A Comissão de Participação Popular da Assembleia
Legislativa de Minas Gerais visitará, na tarde desta quarta-feira
(29/04/09), a ocupação Dandara, no bairro Céu Azul, na Capital. Os
deputados querem ver de perto a situação de 1.100 famílias que
ocupam parte de um terreno de 41 hectares. Os acampados lutam na
Justiça pelo direito de permanecerem no terreno, que, segundo eles,
está abandonado há mais de 40 anos. Eles alegam ainda que estão em
situação precária.
A Assessoria Jurídica da PUC Minas informou às
famílias acampadas que a liminar que concedia a reintegração de
posse à construtora Modelo foi cassada. A medida beneficiava a
empresa, que alega ser proprietária do terreno, e implicava no
despejo dos acampados, segundo o MST e as Brigadas Populares, que
coordenam a ocupação. A ocupação Dandara recebe esse nome em
homenagem à companheira de Zumbi, líder do Quilombro dos
Palmares.
Segundo Joviano Mayer, representante das Brigadas
Populares, "existem no local cerca de mil famílias, além de uma
lista de espera de mais de 300 cadastros, o que demonstra o estado
de penúria a que chegou a situação habitacional e econômica de Belo
Horizonte.
Os movimentos sociais que coordenam a invasão
reivindicam que o terreno seja destinado para desapropriação no
modelo rururbano. Ali caberiam mais de 500 famílias com unidades
produtivas de 500 m² cada, o que seria suficiente para cada família
ter uma casa e uma horta.