Situação de hospital provoca visita a ministro e secretário de Saúde

Uma comissão com representantes da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, Hospital Siderúrgica (de Coronel Fabrician...

06/04/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Situação de hospital provoca visita a ministro e secretário de Saúde

Uma comissão com representantes da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, Hospital Siderúrgica (de Coronel Fabriciano), Diretoria Regional de Saúde do Estado e prefeitos do Vale do Aço deve visitar o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana. O objetivo das visitas é sensibilizar os dois quantos às sérias dificuldades enfrentadas pelo hospital. Encaminhamento com esse teor foi divulgado nesta segunda-feira (6/4/09), em audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da ALMG. A reunião em Coronel Fabriciano debateu a crise enfrentada pelo hospital e contou com a presença de diversas lideranças políticas, empresariais e religiosas do município e da região.

Dois requerimentos de autoria da deputada Cecília Ferramenta (PT) solicitam as visitas da chamada Comissão Irterssetorial de Reestruturação e Apoio ao Hospital Siderúrgica e deverão ser aprovados na próxima reunião ordinária da comissão. Um terceiro requerimento da parlamentar, presidente da Comissão de Assuntos Municipais, pede que a documentação entregue pelo representante do hospital (incluindo números e uma radiografia completa da situação), seja entregue também ao secretário de Saúde e ao procurador-geral de Justiça.

Cecília Ferramenta avaliou que a solução compartilhada desse problema envolvendo o hospital, em particular, e o sistema de saúde na região, pode se tornar um exemplo para a consolidação da Região Metropolitana do Vale do Aço. Ainda para a deputada, as dificuldades do Siderúrgica não são exclusivas dele, mas dizem respeito a todos hospitais da região. "Estamos juntos todos; a responsabilidade não é só do prefeito, nem só minha ou do Governo, é de todos", concluiu.

Se Estado não ajudar, hospital não resistirá

"Estamos na UTI e se não formos transplantados, morreremos amanhã", alertou o representante jurídico do hospital, Maurisson Magno de Morais, sobre a situação atual do Siderúrgica. Segundo ele, se não vier ajuda do Estado, não haverá condições de manter o funcionamento. Maurisson explicou que a situação vem piorando de seis anos para cá, pois 80% dos atendimentos são através do SUS, que está com alta defasagem em sua tabela de procedimentos (para uma consulta, por exemplo, o valor pago é de R$2,50). Em 2006, destacou ele, o Siderúrgica foi obrigado a fechar seu serviço de maternidade e obstetricia. Com o apoio da prefeitura de Fabriciano, o setor foi reaberto um ano depois.

Maurisson lembrou que o hospital, construído em 1936, foi o primeiro da região e conta com 100 leitos, sendo 84 destinados para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e ainda oito apartamento e 12 enfermarias. Até 1999, de acordo com o representante do hospital, Fabriciano contava com mais de 300 leitos, mas devido à venda do Hospital Nossa Senhora do Carmo para a Unimed, só restaram os leitos do Siderúrgica para atender à população de baixa renda.

O hospital, que tem como entidade filantrópica mantenedora a Associação Beneficente de Saúde São Sebastião, atende 200 pessoas por dia e gera 200 empregos diretos e mais de 150 indiretos. Além disso, é referência de pronto atendimento na região, recebendo pacientes de municípios de quase todo o chamado Colar Metropolitano do Vale do Aço.

Sobre melhorias no hospital, Maurisson citou que já está pronta a nova Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), com equipamentos de última geração. Mas lamentou que a administração não tem recursos suficientes para manter a unidade em funcionamento. Dessa forma, ele fez uma série de reivindicações, principalmente ao governo do Estado: aumento de repasses do ProHosp, inclusão do hospital no regime de urgência, recursos para a construção de nova unidade de pronto-socorro, e uma verba da ordem de R$ 2 milhões para estancar as dívidas e "sair do afogamento para aprender a nadar".

Fabriciano tem déficit de leitos hospitalares

Representando a Secretaria de Estado de Saúde, Anchieta Poggialli, diretor regional de saúde na RMVA, declarou que algumas questões apontadas pela direção do hospital poderiam ser resolvidas a curto prazo, outras a médio e algumas ficariam sob análise da secretaria. Mas o diretor ressalvou que a situação verificada em Fabriciano se repete no sistema hospitalar brasileiro como um todo. "Todos os municípios da região têm responsabilidade com o Siderúrgica; o Estado tem e o Governo Federal também. A solução está nas nossas mãos, afinal estamos numa região metropolitana", constatou.

Saúde primária - Por outro lado. Anchieta destacou que o Governo do Estado tem tentado melhorar o setor, investindo principalmente em saúde primária "para que população tenha uma qualidade de vida melhor e menos necessidade de internação". Ele ressaltou que, na RMVA, foram construídas 48 novas unidades de saúde nos 35 municípios da região. O Programa Saúde da Família, que contava em 2003 com 68 equipes na região, hoje tem 156.

Quanto ao Hospital Siderúrgica, classificado como de média complexidade, Anchieta reconheceu que há um déficit de leitos hospitalares. "Por isso, não podemos permitir que os semi-leitos do Siderúrgica deixem de existir. Investir em novos leitos teria um custo muito alto", reforçou ele, lembrando que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, deveria haver três leitos para cada mil habitantes; e Fabriciano oferece 1,3 leitos. Ele enfatizou que o estabelecimento faz parte do ProHosp desde 2005, recebendo repasses do governo. Desse ano até hoje, o hospital já teria recebido R$ 1,3 milhão do programa, destinados a compra de equipamentos, obras e custeio.

Superlotação - Os representantes dos hospitais Márcio Cunha (em Ipatinga), José Eustáquio Leite Soares, e Vital Brasil (em Timóteo), Luiz Carlos dos Santos, também queixaram-se de dificuldades financeiras e superlotação nessas instituições. E concordaram que o fechamento do Hospital Siderúrgica agravaria ainda mais o quadro de atendimento à saúde na região.

O prefeito de Coronel Fabriciano, Chico Simões, criticou o Governo do estado que aplicaria apenas 6% do orçamento na área de saúde, quando a Constituição determina o repasse de 12%. "Todos os municípios daqui aplicam mais que 20%, quando a lei determina 15%. "O Estado tem que ajudar mais. Se não pactuarmos entre os municípios, Estado e União o custeio da saúde, nunca vamos resolver esse problema. O município sozinho não agüenta", reclamou.

Presenças - Participou a deputada Cecília Ferramenta (PT). Além dos citados na matéria, também compuseram a mesa os prefeitos de Açucena, Ademir Jose Siman, presidente da Associação de Municípios pelo Desenvolvimento Integrado (AMDI); de Santana do Paraíso, Joaquim Correia de Melo; e de Belo Oriente, Humberto Lopes de Assis.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715