IMA garante posição do Estado como exportador de carne
bovina
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) tem
realizado um trabalho de defesa sanitária animal e vegetal com
normas internacionais nos últimos anos e acaba de ser reequipado com
veículos e equipamentos informatizados. Além disso, o pessoal,
aprovado em concurso público, está sendo treinado para reforçar seus
quadros. Essa realidade positiva foi trazida ao conhecimento dos
deputados da Comissão de Agropecuária e Política Agroindustrial por
dois dirigentes do Instituto: Pedro Hartung, diretor técnico, e
Nataniel Diniz Nogueira, gerente de Defesa Sanitária Vegetal.
O presidente da Comissão, deputado Vanderlei
Jangrossi (PP), foi o autor do requerimento que pediu a presença do
IMA, e apresentou suas preocupações aos convidados a respeito do
risco da entrada de pragas provenientes de outros estados. Hartung
respondeu que um dos instrumentos mais eficazes contra a entrada de
pragas quarentenais é o controle de trânsito e que o órgão agora
estava com suas 18 barreiras informatizadas com equipamentos capazes
de controlar simultaneamente vários dados sobre cada animal: origem,
destino, vacinas, peso, idade, sexo, etc.
Para ele, o aumento das apreensões de carne não
significa que o produtor está evitando o gasto com as guias de
transporte animal (GTAs). "As guias custam apenas R$ 0,97. As razões
que levam o produtor a arriscar-se a transportar animais sem guia
são de ordem tributária", explicou.
Questionado pelo deputado Carlos Gomes (PT) sobre a
razão pela qual carnes de boa qualidade são apreendidas e
destruídas, e não enviadas para instituições de caridade, Hartung
esclareceu que uma carne sem documento de origem é supostamente
prejudicial para a saúde humana. Pode vir de um boi que morreu de
doença, e não foi abatido, e pode contaminar as pessoas com
brucelose, que é uma doença sem cura. Assim, a ordem é
incinerar.
Agricultura deve sentir a tesoura dos
cortes
Já o deputado Antônio Carlos Arantes (PSC), por sua
vez, manifestou preocupação com os cortes que o Governo Federal vem
fazendo no orçamento da agricultura, que seriam de 50%. "Os
primeiros a sentir a tesoura são sempre os setores de Cultura,
Turismo e Esporte, mas logo serão diminuídas a locomoção dos
técnicos e da fiscalização, o que pode gerar problemas mais sérios",
alertou.
Hartung respondeu que sempre houve cortes na
agricultura e que atualmente o café, a carne e o leite estão vivendo
uma crise com preços ruins, mas que a defesa sanitária tem que ser
mantida a qualquer custo, para evitar que Minas perca o
status atual de exportador de carne. Os estados vizinhos
também teriam que se esforçar no controle, porque qualquer notícia
de febre aftosa em seus territórios pode provocar uma retaliação
comercial contra Minas, por parte dos competidores internacionais.
"Ninguém consegue competir com o Brasil hoje, devido às nossas
condições e aos custos dos insumos comparativamente mais baixos. Por
isso, muitas vezes as barreiras sanitárias são usadas com barreiras
comerciais", explicou.
Jangrossi opinou que o IMA não deve apenas aplicar
as punições da lei, mas também fazer trabalho educativo, para que a
melhoria da qualidade venha pela conscientização, e não pela
repressão. Hartung esclareceu que o IMA é de natureza fiscal, mas
sua parceria com veterinários e agrônomos da iniciativa privada, e
com a Emater-MG, faz com que tenha uma boa imagem diante dos
produtores, com programas como o de Formação de Sanitaristas.
Transporte de trabalhadores e usina de
biodiesel
O deputado Arantes aproveitou o tema para
queixar-se também das novas exigências para transporte de
trabalhadores, que considera impossíveis para colocar em prática, e
pediu uma negociação de normas mais flexíveis que não quebrem o
fazendeiro e não gerem ainda mais desemprego para os trabalhadores
de sua região, o Sul de Minas.
O deputado Ruy Muniz (DEM) saudou o lançamento de
uma usina de biodiesel, feito nesta segunda-feira, em Montes Claros,
pelo presidente Lula e pelo vice-presidente José Alencar. "Serão 20
mil novos empregos, e a utilização de oleaginosas como a mamona e o
caroço do algodão, com a garantia da Petrobras", comemorou.
Presenças: Deputados
Vanderlei Jangrossi (PP), presidente; Antônio Carlos Arantes (PSC),
vice-presidente; Carlos Gomes (PT) e Ruy Muniz (DEM).
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