Deputado cobra responsabilidade para enfrentar crise econômica

"A participação dos entes federados é fundamental para enfrentar a crise", afirmou o deputado Sebastião Helvécio (PDT...

05/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Deputado cobra responsabilidade para enfrentar crise econômica

"A participação dos entes federados é fundamental para enfrentar a crise", afirmou o deputado Sebastião Helvécio (PDT) durante a primeira audiência pública da Comissão Extraordinária para o Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira Internacional, nesta terça-feira (5/5/09), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Helvécio apresentou dados do IBGE que mostram a participação das três instâncias nos investimentos públicos, de 1995 a 2003. "Estados e municípios investiram juntos R$ 165 bilhões, enquanto a União compareceu com R$ 45 bilhões", disse. Helvécio pediu aos representantes do governo mineiro presentes o estudo sobre um fundo de equalização da distorção da perda para investimentos em infra-estrutura.

O parlamentar também sugeriu um estudo profundo do descobramento da tabela Price em comparação com a tabela linear. A tabela Price é um método de cálculo das prestações de financiamentos que tem, como os outros sistemas, duas parcelas: uma de amortização e outra de juros. Ao longo do prazo de financiamento, a primeira aumenta e a segunda decresce. Na reunião, com o objetivo de debater os impactos da situação econômica global sobre as finanças dos municípios mineiros, ele pediu propostas mais claras e ousadas para o enfrentamento da crise. Os trabalhos da comissão são um desdobramento do Ciclo de Debates Minas Combate a Crise, realizado em abril pela ALMG, Governo do Estado, BDMG, Fiemg e Diários Associados.

O assessor econômico da Secretaria de Estado da Fazenda, Flávio Riani, apresentou dados sobre a situação das finanças do Minas. "As transferências federais caíram 9,5% em relação ao ano passado", informou. Até março de 2008, foram R$ 682 milhões, contra R$ 617 milhões até março de 2009. A receita estadual teve uma queda de R$ 700 milhões em relação ao montante orçado para o primeiro trimestre de 2008. O coordenador executivo adjunto da Vice-Governadoria do Estado, Iran Almeida, ressaltou o foco do governo na implementação de investimentos públicos e no fomento às economias locais.

Para prefeito de Santa Bárbara, Minas Gerais está perdendo espaço na mineração

Para o presidente da Associação Mineira dos Municípios Mineradores (Amig) e prefeito de Santa Bárbara, Antônio Eduardo Martins, a burocracia ambiental é um dos fatores que contribuem para a diminuição dos índices de exportação do Estado. Segundo ele, Minas Gerais teve uma participação de 45% na queda das exportações brasileiras. "O Pará está avançando. Por quê? Minas tem que fazer uma opção clara pela mineração", disse, lembrando os incentivos do Governo Federal à indústria automobilística.

O deputado Jayro Lessa (DEM) argumentou que Minas Gerais tem que melhorar o processo de licenciamento ambiental, mas discordou do fato de ele ser um entrave à mineração. "A responsável pela maior parte da mineração do País é a Vale, e a maioria de suas minas no Estado estão licenciadas", afirmou.

O diretor jurídico da Federação Interestadual dos Servidores Públicos Municipais e Estaduais, Marcos Alves Penido, falou em nome dos servidores, que ele considera cada vez mais penalizados com as medidas de contenção de despesas dos governos. "Gestão enxuta não pode incidir apenas sobre os servidores públicos", falou. Ele sugeriu que, se os gestores públicos seguirem o que diz a Constituição Federal, é possível fazer uma administração justa dos salários dos servidores. Entre outras medidas propostas por ele, estão o combate à sonegação e a redistribuição da renda para municípios que gastam mais. Para o deputado Antônio Júlio (PMDB), "a única forma de enfrentar a crise é o investimento público". Ele reafirmou as palavras de Helvécio: "o governo tem que ser ousado".

Minas Gerais foi o Estado que mais perdeu receita primeiro trimestre de 2009

"Fomos atingidos em função do nosso modelo de desenvolvimento econômico. Caímos acima da média. Antes, crescíamos também acima da média", disse o deputado André Quintão (PT). "A crise que enfrentamos é do modelo liberal, do estado mínimo e do mercado máximo, mas o deus mercado deu uma banana para todo mundo", disse Carlin Moura (PCdoB). Ele criticou o governo mineiro. "Cadê o pacote para enfrentar a crise em Minas Gerais? Na época das vacas gordas teve o choque de gestão. Cadê o choque de gestão de agora? É hora de mostrar a competência", salientou.

Iran Almeida, da Vice-Governadoria do Estado, afirmou que sempre é possível fazer mais, e lembrou que o governo estabeleceu medidas de curto prazo logo em dezembro de 2008. "Somos o Estado do Sudeste que mais faz investimentos públicos. Eles somam 8% da Receita Corrente Líquida", contou.

Quintão destacou a necessidade de diversificar a economia mineira. "O minério é importante para o Estado, mas não podemos ficar reféns. O desafio é até que ponto podemos diversificar, numa perspectiva mais integrada do Estado", comentou Quintão. Segundo Sebastião Helvécio, Minas Gerais foi o Estado que mais perdeu receita no primeiro trimestre de 2009: 21%. Boa parte disso se deve à queda dos números do setor extrativista, marcado pela exploração do minério de ferro.

Presenças - Deputados Sebastião Helvécio (PDT), coordenador; André Quintão (PT), Antônio Júlio (PMDB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Jayro Lessa (DEM) e Carlin Moura (PCdoB). Também participaram da reunião o superintendente central de Administração Financeira da SEF, Geber Soares de Oliveira; e o diretor da Superintência Central de Planejamento e Programação Orçamentária da Seplag, André Abreu Reis.

 

 

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