Debate será aberto com panorama da crise no Brasil e no
mundo
A crise econômica no Brasil e no mundo será o tema
das discussões do primeiro dia do Ciclo de Debates Minas Combate
a Crise, que vai reunir personalidades da política e dos
negócios nesta terça e quarta-feiras (14 e 15/4/09), no Expominas
(Av. Amazonas, 6.030, Gameleira), em Belo Horizonte. O evento é
promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Governo do
Estado, BDMG, Fiemg e Diários Associados. Foram recebidas 869
inscrições para o primeiro dia e 843 para o segundo. A programação e
outras informações estão disponíveis no site www.almg.gov.br/minascombateacrise.
A abertura será às 9 horas desta terça (14), com as
presenças do governador Aécio Neves; do presidente da ALMG, deputado
Alberto Pinto Coelho (PP); do presidente da Fiemg, Robson Andrade; e
do diretor-presidente do jornal Estado de Minas, Álvaro
Teixeira da Costa. O convidado de honra da solenidade é o
ex-governador mineiro Rondon Pacheco (1971-1975), que atualmente
integra o Conselho de Administração do BDMG. O primeiro painel, às
10 horas, terá como expositor o presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles. Ele vai falar sobre a crise internacional, seus
efeitos no Brasil e as perspectivas para superar o atual momento
econômico.
Transmissão ao vivo - O Minas Combate a
Crise será transmitido ao vivo pela TV Assembleia (em BH, no
canal 11 da TV a cabo) e poderá ser acessado, em tempo real, no site
www.almg.gov.br e no Portal Uai. O endereço eletrônico
combateacrise@almg.gov.br estará disponível, durante o evento, para
quem quiser enviar perguntas por e-mail aos participantes.
Presidente da ALMG destaca oportunidade de
avaliação detalhada da crise
O presidente Alberto Pinto Coelho ressalta que o
debate, reunindo autoridades governamentais e dos principais setores
da economia, será a oportunidade de fazer uma avaliação detalhada da
crise no Brasil e em Minas. "A economia brasileira está sustentada
em bases sólidas e o País sabe enfrentar dificuldades. Minas, por
sua vez, está com as finanças muito bem administradas, o que nos
favorece. Temos de combater a crise com propostas concretas e
realistas. A Assembleia mostra, mais uma vez, que está atenta aos
interesses maiores de Minas e do País."
Na opinião do presidente da Fiemg, Robson Andrade,
a gravidade da crise e suas conseqüências sobre a produção e o
emprego exigem mais que ações pontuais. "O ciclo de debates será
abrangente em seu objetivo de contribuir para complementar as
medidas adotadas até agora pelo Governo Federal, que se mostram
insuficientes", afirma.
Programação da tarde - Na
tarde desta terça (14), dois painéis vão abordar a situação da
economia global e a do Brasil. O ex-diretor de Assuntos
Internacionais do Banco Central e diretor de Pesquisas do Tandem
Global Partners, Paulo Vieira da Cunha, vai traçar, às 14 horas, um
panorama da crise no mundo. Em seguida, vai debater o assunto com o
ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda e presidente da
Gávea Investimentos, Amaury Bier. O panorama da crise no Brasil
ficará a cargo do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, às
16h30. Ele vai discutir o tema com a professora da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Sulamis Dain.
Minas é o foco dos debates no segundo dia, com José
Alencar e Anastasia pela manhã
Na quarta-feira (15), o Ciclo de Debates Minas
Combate a Crise vai analisar a situação do Estado e propor
soluções. A abertura dos trabalhos será às 9 horas, com o
vice-presidente da República, José Alencar, e o vice-governador de
Minas, Antônio Augusto Anastasia. O segundo dia terá, ainda, três
painéis. O primeiro, às 10 horas, será sobre o panorama da crise no
Estado; no segundo, às 14 horas, os expositores vão fazer uma
análise da economia mineira por setores; e, no último painel, às
16h30, serão discutidas sugestões para superar a crise.
Os expositores do painel da manhã são o professor
Clélio Campolina Diniz, da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), e o presidente do Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Tadeu Morais de Souza. O
debatedor é o diretor do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, que
considera que o evento vai contribuir para aumentar o grau de
consciência do País sobre a crise. "Ao contrário do Governo Federal,
que tem exagerado no otimismo, em Minas temos a Assembleia, junto
com o Governo do Estado e a Fiemg, mostrando que a crise existe e
que tem que ser debatida."
Programação da tarde - Às
14 horas, os expositores são o presidente do Conselho de
Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter; o
diretor-presidente do Grupo Fiat na América Latina, Cledorvino
Belini; e o secretário de Estado de Agricultura, Gilman Viana.
O último painel, das 16h30, terá como expositores o
secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Sérgio Barroso; o
presidente do BDMG, Paulo Paiva; o presidente do Conselho de
Administração da Usiminas, Wilson Brumer; e o coordenador da
Comissão Extraordinária para o Enfrentamento da Crise
Econômico-Financeira Internacional da ALMG, deputado Sebastião
Helvécio (PDT). Na avaliação de Paulo Paiva, não é possível prever a
extensão da crise, mas "cada um deve fazer a sua parte para tentar
suavizá-la".
Propostas serão analisadas por comissão
extraordinária da ALMG
As propostas elaboradas durante o ciclo de debates
serão analisadas posteriormente pela Comissão Extraordinária para o
Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira Internacional da
Assembleia Legislativa. Algumas poderão se transformar em projetos
de lei destinados a minimizar os efeitos da crise em Minas. Criada
em 17 de março, ela tem como coordenador o deputado Sebastião
Helvécio, para quem a preocupação maior deve ser a população. "Vamos
tentar identificar quais instrumentos podem fazer com que as pessoas
sejam menos atingidas pelos impactos da crise", destaca. As reuniões
da comissão extraordinária serão semanais.
Números - A crise afetou
de forma global as economias de Minas e do Brasil, conforme
demonstram os números do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo
IBGE. O PIB mineiro ficou estagnado no quarto trimestre de 2008.
Cresceu 0,04%, em comparação com o mesmo período de 2007. Para se
ter idéia dos efeitos da crise, o quarto trimestre de 2007 havia
registrado crescimento de 7,69%, em relação aos três últimos meses
do ano anterior. O PIB brasileiro também foi afetado. No quarto
trimestre de 2008, a elevação foi de 1,27%, em relação a igual
período do ano anterior. O resultado é bem inferior aos 6,14% dos
três meses finais de 2007, na comparação com 2006. Confira outros
números:
* A indústria foi um dos setores mais atingidos da
economia mineira, segundo IBGE e Fiemg. A produção industrial do
Estado cresceu 1,6% em 2008, mas o desempenho poderia ter sido
melhor, não fossem os resultados de novembro e dezembro, que
registraram quedas de 22% e 27,1%, respectivamente, em relação aos
mesmos meses de 2007.
* O Orçamento do Estado para 2009 estima receita de
R$ 40,8 bilhões. O cálculo, no entanto, foi feito com base na
expectativa de crescimento de 5% para este ano. Agora, a previsão é
de crescimento zero, o que forçará a revisão da receita estimada,
formada principalmente pelo ICMS. De acordo com a Secretaria de
Fazenda, a arrecadação do ICMS em janeiro deste ano foi 3,67%
inferior à do mesmo mês de 2008. Em fevereiro, a queda foi de 7,92%,
na comparação com fevereiro de 2008.
* Em fevereiro deste ano, o Fundo de Participação
dos Municípios (FPM), repassado pelo Governo Federal, caiu 13% em
relação ao mesmo mês de 2008 e 7% em relação a janeiro de 2009.
Historicamente, o repasse do FPM costuma subir em fevereiro na
comparação com janeiro. O fundo representa, em média, 50% da
arrecadação total das cidades com até 50 mil habitantes. Em Minas,
elas são a grande maioria: 789, num universo de 853.
* De setembro a dezembro de 2008, foram fechados
179 mil postos de trabalho em Minas, segundo o Cadastro Geral de
Emprego e Desemprego (Caged). O IBGE registrou elevação da taxa de
desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que
passou de 5,2% em novembro de 2008 para 6,4% em janeiro de 2009. No
período de outubro a fevereiro, o único setor do Estado que teve
crescimento na oferta de empregos foi o comércio. Todos os demais
tiveram desempenho negativo, com destaque para a indústria de
transformação e a agropecuária.
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