A intolerância religiosa, sobretudo em relação às
religiões de matriz africana, será debatida pela Comissão de
Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta
quarta-feira (6/5/09). Solicitada pelo deputado Durval Ângelo (PT),
a audiência será às 15h30, no Auditório da ALMG. A reunião antecede
a "Caminhada cultural pela liberdade religiosa e pela paz", que será
realizada no dia 13 de maio, com concentração na Praça Sete, em Belo
Horizonte, a partir das 14 horas.
De acordo com o integrante do terreiro de Candomblé
Ilê Wopo Olojukan, Wilson Keyroga, que solicitou à comissão a
realização da audiência, dois episódios recentes de intolerância
religiosa motivaram o apelo à comissão. Em fevereiro do ano passado,
um terreiro de Contagem foi invadido por policiais militares, sem
mandado policial, a partir de uma denúncia anônima de cárcere
privado. Segundo Keyroga, os locais sagrados foram violados e várias
pessoas foram levadas para a delegacia, quando foi confirmado que a
denúncia era improcedente. Em abril deste ano, um homem encapuzado
invadiu um terreiro de candomblé no bairro Dom Silvério, em Belo
Horizonte, matando uma pessoa e deixando várias feridas.
"Episódios de intolerância religiosa têm ocorrido
em todo o País e vários estados já realizaram caminhadas como a que
faremos em Belo Horizonte. A tendência é que essas manifestações se
tornem um movimento nacional", afirmou.
Convidados - Foram
convidados para a reunião o chefe da Polícia Civil, Marco Antônio
Monteiro de Castro; o comandante-geral da PMMG, coronel Renato
Vieira de Souza; o assessor da Pastoral Afro-Nacional, padre Antônio
Aparecido Silva; o coordenador da Pastoral Regional dos Direitos
Humanos da Igreja Metodista, reverendo Lúcio Mendonça da Fonseca; o
dirigente de terreiro de Candomblé, Tatetu Arabomi; Babalorixá
Sidney Ti Oxossi; o dirigente de terreiro de Candomblé, Manetu Mona
Sinanguê; Yalorixá Nylsia dos Santos; e Ana Iris Teixeira
Silveira.