Economista acredita em recuperação da economia dos EUA só em 2010

A economia americana só vai começar a dar os primeiros sinais de recuperação a partir do primeiro trimestre de 2010. ...

14/04/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Economista acredita em recuperação da economia dos EUA só em 2010

A economia americana só vai começar a dar os primeiros sinais de recuperação a partir do primeiro trimestre de 2010. A previsão é do ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC), Paulo Vieira da Cunha, que participou, na tarde desta terça-feira (14/4/09), do Ciclo de Debates Minas Combate a Crise, organizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais em parceria com Governo do Estado, BDMG, Fiemg e Diários Associados.

Ao traçar um panorama internacional da crise econômica, Paulo Vieira da Cunha mostrou-se especialmente preocupado com a situação do desemprego nos Estados Unidos, país que já perdeu mais de 5 milhões de postos de trabalho desde o ano passado, quando a crise eclodiu. Atualmente a taxa de desemprego nos EUA é de 8,5% da população economicamente ativa, índice que, segundo Paulo, deve chegar a 10% em breve.

O economista traçou um histórico da crise e alertou para a queda da participação dos bancos tradicionais no sistema financeiro americano. Em 1981, tais bancos representavam metade do sistema. Hoje, são apenas um terço. "Essas instituições perderam espaço para fundos de pensão, financeiras e investidores. O problema é que esses novos participantes do jogo econômico não encontraram mecanismos de regulação eficientes. O mercado se autorregulou" explica.

O ex-diretor do BC apontou ainda problemas importantes a serem superados pelo americanos. O primeiro deles é a falta de confiança, num cenário marcado por incertezas. "Os bancos, por exemplo, não confiam nem em seus próprios balanços. O FED (Banco Central dos Estados Unidos) já está intervindo, dando garantias a muitos negócios. Ainda assim, a recuperação vai ser lenta", afirma o especialista.

Em defesa da redução da taxa de juros

Opinião semelhante tem o ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda e presidente da Gávea Investimentos, Amaury Bier, que, entretanto, acredita ser um tanto otimista a previsão de recuperação americana a partir de 2010. Para ele, a tese de que o Brasil tem se saído melhor que outros países em relação à crise não é totalmente verdadeira.

Amaury elogiou a redução da taxa básica de juros anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), mas defendeu uma política ainda mais agressiva do órgão. "Outros países têm feito o mesmo. Turquia, Arábia Saudita, Coréia e Índia, por exemplo, já baixaram muito mais que o Brasil".

Ao apresentar um quadro individual com os países, Amaury Bier disse que México, Japão e Europa Central (países fora da Zona do Euro) apresentam situação mais preocupante. "O México, por estar tão perto dos Estados Unidos e ter economia dependente do vizinho; o Japão, por ter um quadro grave de deflação, sistema financeiro pouco flexível e população com envelhecimento acelerado", explicou.

 

 

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