Órgãos estaduais destacam avanços na política ambiental

Apesar do crescimento expressivo da população em Minas, nos últimos dois anos o percentual de recursos hídricos consi...

16/04/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Órgãos estaduais destacam avanços na política ambiental

Apesar do crescimento expressivo da população em Minas, nos últimos dois anos o percentual de recursos hídricos considerado de boa qualidade no Estado subiu de 27,3% para 28,3%. Ao mesmo tempo, o percentual de águas de má qualidade caiu de 2,5% para 2%. Outro dado animador diz respeito ao desmatamento: a supressão de mata nativa entre 2005 e 2007 foi 23% menor que a ocorrida entre 2003 e 2005.

Essas e outras informações foram prestadas, nesta quinta-feira (16/4/09), à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais por representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), alguns dos órgãos que formam o Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema). A reunião aconteceu a requerimento do presidente da comissão, deputado Fábio Avelar (PSC), e dos deputados Sávio Souza Cruz (PMDB), Almir Paraca (PT), Gil Pereira (PP) e Irani Barbosa (PSDB). Avelar lembrou que esse encontro é realizado a cada dois anos e já virou tradição dentro da comissão. O objetivo é fazer uma avaliação das ações ambientais no Estado nos últimos dois anos e conhecer os projetos e propostas para os dois anos seguintes.

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, falou das conquistas e também das metas do Sisema para os próximos dois anos, como a extinção de 80% dos lixões do Estado até 2011. Os representantes dos órgãos vinculados à sua secretaria (Semad) falaram dos programas em andamento e deixaram os deputados satisfeitos com a política ambiental desenvolvida em Minas. O deputado Fábio Avelar (PSC) comentou que, apesar dos bons resultados apresentados, ainda há muito a ser feito, lembrando que o índice de tratamento de resíduos sólidos, apesar de estar crescendo, ainda é de 46%. A meta para este ano, segundo a gerente-adjunta dos projetos estruturadores e associados da Feam, Denise Bruschi, é chegar aos 50%.

A diretora-geral do Igam, Cleide Pedrosa, lembrou uma informação divulgada durante o Ciclo de Debates Avanços e Desafios da Política das Águas em Minas Gerais, realizado pela ALMG em março deste ano, dizendo que 34 comitês de bacias hidrográficas já foram formados em Minas, e outros dois estão previstos para iniciar suas atividades ainda em 2009. Segundo ela, as ações dos comitês serão fundamentais para o uso mais racional dos recursos hídricos no Estado, garantindo sua disponibilidade para as atuais e futuras gerações. Cleide citou como exemplo a cobrança pelo uso da água das bacias hidrográficas, que deve começar no segundo semestre, atingindo apenas os grandes consumidores, como mineradoras e empresas de saneamento. Os recursos obtidos pela outorga deverão ser aplicados em estudos, projetos e ações na melhoria das próprias bacias.

Ela informou que a qualidade das águas no Estado tem se mantido em nível médio há mais de uma década, o que é uma conquista importante, dado o crescimento populacional. Quanto ao monitoramento das águas superficiais, realizado desde 1997, a diretora informou que o Estado hoje conta com 467 pontos, o que representa 98% da cobertura estadual. Para permitir melhor acompanhamento dessas ações, o Igam passou, desde o ano passado, a elaborar relatórios trimestrais sobre a qualidade das águas.

Secretário apresenta diretrizes ambientais

Respondendo a questionamentos de ambientalistas como Maria Dalce Ricas e Gustavo Malaco, o secretário José Carlos Carvalho disse que os parâmetros ambientais que guiam a ação do Sisema são, entre outros, a conservação do cerrado e da Mata Atlântica; a ampliação das áreas protegidas no Estado; a redução do desmatamento; e a recuperação de áreas degradadas com o reflorestamento de espécies nativas. Ele disse isso devido ao fato de que, segundo o IEF, a estimativa para 2009 é de uma supressão de 51,75 mil hectares de mata nativa contra a recuperação de 17 mil hectares, gerando um índice negativo de 34,75 mil hectares, o que representa a diminuição da cobertura natural nativa.

Nádia Aparecida Silva Araújo, diretora de Áreas Protegidas do IEF, citou que até 2011 a meta é chegar a 400 mil hectares de áreas protegidas criadas. Ela falou que o objetivo de proteger 5 mil hectares entre 2007 e 2008 foi superado em 666 hectares, e que entre 2008 e 2009 o objetivo é chegar a 17 mil hectares. Os resultados parciais desse período mostram que já se chegou aos 6.751 hectares.

Ao final da reunião, o deputado Carlos Gomes (PT) elogiou o trabalho dos técnicos do Sisema, mas alertou que o desmatamento ainda é muito maior que a recuperação, por isso as ações de recomposição da mata e de fiscalização precisam ser intensificadas. Ele criticou ainda o alto índice de lixões no Estado. Segundo a Feam, o objetivo até 2011 é fazer a disposição final adequada de 60% dos resíduos sólidos urbanos.

Comissão vai debater resíduos das indústrias

A comissão aprovou diversos requerimentos do deputado Fábio Avelar. O primeiro pede a realização de uma audiência pública para debater com convidados a questão dos resíduos das indústrias mineiras, como pilhas de areia de fundição, terra misturada com óleo, barros originados da produção de cerâmica e outros que, segundo o parlamentar, estão sendo lançados na natureza sem qualquer cuidado. Segundo ele, várias empresas estão sendo investigadas por suspeita de estarem dando destinação inadequada a seus resíduos.

Outro requerimento do presidente da comissão é para a realização de uma audiência pública para discutir atividades supostamente irregulares na região da Pampulha, em Belo Horizonte. O deputado recebeu uma correspondência assinada por cerca de 30 associações de moradores da região alertando para a possibilidade de criação de uma feira de veículos no estacionamento do Mineirão aos sábados, semelhante à que acontece aos domingos no local. Segundo essas entidades, a feira dominical sequer é licenciada pela Prefeitura de Belo Horizonte e a Ademg, entidade responsável pelo evento, já foi notificada para interrompê-lo em 2006, 2007 e 2009, mas não obedeceu. O deputado Irani Barbosa (PSDB) questionou se a feira de veículos provoca mais impactos ambientais do que jogos ou eventos musicais no entorno do estádio. Avelar respondeu que o debate foi pedido exatamente para que todas essas questões sejam levantadas e para que se possa buscar uma solução para o problema.

O terceiro requerimento do deputado é para que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) formalize sua decisão de não autorizar o pouso de aviões de grande porte no Aeroporto da Pampulha. Fábio Avelar disse que soube pela imprensa dessa decisão, e por isso decidiu pedir a manifestação formal da agência.

A comissão aprovou ainda um requerimento assinado por Fábio Avelar e pelo deputado Délio Malheiros (PV). Eles pedem a realização de uma audiência pública para debater o Decreto 6.640, de 2008, que dispõe sobre a proteção das cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional. Em sua justificativa, os parlamentares alegam que diversas regiões mineiras serão afetadas pelo decreto, que retira a proteção de 70% dessas formações, que passam a ser consideradas de baixa relevância, podendo, portanto, sofrer impactos ambientais por parte de empreendedores sem a necessidade de qualquer contrapartida.

Presenças - Deputados Fábio Avelar (PSC), presidente; Carlos Gomes (PT) e Irani Barbosa (PSDB).

 

 

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