Socorro aos municípios é tema de pronunciamentos em Plenário

A necessidade de um socorro aos municípios mineiros na conjuntura de crise econômica dominou os pronunciamentos em Pl...

12/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Socorro aos municípios é tema de pronunciamentos em Plenário

A necessidade de um socorro aos municípios mineiros na conjuntura de crise econômica dominou os pronunciamentos em Plenário durante a Reunião Ordinária desta terça-feira (12/5/09) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Parlamentares abordaram ainda o centenário da descoberta da doença de Chagas, o tratamento dado pelo Governo do Estado à questão das terras devolutas e a cobrança de tarifas pela Copasa e Cemig. Durante a reunião, foi lida correspondência do Tribunal de Contas de Minas Gerais informando a existência de vaga naquele órgão em função do falecimento do conselheiro Simão Pedro Toledo, ocorrido no dia 2 de maio.

O deputado Domingos Sávio (PSDB) antecipou sugestão que dará à Comissão Extraordinária para o Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira Internacional para que proponha ao Executivo o fim da obrigatoriedade de contrapartida dos municípios nos convênios para repasse de recursos. "A contrapartida é importante, mas, se for mantida, veremos municípios sem condições de fazer os convênios", afirmou. De acordo com o Sávio, o benefício seria concedido a cidades com até cem mil habitantes e atingiria, sobretudo, repasses de recursos originados de emendas parlamentares.

Outra reivindicação veio do deputado Getúlio Neiva (PMDB), para quem é necessário eliminar também a cláusula da adimplência para que os municípios possam receber recursos do Estado e da União. Segundo ele, isso já ocorreu para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deveria ser generalizado para todos os investimentos. "Prefeitos do Jequitinhonha e Mucuri vão perder R$ 15 milhões em obras de saneamento básico se não for prorrogado o prazo. Eles encontraram as prefeituras inadimplentes e não podem receber recursos", afirmou. Outro empecilho é a falta de projetos, cujos custos não podem ser embutidos no montante de investimentos do PAC.

Neiva argumenta que as empresas foram socorridas com redução de impostos, enquanto os municípios têm tendência de piora em suas finanças, e ainda com redução de empregos pela falta de obras públicas. O parlamentar citou ainda os supostos débitos dos municípios com o INSS, que são descontados sumariamente nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios. Segundo ele, levantamentos apontam dívidas de R$ 35 bilhões da União para com municípios e de R$ 32 bilhões em sentido contrário. "É preciso fazer um encontro de contas e eliminar essas inadimplências", defendeu.

Chagas - Domingos Sávio citou também reunião realizada na Câmara Municipal de Oliveira (Centro-Oeste de Minas), em homenagem ao cientista Carlos Chagas, pelos cem anos da descoberta da doença de Chagas. "Foi um feito histórico para a saúde e que salvou milhões de vidas", afirmou. Nascido em Oliveira, Carlos Chagas descobriu e descreveu a doença em 1909. Domingos Sávio anunciou o requerimento para homenagem semelhante na ALMG. Em aparte, o deputado Carlos Mosconi (PSDB) ressaltou a proeza de Chagas de descrever todo o ciclo biológico da doença com os poucos recursos disponíveis há quase um século.

Parlamentar defende repasse de terras devolutas a agricultores familiares

O deputado Padre João (PT) classificou com um "escândalo" a situação das terras devolutas em Minas Gerais. Segundo ele, a estimativa inicial do Instituto de Terras (Iter) apontava um total de 11 milhões de hectares dessas terras no Estado. "Boa parte nas mãos de grandes empresas ditas reflorestadoras. Há contratos vencidos há dez anos, e as terras não foram recuperadas. Algumas áreas têm eucaliptos há 20 anos e sem nenhum corte", exemplificou. Padre João defendeu que as terras devolutas sejam entregues aos agricultores familiares. Nesta época, segundo ele, esses trabalhadores já estão como escravos nas lavouras de cana do Triângulo Mineiro ou de São Paulo.

Segundo Padre João, há incoerência entre o discurso e a prática do Governo de Minas, que responsabiliza a União pela reforma agrária, mas cria uma secretaria extraordinária para esse fim. "O Iter foi desmantelado e não se dá um destino público às terras devolutas", criticou. De acordo com o deputado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário ainda repassa recursos para o Iter e a Emater, visando à assistência técnica nos assentamentos, o que não está ocorrendo.

Já o deputado Weliton Prado (PT) voltou a criticar as tarifas públicas ao fazer um balanço do trabalho de seu gabinete nessa área. Ele citou o reajuste de quase 10% que seria aplicado nas contas de água e que foi suspenso por liminar concedida em ação de sua autoria. "Estamos entrando com várias ações na Justiça e no Ministério Público contra a cobrança da taxa de esgoto", acrescentou. Segundo ele, a Copasa cobra pelo serviço em 142 cidades, mas apenas 63 têm estações de tratamento do esgoto. Citando reportagem recente, ele lembrou que o Tribunal de Justiça considerou indevida essa cobrança em Montes Claros e determinou a devolução do dinheiro aos consumidores.

"Há cidades com esgoto a céu aberto, com mau cheiro e com a cobrança da Copasa", continuou Prado. Este seria o caso de Joaíma (Vale do Jequitinhonha), onde o serviço é explorado desde 1997. Há ainda, segundo o deputado, contratos atrasados e até mesmo sem validade, diante da falta de uma agência reguladora do setor em Minas. "Vereadores de várias cidades estão encaminhando ao meu gabinete relatos de situações irregulares em suas cidades", afirmou.

Encerrada discussão - A Presidência comunicou ainda o encerramento da discussão, em 1º turno, do Projeto de Lei (PL) 972/07. No decorrer da discussão, foi apresentada ao projeto uma emenda do deputado Délio Malheiros (PV), que recebeu o nº 2. A matéria foi reencaminhada à Comissão de Saúde.

 

 

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