Epamig pretende dobrar número de fazendas até
2023
A ampliação do número de suas fazendas de 22 para
40; o desenvolvimento da piscicultura e da floricultura mineiras e
até mesmo a implantação do cultivo de seringueiras no Estado são
alguns dos projetos da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas
Gerais (Epamig). Um balanço das conquistas da empresa desde 2002 e
um panorama do que se pretende alcançar nos próximos anos foram
traçados pelo presidente da Epamig, o ex-deputado Baldonedo
Napoleão, em reunião da Comissão de Política Agropecuária e
Agroindustrial, nesta terça-feira (5/5/09). Realizada no Plenarinho
II da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, a reunião foi
requerida pelo deputado Vanderlei Jangrossi (PP), presidente da
comissão.
A grande realização da Epamig nos últimos sete
anos, segundo Napoleão, foi o verdadeiro renascimento da empresa,
que iniciou este período em total insolvência. A dívida trabalhista
era de R$ 60 milhões, para um patrimônio totalmente penhorado de
aproximadamente R$ 11 milhões. "As dívidas da empresa foram
totalmente quitadas pelo governo entre 2003 e 2008, em um total de
R$ 45,58 milhões. O que se pagou em dívidas vencidas dava para
comprar quatro epamigs", afirmou o presidente da estatal. Segundo
ele, foi possível reduzir a dívida trabalhista, por meio de
negociações, de R$ 60 milhões para R$ 20,7 milhões, e os débitos na
área já foram quitados.
A receita da Epamig passou de R$ 33,9 milhões
(2002) para R$ 88,3 milhões (2008). No início do período, 62% destes
recursos eram gastos com a folha de pessoal. Hoje, esse percentual
caiu para 41%, deixando mais recursos para investimentos e pesquisa.
"O custeio é mantido exclusivamente com recursos próprios. Só o
gasto com pessoal é quitado com recursos do Tesouro do Estado",
afirmou Napoleão.
O saneamento da empresa foi destacado pelo deputado
Domingos Sávio (PSDB), em saudação inicial feita ao presidente da
Epamig. Ele disse se recordar do drama vivido pela estatal. "Houve
momentos em que alguns disseram que a Epamig estava no fim da
linha", afirmou Sávio. Elogios no mesmo sentido foram feitos pelo
deputado Antônio Carlos Arantes (PSC), que também aproveitou a
reunião para cobrar a revisão do Código Florestal brasileiro,
segundo proposta elaborada pela Embrapa, empresa de pesquisa
agropecuária do Governo Federal.
Epamig produziu 1º azeite extra-virgem
brasileiro
Vanderlei Jangrossi destacou, durante a reunião,
uma das mais recentes conquistas da Epamig: a produção, em fevereiro
de 2008, do primeiro azeite extra-virgem do Brasil, no município de
Maria da Fé (Sul de Minas). "Fiquei entusiasmado com o que vi",
ressaltou. Baldonedo Napoleão disse que a empresa possui hoje, no
local, 10 mil oliveiras. E ainda mais importante, a cultura já se
espalha pela região e há produtores com mais de 80 mil
oliveiras.
As inovações buscadas pela Epamig vão além das
oliveiras. Também em Maria da Fé, a empresa tem um projeto de
produção de uvas e vinho. Outras prioridades, segundo ele, são
incentivos à fruticultura e floricultura, a fim de substituir
importações desses produtos para o Estado, que tem áreas com
formidável potencial de cultivo. O mesmo acontece, de acordo com
Napoleão, no setor da piscicultura. "Apenas na região do Vale do
Aço, em um raio de 50 quilômetros, temos dezenas de lagos. Essa
região pode tornar-se um grande pólo de criação de peixes", afirmou
o dirigente.
Até mesmo o cultivo da seringueira vem sendo
pesquisado pela Epamig. Ele argumenta que a produção de borracha
poderia ser uma alternativa mesmo para pequenos e médios produtores,
uma vez que há demanda segura para o produto. Na área da cooperação
internacional, a Epamig é responsável ainda por uma missão a Angola,
para produção de sementes de feijão e milho.
As inovações e técnicas apresentadas por Napoleão
entusiasmaram os deputados e provocaram comentários de Chico Uejo
(PSB) e Carlos Gomes (PT). "Isso nos faz querer sair daqui e buscar
parceiros, prefeitos, associações de municípios para promover uma
grande transformação social em Minas", afirmou Uejo. Carlos Gomes
também ressaltou a necessidade de se divulgar as novidades. "É
preciso que isso chegue para as pessoas: o grande potencial que
temos em nosso Estado", afirmou o parlamentar.
Outra questão ressaltada por Napoleão é a
necessidade de ampliação da Epamig. Ele ressaltou que, atualmente,
não existem unidades da empresa em várias regiões do Estado:
Noroeste, Jequitinhonha, Mucuri, Rio Doce e Pontal do Triângulo. Por
isso, planeja-se ampliar o número de fazendas de 22 para 40, até
2023. "A Epamig tem que crescer, não há mais justificativa para que
isso não aconteça", defendeu o presidente da empresa. Napoleão ainda
destacou outros números, tais como a ampliação do número de projetos
de pesquisa elaborados, de 36 (2002) para 239 (2008); e o aumento do
número de projetos em execução, de 105 (2002) para 338
(2008).
Requerimento - Também foi
aprovado, na mesma reunião, requerimento do deputado Délio Malheiros
(PV) para realização de reunião conjunta com a Comissão de
Administração Pública a respeito do uso de fontes alternativas de
fertilizantes.
Presenças - Deputados
Vanderlei Jangrossi, presidente da comissão; Antônio Carlos Arantes,
vice; Carlos Gomes (PT), Chico Uejo (PSB) e Domingos Sávio
(PSDB).
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