Dom Walmor recebe título de cidadão honorário de Minas
Gerais
O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom
Walmor Oliveira de Azevedo, nascido na Bahia, recebeu o título de
cidadão honorário de Minas Gerais na noite desta quinta-feira
(14/5/09), em solenidade realizada no Plenário da Assembleia
Legislativa, sob a presidência do deputado José Henrique (PMDB), 2º
vice-presidente da Casa. O título foi concedido pelo governador do
Estado em 13 de outubro de 2004, a requerimento do deputado Célio
Moreira (PSDB).
Moreira destacou as principais qualidades do
homenageado, que exerce o cargo de arcebispo metropolitano desde
janeiro de 2004, sucedendo a Dom Serafim Fernandes de Araújo no
comando de 261 paróquias mineiras. "Intelectual, mas sobretudo
missionário da fé", "amigo de Minas", "árduo defensor da família e
da vida", foram alguns dos elogios endereçados a Dom Walmor pelo
deputado. Célio Moreira destacou a luta do arcebispo pela reabertura
da Casa de Apoio Nossa Senhora da Conceição, na Lagoinha, para
cuidar de pacientes portadores de HIV, e também forneceu dados
biográficos do religioso.
Dom Walmor nasceu em Cocos (BA) e ficou órfão na
infância. Estudou em Caitité, cidade próxima à fronteira norte de
Minas, e depois veio para Juiz de Fora, onde estudou no Seminário
Diocesano até ordenar-se sacerdote, em 1977. Em 1998 tornou-se bispo
auxiliar em Salvador e em 2004 retornou a Minas para assumir a
Arquidiocese. Por sua extensa obra literária, tornou-se membro da
Academia Mineira de Letras. Seu livro "Na Escola do Salvador", foi
considerado "um tratado de espiritualidade" pelo bispo auxiliar Dom
Aloísio Vitral.
Dom Walmor agradeceu ao governador e à Assembleia
por tê-lo "inscrito nas fileiras dos homens e mulheres de garra que
fizeram a grandeza deste Estado", e revelou suas idas e vindas entre
a Bahia e Minas. "Cheguei aqui pela primeira vez adolescente, cresci
no jeito de ser mineiro, acalentei sonhos, amei as montanhas, sonhei
o que não era. Levei 30 anos nesse aprendizado, mas o jeito de ser
mineiro não foi aprendido com dificuldade", disse ele. Citou trechos
de Guimarães Rosa que ensinam a simplicidade e a profundidade do ser
sertanejo. "O cerrado não é apenas um lugar, mas arquiteta uma
alma", afirmou.
Após a entrega do título de cidadão honorário, que
realizou juntamente com o secretário de Governo, Danilo de Castro, o
deputado José Henrique fez o discurso de encerramento, enaltecendo o
caráter do arcebispo como "referência de bom-senso e compromisso com
as causas sociais" e justificando a homenagem por "sua contribuição
ímpar para o desenvolvimento do nosso Estado e da nossa gente".
Lembrou que Dom Walmor foi pároco em Juiz de Fora de 1977 a 1984, e
que sempre se dedicou à pregação política elevada, em defesa do voto
consciente, do exercício da cidadania e da busca do bem comum.
Compuseram a mesa, além dos já citados, o vereador
Sérgio Fernando, da Câmara Municipal de Belo Horizonte; o reitor da
PUCMinas, Dom Joaquim Mol Guimarães; o bispo auxiliar de Belo
Horizonte, Dom Aloísio Vitral; o presidente da Academia Mineira de
Letras, Murilo Badaró; e o vice-prefeito da capital, Roberto
Carvalho. O coral da PUCMinas se apresentou durante a
solenidade.
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