Especialistas esperam aprimoramento do Plano Decenal de Educação

Com mais de mil sugestões de modificações ao Plano Decenal de Educação, feitas em oito encontros regionais e por cons...

08/05/2009 - 00:05
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Especialistas esperam aprimoramento do Plano Decenal de Educação

Com mais de mil sugestões de modificações ao Plano Decenal de Educação, feitas em oito encontros regionais e por consulta pública na internet, representantes do Poder Público, de sindicatos, de associações e da área acadêmica acreditam que as contribuições da sociedade poderão ser aproveitadas para aprimorar o Projeto de Lei (PL) 2.215/08, do governador, que contém o plano.

De quarta a sexta-feira (13 a 15/5/09), a partir das 8 horas, será realizada, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a etapa final do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação: Desafios da Política Educacional, quando especialistas da área e os participantes inscritos debaterão as sugestões do interior e da consulta pública, apresentarão novas modificações e votarão as propostas que farão parte de um documento final, a ser encaminhado à Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da ALMG. O evento será transmitido ao vivo pela TV Assembleia, e estarão abertos dois canais de participação para que a população encaminhe perguntas ou esclarecimentos sobre os assuntos debatidos: pelo telefone 0800-709-2564 ou pelo e-mail forumeducacao@almg.gov.br.

De acordo com o secretário adjunto de Educação de Minas Gerais, João Antônio Filocre Saraiva, a expectativa da Secretaria é de que as discussões durante o fórum técnico e os encontros realizados no interior tenham resultado em contribuições para o aperfeiçoamento do Plano Decenal. "O plano será um instrumento importante para o desenvolvimento da Educação no Estado. Esperamos que não seja mais uma lei guardada no fundo do armário, mas que sirva para dar origem a projetos que realmente contribuam para a melhoria da Educação em Minas", afirma.

No mesmo sentido, a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, Maria Inez Camargos, enfatiza que a expectativa dos profissionais da educação é de que as propostas aprovadas na etapa final sejam efetivamente aproveitadas durante a tramitação do PL 2.215/08. Ela salienta que questões importantes e amplamente discutidas pelos profissionais foram apresentadas nas etapas de interiorização do fórum e considera importante que elas sejam realmente inseridas no texto final do projeto.

Participação popular - O fórum técnico teve início em março e contou com a realização de várias ações que tiveram como objetivo ampliar a participação da sociedade. Foram elas um debate público, oito encontros pelo interior do Estado (Araçuaí, Montes Claros, Governador Valadares, Paracatu, Divinópolis, Juiz de Fora, Varginha e Uberlândia) e - iniciativa inédita - uma consulta pública pela internet para colher contribuições de todos os cidadãos. Na consulta pública, foram recebidas 212 sugestões de 48 municípios, e nos encontros regionais surgiram 790 sugestões de alteração no plano decenal.

O presidente da União Colegial de Minas Gerais, Flávio Nascimento, classifica como um marco para a educação no Estado as discussões sobre o Plano Decenal. Segundo ele, os estudantes vão reivindicar, durante a etapa final, uma política de Estado para a educação, que seja universal e não se altere a cada novo governo, além de uma gestão mais democrática. "Não queremos uma escola excludente, como a Escola Referência, que atende alguns e não todos", afirma. Já a presidente Federação das Associações de Pais e Alunos do Estado de Minas Gerais, Iedyr Gelape Bambirra, considera que, apesar da dificuldade de compreensão de um texto técnico como o PL 2.215/08, o fórum técnico está sendo uma oportunidade para a participação da sociedade nas discussões sobre o Plano Decenal.

Propostas podem corrigir problemas do Plano Decenal

Várias propostas apresentadas nos eventos realizados no interior e por meio da consulta pública podem contribuir diretamente para a correção de alguns problemas existentes no texto original do Plano Decenal de Educação. Essa é a opinião do sociólogo Rudá Ricci, que considera positivas as sugestões trazidas pela população. Segundo ele, existem dois problemas no texto original do plano, que podem ser corrigidos se as propostas forem aprovadas durante a etapa final e se, posteriormente, os parlamentares acatarem as sugestões durante a votação do projeto de lei.

O primeiro problema do texto seria o fato de que as metas são na sua maioria muito genéricas e tecnicamente inconsistentes. Segundo Rudá Ricci, qualquer meta, ao ser elaborada, deve ser definida a partir de indicadores que possam ser monitorados, o que não teria sido observado no caso do Plano Decenal.

O segundo problema seria que o texto não definiu claramente qual a estratégia para a Educação em Minas Gerais. "O Plano Decenal não estabeleceu qual a visão do Estado para o futuro da educação em Minas Gerais", afirma. Para ele, não foi feito um desenho global do que Minas Gerais quer para o futuro da Educação. "Durante a etapa final, pretendo insistir que as propostas aprovadas no documento final corrijam essas duas questões", diz.

Ensino superior - Outra discussão que será feita durante a etapa final do Fórum Técnico vai tratar das metas estabelecidas para o ensino superior. O diretor do Centro de Estudos sobre Ensino Superior e Políticas Públicas para a Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, Jacques Schawartzman, considera que devem ser feitas melhorias no Plano Decenal em relação às metas previstas para o ensino superior. Para ele, é preciso aprimorar os pontos que tratam das universidades estaduais e do papel da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Segundo o professor, o Plano Decenal não explicitou quais são as metas para as universidades estaduais. "Não foi definido, por exemplo, em que direção as universidades devem crescer, em quais regiões do Estado devem atuar e qual a relação delas com as universidades federais e as instituições privadas existentes em Minas Gerais", considera. Para Jacques Schawartzman, também falta um esclarecimento do papel da Fapemig. Segundo ele, é preciso estabelecer onde a Fapemig vai investir nos próximos dez anos.

Etapa final - Além dos especialistas citados acima, outras autoridades ligadas ao setor estarão na ALMG entre os dias 13 e 15 de maio para participar da etapa final do fórum. Entre elas, está a secretária de Estado de Educação, Vanessa Guimarães Pinto, e representantes do Ministério da Educação, de entidades estudantis, de pais e de profissionais. Haverá palestras pela manhã e atividades de grupos de trabalho à tarde, nos dias 13 e 14. No dia 15, será votado o documento final em Plenário e eleita uma comissão de representação.

O fórum técnico está sendo promovido pela ALMG em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e movimentos e entidades ligados ao setor, a partir de requerimento do deputado Carlin Moura (PCdoB) e da ex-deputada Elisa Costa (PT). Seu objetivo é reunir sugestões para aprimorar o PL 2.215/08, que estrutura o Plano Decenal de Educação em 11 temas.

O plano, que está sendo analisado pelos parlamentares e vai se transformar em uma lei, traz a política educacional do Estado para os próximos dez anos. O documento com as sugestões aprovadas na etapa final do fórum será encaminhado à Comissão de Educação, que avaliará a pertinência de incluí-las ou não no projeto.

 

 

 

 

 

 

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