Política estadual para comunidades tradicionais passa pela CCJ

O PL 1.981/08, do deputado Carlin Moura (PCdoB), que institui a Política Estadual de Desenvolvimento Sustentável dos ...

07/04/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Política estadual para comunidades tradicionais passa pela CCJ

O PL 1.981/08, do deputado Carlin Moura (PCdoB), que institui a Política Estadual de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, recebeu, nesta terça-feira (7/4/09), parecer pela legalidade, juridicidade e constitucionalidade na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O relator foi o deputado Chico Uejo (PSB), que não sugeriu nenhuma modificação à matéria.

A proposição se originou das discussões realizadas em uma audiência pública promovida pela Comissão de Participação Popular no dia 18 de dezembro de 2008, na qual foi debatida a inclusão social dos povos e comunidades tradicionais. Ao final da reunião, os presentes concluíram pela necessidade da criação de uma política de desenvolvimento sustentável para essas comunidades em consonância com a política nacional já existente.

Entre os objetivos do projeto estão a garantia, aos povos tradicionais, de território e acesso aos recursos naturais; a solução de conflitos gerados pela implantação de unidades de conservação de proteção integral; a implantação de infra-estrutura adequada às realidades socioculturais; e a valorização das formas tradicionais de educação, entre outros. A matéria prevê uma série de ações e instrumentos para a implantação efetiva da política proposta.

Codemig - A comissão convocou uma reunião extraordinária para esta quarta-feira (8) para discutir e votar parecer sobre o PL 2.936/08, do governador, que autoriza o Poder Executivo a tomar as medidas necessárias à transformação da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais (Codemig) em empresa pública. Seu relator, deputado Sebastião Costa (PPS), solicitou a distribuição de avulsos do parecer aos demais integrantes da comissão. Ele opina pela aprovação do projeto na forma do substitutivo nº 1, que apresentou.

Atualmente a Codemig é uma sociedade de economia mista. Com a mudança proposta pelo projeto original, a empresa poderá adotar a forma de sociedade limitada. O objetivo da alteração, segundo mensagem enviada pelo governador à Assembleia, é revigorar a empresa, "que vem se transformando numa eficiente agência de desenvolvimento, cada vez mais envolvida com assuntos de interesse exclusivo de seu acionista majoritário".

Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, a Codemig deverá ter sócios exclusivamente do setor público e, como sociedade limitada, poderá ter uma gestão mais simplificada e ágil. A secretaria considerou também a mudança "necessária e urgente" e será um "marco na modernização da estrutura administrativa do Estado".

No substitutivo que apresentou, o deputado Sebastião Costa acrescenta novas competências à Codemig, ao mesmo tempo em que procura preservar as demais atribuições da empresa. Entre as novas competências estão, por exemplo, a aquisição e alienação de seus bens móveis e imóveis, a celebração de convênios de cooperação técnica e econômica, parcerias com outras companhias em empreendimentos econômicos e participação em empresas privadas do setor mínero-siderúrgico e metalúrgico com a qual mantenha parceria.

Novo índice - Apesar de ter emitido um parecer pela antijuridicidade, inconstitucionalidade e ilegalidade do PL 3.025/09, do deputado Délio Malheiros (PV), o relator desse projeto na comissão, deputado Chico Uejo, apresentou um requerimento para que a proposição seja baixada em diligência à Secretaria de Estado de Fazenda (SEF). O parlamentar deseja obter mais esclarecimentos sobre o objetivo e os impactos da matéria, que propõe a substituição do IGP-DI pelo IPCA como índice de reajuste da Unidade Fiscal do Estado de Minas Gerais (Ufemg).

Segundo Uejo, em função de argumentações apresentadas pelo deputado Padre João (PT) na reunião da última terça-feira (31), quando foi decidido pelo adiamento da discussão do parecer, ele decidiu solicitar mais informações junto à SEF. Naquela ocasião, Padre João afirmou que o IGP-DI tem se mostrado menos benéfico que o IPCA para o consumidor, ao resultar em reajustes maiores de taxas e multas, acrescentando que, no longo prazo, os dois índices tendem a se igualar, evitando prejuízo financeiro para o Estado. O relator disse que, se necessário, poderá mudar o teor de seu parecer, que deve ser votado na próxima reunião ordinária da comissão. Em seu parecer original, o relator afirma que a alteração poderia trazer desequilíbrio fiscal para o Estado, cujas despesas são corrigidas pelo IGP-DI.

Projeto que proíbe fumo em local fechado recebe substitutivo

Outra proposição que recebeu parecer pela legalidade, juridicidade e constitucionalidade foi o PL 3.035/09, dos deputados Alencar da Silveira Jr. (PDT) e Gilberto Abramo (PMDB). O projeto proíbe o fumo em qualquer recinto fechado de uso coletivo, e não apenas casas de espetáculos, restaurantes e estabelecimentos comerciais. A matéria prevê que, nos recintos fechados com área superior a 100 metros quadrados, será possível definir locais para fumantes, desde que esses espaços ocupem menos de 30% da área total. Nos recintos menores, seus proprietários poderão estabelecer horários exclusivos para fumantes.

De acordo com os autores do projeto, o objetivo é aumentar a repressão ao fumo e proteger a saúde dos não-fumantes. O relator, deputado Sebastião Costa, lembrou que projeto de igual teor já foi apreciado pela comissão (PL 2.637/08), tendo recebido parecer pela inconstitucionalidade. Porém ele sugere, no substitutivo nº 1 que apresentou, a possibilidade de uma norma específica para isolar as áreas destinadas ao tabagismo em recintos coletivos.

Dessa forma, o novo texto altera a redação do artigo 7º da Lei 12.903, de 1998, determinando que os estabelecimentos fechados de uso público, se quiserem permitir o fumo em suas dependências, deverão conter "áreas isoladas por barreira física, com arejamento suficiente ou equipadas com aparelhos que garantam a exaustão do ar para o ambiente externo".

Outros projetos - O deputado Ronaldo Magalhães (PSDB), relator do PL 3.055/09, do deputado Ruy Muniz (DEM), pediu prazo regimental para emitir seu parecer. O projeto determina que os ônibus intermunicipais deverão contar com um aparelho de comunicação que possa ser usado em situação de emergência. Em sua justificativa, o autor cita o aumento do número de acidentes e assaltos envolvendo ônibus intermunicipais e sustenta que a medida será útil para agilizar o contato com um hospital ou com a polícia.

A CCJ opinou pela ilegalidade, inconstitucionalidade e antijuridicidade do PL 3.094/09, da deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), que determina que todas as escolas de nível médio instaladas no Estado, públicas ou privadas, deverão desenvolver programas de orientação vocacional e profissional. O relator e presidente da comissão, deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), argumentou que o objetivo da proposição já é contemplado pela Lei 17.008, de 2007, e que portanto não traz nenhum elemento inovador. Segundo Ribeiro Silva, "a concepção material da lei supõe a generalidade, a abstração e a novidade, razão pela qual a lei que simplesmente reproduz preceitos da Constituição ou de outras normas jurídicas não pode ser encartada na categoria de lei em sentido material".

A CCJ acatou requerimentos que solicitam maiores informações sobre duas proposições que tratam da doação e reversão de imóveis. O PL 3.114/09, do deputado Almir Paraca (PT), que autoriza o Poder Executivo a doar ao município de Itajubá o imóvel no qual funciona hoje a Escola Municipal Professor Carmo Cascardo, foi baixado em diligência à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) e à prefeitura de Itajubá a pedido do relator, deputado Dalmo Ribeiro Silva. Já o PL 3.116/09, do deputado Domingos Sávio (PSDB), que autoriza a reversão de uma área de 600 metros quadrados ao município de Santo Antônio do Amparo, foi enviado também à Seplag e à prefeitura daquela cidade. O deputado Chico Uejo, relator da matéria e autor do requerimento, quer saber sobre a situação do imóvel e se há algum óbice à sua reversão. Esse lote havia sido doado ao Estado em 1993 para a construção de um quartel da Polícia Militar, mas a obra foi feita em outro local. Com a reversão, a prefeitura pretende construir ali uma escola municipal.

Outro projeto da pauta enviado à Seplag para que ela se manifeste é o PL 3.138/09, do deputado Jayro Lessa (DEM), que altera a destinação de um imóvel em Sete Lagoas, cuja doação foi autorizada pela Lei 16.044, de 2006, para a construção da Câmara Municipal daquela cidade. Como a doação não foi efetivada e a sede do Legislativo municipal foi erguida em outro local, os vereadores pediram que o imóvel seja destinado à construção de um Centro de Atenção Psicossocial à Saúde Mental (Caps II). O relator da matéria é o deputado Chico Uejo.

Retirados de pauta - Três projetos foram retirados da pauta a pedido de seus autores. O PL 2.201/08, da deputada Maria Lúcia Mendonça, determina a inclusão de advertências, nos livros didáticos distribuídos nas escolas de ensino fundamental e médio da rede pública estadual, sobre os males causados pelo consumo de drogas e álcool. O PL 2.991/09, do deputado Leonardo Moreira (DEM), obriga os responsáveis por pneus que não servem mais a providenciarem sua coleta, recolhimento e entrega aos estabelecimentos que os comercializem para repasse aos fabricantes ou importadores, que deverão adotar as medidas necessárias para reciclagem, tratamento ou descarte de forma ambientalmente correta. E o PL 3.018/09, da deputada Ana Maria Resende (PSDB), determina que as embalagens, rótulos e campanhas publicitárias de produtos alimentícios produzidos e vendidos no Estado devem alertar sobre a quantidade de sódio que contêm e informar ainda que o consumo dessa substância pode elevar os níveis de pressão arterial.

Na reunião desta terça-feira (7) foram aprovadas ainda cinco proposições que dispensam a apreciação do Plenário.

Presenças - Deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), presidente; Chico Uejo (PSB), vice; Ronaldo Magalhães (PSDB) e Sebastião Costa (PPS).

 

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