Representantes de 35 municípios debatem Plano Decenal em GV

A terceira etapa do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual reuniu, em...

03/04/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Representantes de 35 municípios debatem Plano Decenal em GV

A terceira etapa do Fórum Técnico Plano Decenal de Educação em Minas Gerais: Desafios da Política Estadual reuniu, em Governador Valadares, nesta sexta-feira (3/4/09), sete deputados, autoridades estaduais e municipais e 226 inscritos, representando 35 municípios da região. A mesa de abertura foi presidida pelo deputado José Henrique (PMDB), representando o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Alberto Pinto Coelho (PP). A coordenação da etapa de palestras ficou a cargo da deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), que preside a Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática.

O deputado José Henrique, 2º vice-presidente da ALMG, lembrou que o fórum oferece a novidade de permitir que qualquer cidadão possa participar e apresentar sugestões, através de consulta pública constante do site www.almg.gov.br, até o dia 12 de abril.

A prefeita de Governador Valadares, Elisa Costa, disse que "é pela educação que as pessoas abrem as portas das oportunidades". Ao anunciar que a educação será a prioridade dos seus quatro anos de governo, Elisa disse que sua expectativa é gerar mudanças na sociedade. Ela conclamou pais, educadores, sociedade, Legislativo e Executivo para discutirem o que deve ser melhor para a educação em Minas e nos municípios, incluindo a valorização dos profissionais e a escola de tempo integral. A presidente da Câmara Municipal, Dilene Abreu, acrescentou que o Brasil é a 10ª economia do mundo, mas ocupa um modesto 72o lugar em qualidade do ensino.

Deputados defendem valorização salarial do professor

As deputadas Maria Lúcia Mendonça e Gláucia Brandão (PPS), que vêm dos quadros do magistério, defenderam especialmente a valorização salarial do professorado, sem a qual não acreditam que possa haver melhoria permanente no nível educacional. A mesma defesa foi feita pelo deputado Jayro Lessa (DEM), que considera a educação fator essencial para o desenvolvimento.

Já o deputado Carlin Moura (PCdoB) disse que educação não é gasto, mas investimento. Ele fez críticas à atuação da Secretaria de Estado de Educação e apresentou estatísticas sobre evasão escolar, sobre as faixas etárias dos alunos que ainda estão no ensino fundamental e deveriam estar no ensino médio. Rosângela Reis (PV) declarou que também tem o ensino no sangue, afirmou que não é preciso dar aos professores apenas bons salários, mas também qualificação profissional. Ela pediu uma escola inclusiva em tempo integral, argumentando que, se a escola não acolher e socializar os alunos, eles serão socializados nas ruas.

O deputado federal Leonardo Monteiro (PT-MG), que é autor de um projeto de universidade aberta, disse que a educação traz desenvolvimento e evita a migração da população do Vale do Rio Doce em busca de oportunidades em outros países. Mercês Meira de Alvarenga, representante do Conselho Municipal de Educação, disse que a elaboração do Plano Decenal tem que ser uma "corrente do bem". Luzielson Nunes, do SindUte, defendeu o piso salarial nacional de R$ 1.132,00 para os professores.

Coordenador do Plano Decenal rebate críticas de sindicalista

Na fase das palestras de especialistas, houve uma polêmica entre os posicionamentos de Lilian Paraguai, diretora estadual do SindUTE, e do coordenador do Plano Decenal pela Secretaria de Estado de Educação, Luiz Aureliano Gama de Andrade. A sindicalista criticou a falta de discussão sobre merenda e transporte escolar e apontou diferenças profundas de projeto pedagógico dentro de um mesmo território. Os dados por ela apresentados indicam uma grande concentração das 280 escolas-referência na Região Central do Estado, e que 91% das escolas das comunidades quilombolas não oferecem ensino até a 8ª série.

Luiz Aureliano rebateu a maior parte das críticas. Disse que são 583 as escolas-referência, e não 280 como foi dito, e que na última avaliação as 500 escolas da Rede Crescer tiveram desempenho superior às escolas-referência. Para ele, as desigualdades regionais estão sendo reduzidas pela ação do Estado, e não agravadas como disse a sindicalista. Afirmou também que não houve qualquer cerceamento à participação do SindUTE no 2º Congresso Estadual de Educação, e que o Plano Decenal contempla todas propostas priorizadas democraticamente naquele evento. "O plano não foi feito nos gabinetes, e não merece ser descaracterizado como estão fazendo aqui", afirmou.

O dirigente do Sindicato dos Professores e professor da Unileste, Luiz Antônio da Silva, destacou que é preciso enfrentar o desafio de reinventar a democracia. Para ele, os conselhos estão esvaziados e apáticos, e os alunos e a comunidade não estão envolvidos na gestão das escolas. Por outro lado, defendeu uma permanência maior dos diretores de escola nos cargos, por acreditar que os resultados se tornam mais positivos. Relatou que viu, numa escola do Jequitinhonha, 25 computadores modernos estocados dentro das caixas num depósito, por falta de quem soubesse montá-los e operá-los.

35 municípios enviaram 226 representantes

Os 226 participantes que se inscreveram para debater os onze temas do Plano Decenal representavam 35 cidades: Aimorés, Bom Jesus do Galho, Capitão Andrade, Caratinga, Chonin de Cima, Coroaci, Coronel Fabriciano, Divino das Laranjeiras, Dom Cavati, Fernandes Tourinho, Frei Inocêncio, Governador Valadares, Guanhães, Ipatinga, Itabira, Itambacuri, Itueta, José Raydan, Malacacheta, Manhuaçu, Mantena, Marilac, Nacip Raydan, Nova Belém, Pedra Bonita, Resplendor, São Félix de Minas, São José do Divino, Sardoá, Sobrália, Tarumirim, Teófilo Otoni, Timóteo e Tumiritinga, além de Valadares.

Conforme o interesse que demonstraram, esses participantes foram divididos em cinco grupos. O mais numeroso foi o que discutiu educação infantil e educação fundamental. Uma proposta de destaque reivindica a eleição direta também para superintendente regional de ensino, e não só para diretoria de escola.

Os grupos elegeram os seguintes representantes à etapa estadual do Fórum Técnico: Sebastião Geraldo de Araújo, Everaldo Dornelas de Queiroz, André Luis de Almeida Freitas, Maria de Fátima Martins da Silveira, Alvino Nepomuceno, Maxwell Lomeu Bastos, Landislene Gomes Ferreira, Zailde Figueiredo Santos, Geovani Lopes de Araújo, Márcia Vieira Xavier Borges, Luzielson Nunes da Silva e Maria Eliana Barbosa Pereira.

Próxima etapa será em Paracatu

Governador Valadares foi a terceira cidade a receber os encontros regionais do Fórum Técnico sobre o Plano Decenal de Educação, que já aconteceram em Montes Claros e Araçuaí. O próximo ocorre nesta terça-feira (7), em Paracatu. Outros quatro eventos serão organizados por entidades parceiras, que reúnem estudantes, professores, pais, conselhos de educação, representantes da educação indígena, quilombola e do campo. Essas etapas serão em Divinópolis, Juiz de Fora, Varginha e Uberlândia. Cada um desses eventos elege 12 representantes regionais para a etapa final do fórum, marcada para o período de 13 a 15 de maio, na Assembleia Legislativa.

O objetivo do fórum técnico é colher sugestões para aperfeiçoamento do Projeto de Lei 2.215/08, do governador, que cria o Plano Decenal de Educação. Transformado em lei, esse projeto vai estabelecer a política educacional para os próximos dez anos.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

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