Precárias condições de trabalho são maior causa de acidentes

A Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se reuniu nesta qua...

06/05/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Precárias condições de trabalho são maior causa de acidentes

A Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa de Minas Gerais se reuniu nesta quarta-feira (6/5/09), com representantes de trabalhadores, para discutir a legislação do setor e avaliar os números de acidentes de trabalho no Estado. A reunião foi solicitada pela presidente da comissão, deputada Rosângela Reis (PV). O debate foi realizado em função do Dia Internacional de Luta contra Acidentes e Doenças do Trabalho, comemorado em 28 de abril.

Para a diretora regional de Minas Gerais da Fundacentro - órgão do Ministério do Trabalho e Emprego -, Marta Freitas, a Previdência gasta de R$ 6 milhões a R$10 milhões por ano em decorrência de acidentes de trabalho. Ela avalia que a maioria das causas de acidentes são as precárias condições de trabalho e o próprio risco da atividade, como por exemplo, nos casos de mineração e siderurgia. Segundo ela, o Brasil ocupa o primeiro lugar em doenças causadas por silicoses. Perdas auditivas e transtorno mental também ocorrem em grandes proporções.

Já para o gerente de Saúde do Serviço Social da Indústria (Sesi), Márcio Mussy, 90% dos acidentes de trabalho são ocasionados pelo comportamento inseguro do trabalhador, e 50% estão ligadas às características do próprio trabalho. Na opinião dele, falta informação e conscientização para diminuir esse número, e todos saem perdendo. "O trabalhador perde a saúde temporariamente ou para sempre; a empresa tem que arcar com os encargos; e o governo tem que se estruturar para inserir socialmente o grupo", observou.

O vice-presidente do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho do Estado (Sintest), Edeltrudo Maldonado Moreira, lembrou que, de acordo com princípios básicos da Previdência Social, previstos na Lei 8.213 de 1991, a empresa é responsável pela adoção de medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. Destacou também que é dever da empresa prestar informações sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. Quanto ao empregado, ele informou que também deve dar sua contribuição, tendo atenção e consciência dos riscos que está correndo.

A representante do Centro de Vida Independente, Katia Ferraz, afirmou que o trabalhador deficiente procura a entidade somente depois que sofre algum acidente. "Procuramos nos proteger na legislação, mas não conseguimos", desabafou. Ela lembrou que, depois de um acidente, que deixa um trabalhador paraplégico, a pessoa tem dificuldade de voltar ao mercado de trabalho e fica "entregue ao INSS", denunciou.

Boa parte de deficiências é decorrente de acidentes de trabalho

O deputado Walter Tosta (PMN) destacou que 18% das pessoas com deficiências as adquiriram em acidentes no trabalho. O parlamentar lembrou que ficou paraplégico aos 15 anos de idade em consequência de um acidente de trabalho de terceiros. Na opinião dele, a maioria dos empresários não se preocupa com a reinsercão do deficiente no mercado de trabalho. "Andamos de cadeira de rodas, mas não somos incapazes", enfatizou.

A deputada Gláucia Brandão (PPS) sugeriu que os assessores da Casa estudem a lei 8.213, de 1991 que "Dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência e sobre a contratação de portadores de necessidades especiais" para, posteriormente, promoverem um debate com toda a sociedade. 'Precisamos discutir a questão das mutilações, e promover avanços, como na área da saúde e na reinserção no trabalho.", observou.

A presidente da comissão, deputada Rosângela Reis (PV), disse que este é apenas o primeiro de vários debates sobre o assunto. Ela quer saber também quais as leis que amparam os trabalhadores do mercado informal, o trabalhador autônomo e o rural. "Quando essas pessoas são prejudicadas, a família e a sociedade também são. Vamos continuar com essa discussão e buscar alternativas", finalizou.

Também participaram da reunião o subsecretário do Trabalho, Emprego e Renda da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Fernando Sette Pinheiro; e o consultor e ex-presidente do Conselho Estadual do Emprego, Trabalho e Renda no Estado, Carlos Fabiano Braga.

Presenças - Deputada Rosângela Reis (PV), presidente; deputado Walter Tosta (PMN), vice; deputadas Cecília Ferramenta (PT) e Gláucia Brandão (PPS).

 

 

 

 

 

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