Regulamentação do contrato provisório está pronto para o Plenário

A Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta quinta-feira (2/4/09), p...

02/04/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Regulamentação do contrato provisório está pronto para o Plenário

A Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta quinta-feira (2/4/09), parecer de 1º turno às emendas de Plenário ao Projeto de Lei (PL) 2.578/08. Com isso, o texto está pronto para retornar ao Plenário para votação em 1º turno. O projeto, do governador, trata da contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Atualmente, por inexistência de regulamentação devida, o Estado vem realizando contratações de forma juridicamente precária, o que deverá ser corrigido com a aprovação do PL.

A votação foi acompanhada por cerca de 500 agentes penitenciários contratados, que reivindicam a anulação de demissões feitas recentemente pelo Estado e a regulamentação de direitos diversos, tais como férias e proibição da demissão sem justa causa antes do fim do contrato. Os agentes também reivindicam a efetivação dos atuais contratados, da mesma forma como ocorreu com os designados da educação, por meio da Lei Complementar 100, de 2007.

O parecer aprovado, do deputado Lafayette de Andrada (PSDB), recomenda a rejeição do substitutivo nº 1 da Comissão de Constituição e Justiça, a rejeição das emendas de nºs 2 a 5 apresentadas em Plenário e a aprovação do substitutivo nº 2, apresentado pelo relator. Andrada também acatou uma proposta de emenda apresentada na comissão pelo deputado Padre João (PT), além de ter incorporado parcialmente, em seu substitutivo, outras modificações sugeridas por diversos parlamentares. Com a aprovação, a Comissão de Administração Pública se posicionou de forma contrária à efetivação dos agentes penitenciários, mas propôs a regulamentação de direitos trabalhistas para os contratados, tais como 13º salário, férias, adicional noturno, horas-extras e proibição de demissões sem justa causa antes do fim do contrato.

Relatório acata limite para contratações

Cinco propostas de emendas foram apresentadas à comissão durante a discussão do parecer do relator, quatro delas do deputado Padre João (PT) e uma do deputado Weliton Prado (PT). A única proposta de emenda acatada integralmente, foi a de nº 2, de Padre João, que proíbe a contratação temporária no caso em que a carência de pessoal tiver decorrido de afastamento voluntário incentivado de servidores.

As demais propostas de emendas que foram rejeitadas e propunham, em síntese, a alteração nos prazos para contratação e prorrogação de contratos em casos específicos; eliminação de dispositivos que prevêem contratação de profissionais para atuar em defesa social, saúde e em atividades sazonais; e a efetivação dos agentes de segurança penitenciários e de agentes de segurança socioeducativos admitidos até o dia 20 de março de 2009. Esta última sugestão estava na proposta de emenda nº 5, de autoria de Weliton Prado.

Apesar de ter rejeitado estas propostas de emendas, Lafayette de Andrada voltou atrás em um aspecto do substitutivo nº 2, que estendia as regras de contratação provisória a empresas de economia mista, tais como Copasa e Cemig. O PT criticou a medida, por considerar que estas empresas só podem contratar pela CLT. O relator também atendeu parcialmente o PT ao reduzir os prazos de contratação provisória em algumas hipóteses previstas em lei. Ainda assim, os prazos propostos são diferentes da proposta de emenda feita pelo deputado Padre João.

De acordo com Lafayette de Andrada, o substitutivo nº 2 garante que todos os direitos previstos no PL 2.578/08 serão estendidos aos trabalhadores que estiverem contratados provisoriamente pelo Estado no momento em que o texto se tornar lei. Ele destacou, sobretudo, a garantia de que os contratados só serão demitidos antes do fim do contrato por meio de processo administrativo, garantida a ampla defesa. "Os agentes dizem que muitas demissões vinham ocorrendo sem motivo justo", afirmou o relator.

Deputados elogiam relatório e criticam demissões

Durante a reunião da comissão, os deputados Sargento Rodrigues (PDT) e Ademir Lucas (PSDB) elogiaram a incorporação de direitos trabalhistas ao PL 2.578/08, mas criticaram o Executivo por não ter renovado alguns contratos temporários de agentes penitenciários que venceram recentemente. Um total de 1.250 agentes estariam sob ameaça de perder o emprego. "De 300 a 400 agentes já foram demitidos. Temos que pedir ao governador do Estado para rever isso. Não serão 1,2 mil agentes que comprometerão o caixa do Estado", afirmou Sargento Rodrigues. Assim como Ademir Lucas e a bancada do PT, Rodrigues defende o remanejamento destes contratados, que assim seriam mantidos mesmo com a nomeação de agentes concursados.

Rodrigues criticou o Ministério Público que, segundo ele, vem cobrando a substituição dos agentes contratados por concursados. "O Ministério Público tem que olhar a dignidade da pessoa humana", defendeu. Ademir Lucas também criticou o Executivo. "Essa questão das demissões é desumana, em uma época de crise social. Temos que lutar para que não continue essa política destrutiva de demissões", afirmou.

Apesar das críticas, ambos elogiaram o parecer aprovado pela Comissão de Administração Pública. "Vocês saíram do zero e o texto que aprovamos representa muitos avanços", afirmou Rodrigues, referindo-se às dezenas de agentes que lotavam a galeria do Plenarinho IV, onde se realizou a reunião. Ele destacou, em especial, as garantias contra demissões arbitrárias.

O deputado Padre João também considerou que o parecer apresenta avanços, mas pediu garantias que estas conquistas não serão revertidas até a sanção da nova lei. "Esperamos que estes avanços sejam preservados pelo Executivo, que não haja veto do governador a nenhum destes dispositivos", declarou. Ele parabenizou os agentes pela mobilização. "A ação de vocês está beneficiando os contratados de todos os setores. Onde estão os contratados da saúde, do meio ambiente, de outras áreas?", questionou.

Atuais funcionários terão preferência em futuras contratações

Apesar de ter rejeitado a proposta de efetivação dos agentes penitenciários, o relator Lafayette de Andrada incluiu, no substitutivo nº 2, artigo que favorece os atuais contratados do Estado. O artigo 16 garante que os funcionários contratados, em exercício em 31 de dezembro de 2008, terão preferência na celebração dos contratos temporários firmados após a publicação desta lei. No parágrafo único, o texto assegura a estes funcionários até 20% dos pontos distribuídos nos futuros processos seletivos para contratação provisória. A forma desta pontuação será definida em regulamento, pelo Executivo.

Outra modificação de destaque feita pelo relator no texto do projeto foi a redução dos prazos de contratação em algumas hipóteses previstas no projeto. Foram mantidos os prazos de contratação para as seguintes hipóteses:

- Assistência a situações de calamidade pública e de emergência (contratação por seis meses, prorrogáveis até o prazo máximo de 2 anos, incluindo os seis meses iniciais);

- Combate a surtos endêmicos (contratação por seis meses, prorrogáveis até o prazo máximo de 2 anos, incluindo os seis meses iniciais);

- Realização de recenseamentos ( contratação por um ano, prorrogável por mais um).

Foram alterados os seguintes prazos:

- Contratação para suprir carência de pessoal em decorrência de afastamento ou licença de servidores efetivos. O prazo anterior era de um ano, prorrogável por mais três. Foi reduzido para um ano, prorrogável por mais um.

- Contratação para serviços essenciais, até realização de concurso público. A proposta anterior era de contratação por três anos, prorrogável por mais três. Esse prazo foi mantido para as áreas de segurança, defesa social, vigilância e meio ambiente. No entanto, foi reduzido para dois anos, prorrogável por mais um, para as áreas de saúde e educação.

- Carência de pessoal para o desempenho de atividades relacionadas com a defesa agropecuária, projetos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, projetos implementados por meio de acordo internacionais e as que utilizem técnicas especializadas de tecnologia da informação, de comunicação e de revisão de processos de trabalho. O prazo anterior previsto era de dois anos, prorrogáveis por mais dois. Foi reduzido para dois anos, prorrogáveis por mais um ano.

Requerimento - A Comissão de Administração Pública aprovou ainda, nesta quinta-feira, requerimento de autoria do deputado Délio Malheiros (PV) solicitando a realização de audiência pública para discutir a realização de feiras no complexo dos estádios do Mineirão e Mineirinho. "Recebi uma denúncia de que está para se realizar, ilegalmente e sem autorização do poder público, uma feira de automóveis naquele local", justificou o parlamentar, ao propor o requerimento.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), presidente da comissão; Lafayette de Andrada (PSDB), Neider Moreira (PPS), Padre João (PT), Sargento Rodrigues (PDT), Ademir Lucas (PSDB) e Carlos Pimenta (PDT).

 

 

 

 

 

 

 

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