215/08, que contém o plano. No encerramento, o presidente da ALMG, deputado Alberto Pinto Coelho (PP) classificou o documento como "tesouro lapidado" em oito meses, oito encontros regionais por 198 instituições inscritas e 464 participantes na plenária final.

O presidente falou da grande interlocução com a sociedade, enfatizando alguns aspectos do processo, como a instituição pioneira da consulta pública por meio da internet, "embrião de um futuro Parlamento virtual". Para ele, a grande alegria demonstrada por todos os participantes ao final dos trabalhos traduz o poder dessa interlocução. A deputada Gláucia Brandão (PPS), que conduziu os trabalhos da plenária ao longo de todo o dia, mostrou-se emocionada com o retorno dado ao fórum e conclamou os participantes a continuarem mobilizados durante a tramitação do projeto e depois na implantação do Plano Decenal.

O autor do requerimento que deu origem ao evento, deputado Carlin Moura (PCdoB), também destacou a importância da participação, sobretudo das entidades da área de educação, enfatizando o pioneirismo da Assembleia no diálogo com a sociedade. Já a deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM) citou diversos trechos bíblicos que tratam de educação. Em nome das entidades que compuseram a comissão organizadora, Lilian Paraguai, do Sind-UTE, manifestou esperança de que a ALMG faça sua parte, aprovando as sugestões apresentadas.

Propostas mostram preocupação com mudanças imediatas

Garantia de recursos orçamentários para implementar as metas para a educação; previsão do controle social do cumprimento dessas metas, com a redução dos prazos para sua execução; e criação do tema "Educação nos sistemas penitenciário e socioeducativo"; implantação do piso nacional do magistério para os professores da rede estadual; eleição direta para superintendentes regionais de ensino; realização de concursos públicos periódicos para preenchimento de vagas; aumento do investimento em educação no valor de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas a cada ano, nos próximos dez anos, sem prejuízo do percentual já previsto em lei: estas foram algumas das principais propostas apresentadas.

Além dessas foram apresentadas mais cinco propostas novas, no final da discussão do documento do fórum. Quatro foram aprovadas, destacando-se o concurso público em dois anos para psicólogo educacional, fonoaudiólogo, assistente social, psicopedagogo e pedagogo.

Originalmente, o plano elencava 11 temas: educação infantil; educação fundamental; ensino médio; educação superior; educação de jovens e adultos; educação especial; educação tecnológica e formação profissional; educação indígena, educação do campo e quilombolas; formação e valorização dos profissionais da educação; financiamento e gestão; e diálogos entre as redes de ensino e sua interação. Já o fórum adicionou o tema da educação no sistema penitenciário e mudou o nome do tema "educação de jovens e adultos" para "educação de jovens, adultos e idosos".

Detentos - O PL 2.215/08 foi aperfeiçoado com sugestões como a inclusão do tema "Educação nos sistemas penitenciário e socioeducativo". Entre as ações estratégicas, está a de assegurar a oferta de educação aos adolescentes, jovens e adultos vinculados a esses sistemas, em especial nos níveis fundamental e médio e na modalidade profissionalizante. O tema foi sugerido em audiência pública realizada em Juiz de Fora.

Entre as metas do novo tema, destaca-se a elaboração, em dois anos, em colaboração com a Secretaria de Estado de Defesa Social, de padrões mínimos de infraestrutura para o atendimento educacional adequado, com salas de aula, oficinas, bibliotecas e quadras de esporte nas instituições dos sistemas penitenciário e socieducativo. Outra meta é propor à secretaria, também em dois anos, a adaptação das unidades a esses padrões mínimos

A tendência dos participantes foi acelerar os prazos para o cumprimento das metas do Plano Decenal de Educação, entre eles os relativos à adoção da escola de tempo integral. Outros exemplos: aumentar a taxa de atendimento escolar, na educação infantil, para 100%, em cinco anos, na faixa etária de 0 a 3 anos; e aumentar a taxa de atendimento para 100%, em cinco anos, universalizando o acesso à escola pública na faixa etária de 4 a 5 anos.

Participantes querem verba assegurada e controle social das ações de governo

Um item recorrente em todos os temas do Plano Decenal foi a garantia de recursos orçamentários e financeiros que viabilizem a implementação das metas nos prazos previstos. No capítulo que trata de financiamento e gestão, foi explicitado que o PL 2.215/08 deverá inserir o orçamento correspondente à execução de cada meta, que deverá constar nas leis do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) e do Orçamento, com a obrigatoriedade de sua disponibilização em cada ano fiscal.

O controle social do cumprimento das metas está detalhado em itens do capítulo que trata de financiamento e gestão. Entre eles, o que garante que a Secretaria de Estado de Educação (SEE) e as secretarias municipais elaborem, com a participação das escolas, planos anuais de trabalho em consonância com o Plano Decenal, assegurando o cumprimento de suas metas, sua divulgação antes do início de cada ano letivo e a criação de fóruns permanentes de discussão e avaliação, com representação de todos os segmentos interessados.

O capítulo que trata da educação superior chega a determinar que sejam responsabilizados do ponto de vista fiscal e administrativo os gestores públicos que não executem a integralidade dos recursos orçamentários destinados à educação, com a perda do mandato nos termos da Lei de Responsabilidade da Educação Superior. E ainda a inclusão do passe estudantil e de escola experimental na Uemg e UFMG. Na área de valorização profissional, os participantes fizeram algumas mudanças para incluir o Colégio Tiradentes em algumas ações, já que ele tem plano de carreira próprio.

Os participantes também encurtaram os prazos destinados à definição e implementação de padrões de atendimento na educação infantil e nos níveis fundamental e médio. Na educação infantil, o período para essa definição é de dois anos no projeto original do governo, mas o documento final do fórum determina a implementação em até dois anos; no ensino fundamental, a proposta original era de definição em dois anos e, agora, a sugestão é de definir e implementar os padrões em até um ano; e, no ensino médio, o prazo para definição mudou de dois anos para seis meses. Vale lembrar que todas essas sugestões ainda precisam passar pela análise da ALMG para serem efetivadas.

Durante a manhã, os coordenadores dos seis grupos de trabalhos que formataram as propostas resumiram as reivindicações. A professora Lívia Maria Fraga Vieira, da Faculdade de Educação da UFMG, destacou que a tendência no grupo que discutiu a educação infantil e o ensino fundamental foi acelerar os períodos previstos pelo governo para cumprir as metas. Hormindo Pereira de Souza Júnior, professor da UFMG, pontuou que, no grupo de trabalho que discutiu propostas para o ensino médio, a intenção também foi reduzir os prazos.

Depois da aprovação do documento, a plenária votou a composição da comissão de representação, com 41 membros, todos os que participaram da comissão organizadora, entre eles: Associação dos Professores Públicos de Minas Gerais (APPMG), Conselho Estadual de Educação, Federação das Associações de Pais e Alunos de Minas, Fundação de Ensino de Contagem, Secretarias de Estado de Educação, e de Ciência e Tecnologia e universidades. E outros que se inscreveram posteriormente, entre eles: Fórum Mineiro de Educação Infantil, Movimento Negro - Inercom, Rede Evangélica 3º Setor e secretarias municipais de educação de algumas cidade.

 

 

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