Vara de Execuções Criminais em Neves tem estrutura precária

A falta de estrutura e espaço físico para a Vara de Execuções Criminais da comarca de Ribeirão das Neves foi um dos p...

05/05/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Vara de Execuções Criminais em Neves tem estrutura precária

A falta de estrutura e espaço físico para a Vara de Execuções Criminais da comarca de Ribeirão das Neves foi um dos problemas constatados pelos deputados da Comissão Especial da Execução das Penas no Estado da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em visita realizada nesta terça-feira (5/5/09). Entretanto, algumas melhorias foram verificadas pelos parlamentares, como o aumento do número de servidores e a redução no número de detentos na comarca, além da adoção de medidas para a transferência da vara para outro local.

A juíza da vara, Simonne Andrea Silva, explicou que o Tribunal de Justiça está empenhado em resolver os problemas em Ribeirão das Neves. Segundo ela, dez novos servidores foram nomeados para trabalhar na vara, o que já contribuiu para um aumento na velocidade do fluxo dos processos. "Nós constatamos que houve uma redução no número de presos na comarca de Ribeirão das Neves, sendo que parte dessa redução está diretamente ligada ao aumento na quantidade de servidores", explicou. De acordo com a juíza, atualmente existem 4.590 detentos nas cinco unidades prisionais, sendo que esse número já ultrapassou a casa dos 6 mil presos. Ela destacou ainda a presença de um juiz cooperador na comarca, o que vem contribuindo para a agilidade dos processos.

No entanto, ao percorrer as dependências da Vara de Execuções Criminais e conversar com promotores, defensores públicos e servidores do Judiciário, os deputados constataram a falta de estrutura física do local para atender a demanda da população. Para Durval Ângelo (PT), a situação física do prédio é muito precária e vem contribuindo diretamente para a morosidade da tramitação dos processos. "É preciso uma intervenção urgente, pois não podemos ter servidores trabalhando dessa forma provisória", afirmou. Já o deputado João Leite (PSDB) classificou como preocupante a falta de condições adequadas de trabalho constatada na Vara de Execuções Criminais de Ribeirão das Neves.

Vara deve ser transferida para outro local

Durante a visita, os parlamentares foram informados por Simonne Andrea Silva e pelo diretor de Atendimento Jurídico da Secretaria de Defesa Social, Alexandre Martins, que a Secretaria de Estado de Defesa Social e o Tribunal de Justiça já estão tomando as medidas necessárias para a transferência da vara para um outro prédio. Segundo a juíza, alguns locais estão sendo estudados e existe a possibilidade de alugar provisoriamente um prédio até que um novo fórum seja construído. "O presidente do Tribunal de Justiça já garantiu que a construção de um novo fórum para Ribeirão das Neves é uma das prioridades da sua gestão", afirmou.

A ouvidora-geral do Sistema Penitenciário de Minas Gerais, Marlene Alves de Almeida Silva, lembrou que o secretário de Defesa Social, Maurício Campos Jr., afirmou, em reunião da Comissão Especial da Execução das Penas realizada no dia 24 de março, que até junho será dada uma solução para o problema do espaço físico da vara. Ainda segundo ela, o secretario teria dito que o Estado poderia inclusive arcar com os custos de aluguel do imóvel.

Novo presídio - Já a promotora Gisele Ribeiro de Oliveira afirmou que existe um descompasso nas ações tomadas pelo Executivo e pelo Judiciário. Para ela, enquanto existe uma tendência do Executivo de aumentar o número de detentos em Ribeirão das Neves com a construção de um novo presídio, o Judiciário não consegue aumentar na mesma proporção a estrutura administrativa e física da comarca, o que acaba contribuindo para a morosidade na tramitação dos processos.

De acordo com informações do representante da Secretaria de Defesa Social, Alexandre Martins, através de uma parceria público-privada, uma nova unidade prisional será construída em Ribeirão das Neves com capacidade para cerca de 3.000 detentos. A juíza Simonne Andrea Silva lembrou que quando os novos detentos chegarem será preciso aumentar a estrutura administrativa da Justiça novamente.

Autoridades defendem criação de vara única

Durante a visita, promotores de Justiça, defensores públicos e os parlamentares defenderam a criação de uma vara única de execuções criminais para a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O deputado Durval Ângelo lembrou que, durante a tramitação do projeto que revisou a Lei de Organização e Divisão Judiciárias em 2008, foi aprovada uma emenda parlamentar nesse sentido, mas ela foi vetada posteriormente pelo governador a pedido do Tribunal de Justiça.

"Falta coragem ao Tribunal de Justiça para criar a vara única na RMBH, que iria contribuir em muito para acelerar a tramitação dos processos, além de facilitar o acesso das famílias dos detentos e dos advogados", considerou. A ouvidora-geral Marlene Alves de Almeida Silva afirmou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também é favorável à criação dessa vara única, pois, segundo ela, o grande número de transferências que ocorrem na RMBH contribuem para a morosidade da Justiça. O promotor Rafael Fernandes também se manifestou favoravelmente à criação da vara única.

Defensoria Pública - Durante a visita, os parlamentares também constataram a necessidade de solicitar à Defensoria Pública a designação de servidores para a comarca. Hoje, atuam na Vara de Execuções Criminais dois defensores públicos, que não contam com o auxílio de nenhum servidor. "Muitas vezes nós temos que parar nosso trabalho para realizar tarefas administrativas", explicou o defensor Fábio Eugênio Vieira. Durval Ângelo e João Leite afirmaram que vão entrar em contato com o defensor público-geral para solicitar a designação de servidores para a comarca.

Presenças - Deputados João Leite (PSDB), presidente; e Durval Ângelo (PT). Também participaram da visita os defensores públicos Glaydson Agostinho e Fabiano Torres Bastos; e o delegado regional de Polícia, Hamilton Antônio Figueira.

 

 

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