Melhoria urgente na educação é tema de abertura em fórum técnico

A necessidade urgente de melhorias na educação do Estado deu o tom nos debates de abertura da etapa final do Fórum Té...

13/05/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Melhoria urgente na educação é tema de abertura em fórum técnico

A necessidade urgente de melhorias na educação do Estado deu o tom nos debates de abertura da etapa final do Fórum Técnico sobre o Plano Decenal de Educação, na manhã desta quarta-feira (13/5/09), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Diante de um Plenário lotado, o 1º-vice-presidente do Parlamento, deputado Doutor Viana (DEM), representando o presidente Alberto Pinto Coelho (PP), destacou que o fórum representa uma oportunidade importante para a busca de propostas capazes de aumentar os índices de alfabetização em Minas, melhorar a educação dos jovens e capacitar os mineiros para o mercado de trabalho.

"Temos a consciência de que a educação é a base do desenvolvimento de um estado e aquele que a negligencia gera uma série de problemas sociais", ressaltou o parlamentar. Ele também destacou a grande contribuição dada pela sociedade em todas as etapas do fórum, seja por meio de sugestões nos encontros regionais preparatórios ou da consulta pública pela internet. "Pela primeira vez lançamos este outro instrumento de participação, assegurando de forma pioneira a participação de qualquer pessoa, e recebemos 212 propostas pela internet".

Durante a abertura, a secretária de Estado da Educação, Vanessa Guimarães Pinto, disse que a discussão em torno do Plano Decenal promovida pela Assembleia é uma oportunidade única para aperfeiçoar a proposta do Governo para a área, e para revelar a direção que a sociedade deseja dar à educação. Ela reforçou que o Plano servirá de bússola para a implementação de políticas e programas educacionais. "A sociedade tem pressa de melhorias, não tem mais paciência de esperar por resultados prometidos e por grandes programas que apontam bons indicadores para um futuro cada vez mais longe".

Promovido pela ALMG em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e movimentos e entidades ligados ao setor, o fórum vai até sexta-feira (15) e visa ao aperfeiçoamento do Plano Decenal da Educação, proposto em projeto de lei do governador que tramita na Assembleia.

Educação ainda reforça ciclo perverso, diz deputado

Autor do requerimento para a realização do fórum ao lado da ex-deputada Elisa Costa (PT), o deputado Carlin Moura (PCdoB) fez, na abertura, um balanço das principais sugestões dadas pela sociedade nas etapas anteriores. Ele criticou a forma como a educação ainda é gerida no País e disse que os indicadores do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) comprovam que o ciclo das desigualdades sociais ainda traz efeitos perversos ao País.

O parlamentar traçou um paralelo com a crise mundial, e disse que o momento põe na berlinda o mito da competência da iniciativa privada sobre a pública, calcado na tese de que todo o lucro vai para as empresas e o prejuízo para o Estado. "Gestores da educação mineira ainda insistem nesse combalida fórmula" criticou.

Carlin Moura destacou ainda que apenas 8% das escolas melhor avaliadas no País pelo Enem são da rede pública, e que, entre 50 piores, duas são da rede estadual de Minas. Disse também que, das cinco melhores escolas do País, segundo o exame, três são particulares. "Como diz a juventude, o ensino público continua aparecendo mal na foto", resumiu. No final de seu discurso, ele alertou que as regiões mais pobres concentram os piores resultados. "A educação continua reforçando o ciclo perverso das desigualdades sociais", concluiu.

Resultados devem ser compartilhados

A coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindiUte), Maria Inez Camargos, adiantou, durante a abertura, que todas as propostas defendidas pela entidade pretendem garantir não só o acesso à educação de qualidade, mas também da permanência do aluno na escola.

Representantes de trabalhadores em educação destacaram, sobretudo, a necessidade de ampliação dos investimentos, tanto na rede física quanto na valorização do professor, com a adoção do piso nacional e a garantia de plano de carreira.

A coordenadora da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação de Minas Gerais, Galdina de Souza Arrais, frisou que somente a melhoria das condições de trabalho podem resgatar a dignidade dos trabalhadores em educação.

A presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Minas Gerais e vice-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Suely Duque Rodarte, defendeu que os resultados colhidos pela sociedade a partir da discussão do Plano Decenal, proposta pela Assembleia, sejam assumidos e compartilhados por todos os segmentos envolvidos no debate. "Estamos dispostos a assumir essa co-responsabilidade, que é fundamental nesse processo", defendeu a dirigente.

Para o subsecretário de Ensino Superior da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Otávio Elísio Alves de Brito, o ensino superior também merece destaque na etapa final do fórum pelo seu importante papel na busca da educação de qualidade. Ele defendeu a articulação das universidades estaduais Uemg e Unimontes com outras instituições de ensino superior públicas e privadas para a definição de uma estratégia conjunta de atuação. Segundo o subsecretário, o compromisso do ensino superior com a qualidade da educação passa por ações como a formação de professores, a educação a distância e a valorização da pesquisa e da extensão, buscando programas de pós-graduação de qualidade.

Pais e alunos defendem gestão democrática da educação

O presidente da União Colegial de Minas Gerais e vice-presidente regional da União Brasileira de Estudantes Secundaristas do Estado de Minas Gerais e Espírito Santo, Flávio Nascimento, destacou, sobretudo, a democratização do Conselho Estadual de educação, a criação de uma rede pública de ensino técnico e a instalação de um campus da Universidade Estadual de Minas gerais (Uemg) em Belo Horizonte como avanços necessários defendidos pelos estudantes.

Para a presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos do Estado de Minas Gerais e da Confederação Nacional das Associações de Pais e Alunos, Yedir Gelape Bambirra, a educação em Minas também não conseguiu atingir níveis desejáveis e precisa sair do CTI. Ela frisou que a gestão democrática da escola, com associação de pais e alunos e grêmios estudantis em toda escola, é o clamor dos pais.

Para Miriam Aprígio Pereira, historiadora e quilombola, diretora da Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais, a democratização da educação passa pelo cumprimento ao direito à educação diferenciada, inclusive previsto em lei. Contudo, a realidade mostra que somente 29% das 430 comunidades quilombolas de Minas têm ensino até a 4ª série e apenas 4% contam com ensino até a 8ª série.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Vilson Luiz da Silva, defendeu educação de qualidade também no campo, capaz de fixar o jovem na área rural e não expulsá-lo para a cidade. "O êxodo rural ocorre talvez por falta de oportunidade de boa educação no campo".

O evento teve continuidade na manhã desta quarta-feira com palestras e debates. No período da tarde, serão formados grupos de trabalho para que as propostas sejam elaboradas e formalizadas.

 

 

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