Comissão de Educação discute impasse sobre horta em escola

Representantes do governo estadual, de comunidades das regiões Norte e Nordeste de Belo Horizonte e de entidades liga...

16/04/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão de Educação discute impasse sobre horta em escola

Representantes do governo estadual, de comunidades das regiões Norte e Nordeste de Belo Horizonte e de entidades ligadas à segurança alimentar discutiram nesta quinta-feira (16/4/09), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, uma saída para o impasse em torno do programa Nossa Horta, desenvolvido pelo Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu (Comupra). O assunto foi debatido em audiência pública realizada pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, por requerimento do deputado Carlin Moura (PC do B).

O Comupra mantém, desde 2003, uma horta comunitária dentro da Escola Estadual Bolívar Tinoco Mineiro, no Ribeiro de Abreu, bairro situado entre as regiões Norte e Nordeste da capital. No ano passado, a Secretaria de Estado de Educação notificou a associação comunitária para que deixe o local. Segundo a secretaria, a ocupação de parte da escola pela horta é irregular e o espaço é necessário para a ampliação do atendimento aos alunos. Como não houve desocupação, o processo foi enviado à Advocacia Geral do Estado, que analisa o caso.

Acordo - O deputado Carlin Moura disse que a Comissão de Educação vai mediar a busca de um acordo entre a secretaria e o Comupra, para evitar a suspensão do Nossa Horta. Ele sugeriu que os dois lados elaborem minutas de um possível convênio para regularizar a situação do programa. "Temos de achar uma saída viável, uma saída plausível, que preserve o interesse público e o interesse da comunidade", afirmou o deputado. Carlin Moura comprometeu-se, ainda, a enviar um pedido à secretária de Educação, Vanessa Guimarães, para que ela suspenda, na Advocacia Geral do Estado, o pedido de desocupação do espaço.

O deputado Wander Borges (PSB) lembrou que a horta funciona dentro de um espaço público, mas é administrada por terceiros, o que impõe o estabelecimento de regras de funcionamento. "Precisamos encontrar um modelo que atenda a comunidade, atenda a escola e esteja estritamente dentro da lei", declarou Wander Borges.

Participantes destacam papel da agricultura urbana

O presidente do Comupra, Itamar de Paula Santos, disse que o uso do espaço onde funciona a horta foi cedido pela Superintendência Regional de Ensino Metropolitana A. "Nós não invadimos a escola, nós fomos convidados a entrar pela porta da frente", afirmou. Ele reclamou de falta de diálogo por parte da Secretaria de Estado da Educação.

A manutenção da horta no local foi defendida também pelo secretário executivo do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, Edmar Gadelha; pela professora de direito agrário Delze dos Santos Laureano; pelo representante da empresa Jota Desenvolvimento Sustentável, Marcos Luiz da Cunha Jota; pela representante da Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas, Ana Barros; e pelo vereador de Belo Horizonte Preto do Sacolão (PMDB). Alguns deles destacaram a importância da agricultura urbana para a segurança alimentar e a saúde da população. A horta produz hortaliças e ervas medicinais.

A comunidade local foi representada por uma das trabalhadoras da horta, Geralda Rodrigues. Ela relatou os benefícios que o trabalho trouxe a sua vida. "Eu amo aquela horta, ela é tudo para mim. Aquela horta não pode acabar", disse.

Diálogo - A superintendente regional de Ensino da Secretaria de Estado de Educação, Elci Pimenta Santos, afirmou não haver registro, na Superintendência Metropolitana A, da cessão do espaço da escola à associação comunitária do bairro Ribeiro de Abreu. Ela disse não ter nada contra a iniciativa, mas destacou a necessidade de desocupação de pelo menos uma sala utilizada pelo programa Nossa Horta, para ampliar o atendimento aos alunos. Elci negou a falta de diálogo mencionada pelo presidente do Comupra. Segundo ela, foram realizadas diversas reuniões com a associação.

A diretora da Escola Estadual Bolívar Tinoco Mineiro, Cleuza Lourenço Linhares, disse que a horta não serve à própria escola e que servidores precisam pagar para consumir hortaliças produzidas no local. "Da maneira que as coisas estão sendo feitas, não podem continuar", afirmou.

O procurador Valmir Peixoto Costa, que representou a Advocacia Geral do Estado, preferiu não entrar no mérito da discussão, mas lembrou que qualquer uso do espaço público por terceiros deve ser regularizado.

Cerca de 50 pessoas, a maioria do bairro Ribeiro de Abreu, compareceram à audiência pública.

Presenças - Deputados Carlin Moura (PC do B) e Wander Borges (PSB).

 

 

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