Caixa Econômica ausente em audiência com mutuários

Críticas à ausência de representantes da Caixa Econômica Federal (CEF) em audiência pública com mutuários marcaram a ...

14/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Caixa Econômica ausente em audiência com mutuários

Críticas à ausência de representantes da Caixa Econômica Federal (CEF) em audiência pública com mutuários marcaram a reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais nesta quinta-feira (14/5/09). O objetivo era abrir a negociação entre a CEF e mutuários de financiamentos habitacionais inadimplentes, que denunciaram à comissão, no último dia 6, o suposto descaso da instituição com as tentativas de um diálogo em busca de uma solução. Sem a presença de interlocutores do banco, a comissão aprovou requerimento de seu presidente, deputado Durval Ângelo (PT), para que a comissão vá então à Superintendência da Regional Centro de Minas da CEF, juntamente com representantes dos mutuários, com a finalidade de obter esclarecimentos da instituição.

Segundo o deputado Carlos Gomes (PT), autor do requerimento para a audiência pública com a presença da CEF, as justificativas apresentadas para a ausência foram que o convite havia chegado à Caixa na véspera e o envolvimento do banco nos preparativos do leilão "Minha Casa, Minha Vida", a ser realizado neste fim de semana, que tem gerado críticas dos mutuários em relação ao banco.

"São 16 mil imóveis retomados pela Caixa e que estão indo à venda no País, sem que os mutuários pudessem negociar uma solução", afirmou a advogada dos mutuários da Caixa Econômica Federal, Isabel Flores. No seu entendimento, a CEF é um órgão do governo que tem um fim social que não está sendo observado, o que foi endossado pela defensora pública federal Giêdra Cristina Pinto Moreira.

"A Caixa é uma empresa pública e como tal também visa o lucro. Mas quanto à questão da moradia, sua função é social", pontuou ela, defensora pública-chefe substituta da União em Minas Gerais. Segundo Giêdra, a Defensoria não recebeu ainda casos relacionados ao descumprimento da nova legislação que garante o direito à negociação em casos de inadimplência, conforme denunciado por mutuários durante a audiência.

Falta de negociação fere a lei e gera bola de neve, denuncia mutuário

Conforme o relato de Maria Madalena de Souza Rezende, que disse estar aguardando a ordem de despejo, a CEF não estaria cumprindo a legislação que garante, desde o último dia 9 de abril, o direito ao mutuário, mesmo que inadimplente, de negociar novos contratos. "Queremos o refinanciamento", defendeu ela.

A mutuária Maristela Fádua Pinheiro de Barcelos acrescentou que essa situação de descumprimento da lei é uma contradição do governo. "Precisamos cobrar do Governo Lula o papel da Caixa de banco público", disse ela, ressaltando a importância de a Comissão de Direitos Humanos estar buscando abrir um canal de diálogo com a Caixa.

A funcionária pública Margareth Dionísia Costa Branco relatou durante a audiência o sentimento de humilhação ao ter sido despejada de sua casa com os três filhos. "A falta de pagamento virou uma bola de neve que cresceu justamente pela falta de uma chance de renegociação", criticou ela.

Comentando o efeito bola de neve nas dívidas do mutuário, a defensora pública federal Giêdra Moreira frisou que o órgão interpôs ação coletiva para assegurar que a CEF continue enviando os boletos para pagamento das prestações mesmo após a terceira parcela em atraso, quando o envio era suspenso. Com a nova medida, os mutuários têm como quitar as próximas prestações sem ter antes que procurar o banco para acertar as anteriores.

]Requerimentos - Foram aprovados ainda outros três requerimentos do presidente da comissão sobre o mesmo assunto. O primeiro é para que seja enviado ofício à presidência da CEF ressaltando a ausência de representação da instituição na audiência pública da comissão. O segundo, para envio das notas taquigráficas da reunião ao presidente da Caixa Econômica Federal, à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Foro da Justiça Federal, à Procuradoria da República, à Defensoria Pública Federal e à Corregedoria da Justiça Federal em Brasília, pedindo providências. O último requerimento é para o envio das mesmas notas, e também das notas da audiência anterior sobre o assunto, à defensora pública-chefe substituta da União em Minas Gerais, Giêdra Moreira.

Presenças - deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Vanderlei Miranda (PMDB); Carlos Gomes (PT) e João Leite (PSDB).

 

 

 

 

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