Ausência de distribuidoras de gás em reunião é criticada

Os participantes da audiência pública realizada nesta quinta-feira (7/5/09) pela Comissão de Defesa do Consumidor e d...

07/05/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Ausência de distribuidoras de gás em reunião é criticada

Os participantes da audiência pública realizada nesta quinta-feira (7/5/09) pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais criticaram a ausência dos representantes das empresas distribuidoras de gás de cozinha, que tinham sido convidados para explicar os reajustes dos últimos três meses no preço do produto. O presidente da comissão e autor do requerimento da reunião, deputado Délio Malheiros (PV), disse que essa ausência, que considerou injustificada, prejudicou a discussão.

Alexandre Borjaili, da Associação Mineira dos Revendedores de Gás Liquefeito e Petróleo (Asmirg/BR), questiona o aumento imposto pelas distribuidoras e não vê explicações para os reajustes, considerando o fato de que o preço do petróleo vem caindo. Borjaili afirmou que, com o produto custando até R$ 5 mais caro, foi registrada queda nas vendas de gás ao consumidor final.

Segundo pesquisa realizada pelo Procon Assembleia no mês de abril, a média de preço do botijão gás de 13 quilos é de R$ 37, representando um reajuste de 6,82% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo Borjaili, algumas donas de casa estão trocando o gás de cozinha por latas com serragem para preparar a comida. Ele disse também que causa estranheza o fato de haver uma "harmonia" entre as empresas distribuidoras, pois todas elas estão cobrando a mesma faixa de preço pelo gás.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Transportador e Fornecedor de Gás Liquefeito de Petróleo de Minas Gerais (Sirtgás/MG), Nelson Valentin, sugeriu que o Ministério Público solicite às empresas distribuidoras de gás suas planilhas de custos, para apurar se há razões para os reajustes. Ele fez um apelo para que os diversos órgãos do poder público se mobilizem para resolver o problema. Segundo Valentin, o gás de cozinha está presente em 98,5% dos domicílios brasileiros e o setor é considerado "categoria econômica de utilidade pública".

Aumentos injustificados - O coordenador do setor de pesquisa de preços do Procon Assembleia, Paulo Emílio de Oliveira, informou que o preço do botijão de 13 quilos subiu 26% nos últimos dois anos, índice acima da inflação do período. Oliveira disse que não há nada que justifique esse aumento.

O promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Amauri Artimos da Matta disse que é necessário ter dados concretos para comprovar o aumento de preços e que, para isso, basta que sejam solicitados à Receita Estadual os relatórios dos preços de comercialização do produto que as distribuidoras cobram dos revendedores. O promotor propôs que a comissão, de posse desses dados, realize uma audiência pública para apurar os reajustes de preço e discutir os demais problemas que atingem o setor.

Clandestinos também preocupam revendedores

A alta dos preços do gás é só um dos problemas que preocupam os revendedores. Nelson Valentin, do Sirtgás/MG, disse que os vendedores clandestinos estão prejudicando o setor, pois concorrem diretamente com os revendedores autorizados, que têm licença para exploração da atividade concedida pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Casos de adulteração do peso do botijão e de acidentes domésticos causados por botijões em condições ruins são muito comuns. Valentin também lembrou que a atividade clandestina dá margem à ocorrência de assaltos, praticados por bandidos que se passam por vendedores de gás.

O promotor Amauri Artimos disse que, além da concorrência com os clandestinos, os revendedores também têm que concorrer com as próprias distribuidoras, pois a legislação permite que elas vendam o produto diretamente ao consumidor. O deputado Délio Malheiros considerou importantes as contribuições dos convidados e deve apresentar, na próxima reunião da comissão, requerimentos que contemplem as propostas levantadas durante a audiência.

Presenças - Deputado Délio Malheiros (PV), vice-presidente da comissão. Além dos convidados já citados, participou da reunião o presidente da Associação Mineira dos Revendedores de Gás Liquefeito de Petróleo, Geraldo Magela de Almeida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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