Construções recentes em APP de Itaúna não têm iluminação

A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais foi à Itaúna, no Centro Oes...

13/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Construções recentes em APP de Itaúna não têm iluminação

A Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais foi à Itaúna, no Centro Oeste de Minas, nesta quarta-feira (13/5/09) para conhecer os detalhes de um impasse que impede a Cemig de ligar energia elétrica em propriedades particulares construídas a partir de 2002, nas avenidas Jove Soares, São João e Walter Mendes Nogueira. De acordo com o deputado Neider Moreira (PPS), autor do requerimento que originou a audiência pública, o impasse é fruto da negativa do Instituto Estadual de Florestas (IEF) em conceder autorização para as ligações, sob a alegação de que as avenidas estão em Área de Preservação Permanente APP). Essa classificação estaria baseada nas resoluções 302, 303 e 369 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que dispõem sobre definições e limites das APPs.

O secretário Urbanístico de Meio Ambiente de Itaúna, Cristiano Dias Carneiro, afirmou que a prefeitura libera todos os pedidos de licenciamento das três avenidas, desde que os lotes estejam em situação regular. "A única observação que faço é que podem esbarrar na legislação estadual, que trata das APPs, e que não é de nossa competência alterar", comentou.

O analista de Meio ambiente da Cemig, Geraldo Eduardo Vieira de Barros Puça, disse que a empresa está cumprindo a legislação quando não liga a luz nessas construções. "Se ligarmos ficaremos passíveis de multa pelo Ministério Público", observou. Já a gerente interina do Instituto Estadual de Florestas, Sirlene Aparecida de Souza, disse que a legislação prevê o mesmo tratamento para as áreas de preservação permanente urbana e rural. "Todas as edificações construídas antes de 2002 podem ter sua regularização ambiental. Mas com relação às construídas posteriormente, não há como liberar, estamos cumprindo o Código Florestal da União", esclareceu.

A promotora de Itaúna, Fernanda Hanigmann, lembrou que existe um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que proíbe ligações de energia elétrica em loteamentos clandestinos. "Talvez haja alguma confusão com relação ao TAC e ele esteja sendo usado em locais indevidos", afirmou a promotora. Na opinião dela, a promotoria não entende como dano ao meio ambiente novas construções nas três ruas, já que elas são completamente urbanizadas.

A analista da Superintendente Regional do Meio Ambiente, Sônia Soares Siqueira, lembrou que a lei abre exceção para construção em áreas de preservação permanentes em três casos: interesse público, interessa social, e nos casos de baixo impacto. Ela sugeriu que esse último caso fosse revisto, ou seja, que os órgãos competentes redefinissem que tipos de obras podem ser consideradas de baixo impacto.

Deputado acredita em solução após reunião entre os órgãos

De acordo com o deputado Getúlio Neiva (PMDB) "se não regulamentarmos as legislações federais ficaremos fora da realidade". Ele comentou que as leis aprovadas fora do Estado não atendem à realidade local, ma sim a interesses de quem as aprovou em Brasília. O parlamentar lamentou ainda que a legislação permita iluminação pública nessas áreas de preservação permanentes mas proíba em propriedades particulares localizadas nelas.

O deputado Neider Moreira afirmou que vai marcar uma reunião com representantes das promotorais de Meio Ambiente, das Superintendências Regionais de Meio Ambiente (Supram's), do Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Ministério Público (MP) e da Cemig, junto com o subsecretário de Licenciamento Ambiental, Ilmar Bastos, para tentar solucionar o problema. Caso não cheguem a um consenso, o parlamentar afirmou que irá realizar uma nova audiência pública para tratar do assunto.

Presenças - Deputados Neider Moreira (PPS); e Getúlio Neida (PMDB).

 

 

 

 

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