Contratação de médicos para Saúde da Família motiva debate

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais quer discutir as dificuldades de contratação e manutenç...

03/04/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Contratação de médicos para Saúde da Família motiva debate

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais quer discutir as dificuldades de contratação e manutenção de médicos no Programa Saúde da Família (PSF). Para isso, promoverá reunião nesta quarta-feira (8/4/09) às 9h30, no Plenarinho I. Os deputados Carlos Mosconi (PSDB), presidente, e Fahim Sawan (PSDB) pretendem saber dos governos e dos profissionais como está a situação, colher sugestões e apresentar propostas. Mosconi avalia que falta formação adequada e, para Sawan, o problema passa também pela carência de médicos no interior.

Números - Minas é o Estado com o maior número de equipes de Saúde da Família do Brasil. São 3.795 equipes, o que representa uma cobertura de 67,9% da população. Conta ainda com 25.437 agentes comunitários de saúde e o projeto se encontra em implantação em 832 municípios. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde (SES). As equipes são formadas por médico, enfermeiro, dentista, agentes comunitários e auxiliares de enfermagem e de dentista.

De acordo com o Executivo, as internações por condições sensíveis à atenção ambulatorial, ou seja, aquelas que poderiam ser prevenidas, vêm se reduzindo, graças também ao PSF. Em 2002, representavam 38,4% do total e, em 2008, 32,8%. A meta é chegar a 2011 com esse tipo de internação reduzida a, no máximo, 28%. Por meio do programa Saúde em Casa, o Estado participa do PSF, que é uma parceria do Governo Federal com os municípios. Projeto estruturador de governo, o Saúde em Casa busca a melhoria da atenção primária à saúde.

Deputados opinam - Para o deputado Carlos Mosconi, é necessário discutir a qualificação dos médicos que atuam no programa. "É preciso que Secretaria de Saúde e mundo acadêmico se mobilizem para uma formação mais adequada", opinou. Ele entende que o profissional que atua nesse ramo precisa ser generalista, com domínio da clínica médica e da pediatria, e reconhece que esse perfil está na contramão da tendência, que é de especialização. Mosconi alerta que hoje, no Brasil, há médicos recém-formados, sem residência, atuando no PSF e fazendo daquele trabalho uma espécie de "bico" para sobreviver.

Além dessa questão, o deputado Fahim Sawan aponta outro problema, que é a dificuldade de manter médicos no interior, ainda que a remuneração seja melhor se comparada àquela oferecida em cidades maiores. Ele avalia que um das saídas poderia ser realizar concursos específicos para a área. Outra preocupação do deputado é a descontinuidade dos programas na época pós-eleitoral. "Isso está acontecendo agora quando, na troca de prefeitos e por problemas políticos, ocorre a desmobilização das equipes", informou. Sawan defende que o PSF seja ampliado até atingir 80% da população - índice daqueles que não possuem convênios e precisam dos serviços públicos.

Convidados - São convidados para a reunião: representante do Ministério da Saúde; o secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana; o secretário de Saúde de Belo Horizonte, Marcelo Gouvêa Teixeira; a presidente da Sociedade de Medicina da Família e Comunidade, Ruth Borges Dias, representando a Associação Médica de Minas; o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), João Batista Gomes Soares; a secretária de Saúde de Sarzedo, Magali Rodrigues de Brito Araújo, representando o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems); o presidente do Sindicato dos Médicos, Cristiano Gonzaga da Matta Machado; e a coordenadora da Faculdade de Ciências Médicas, Rosa Malena Delbone de Faria.

 

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