Comissão Especial das Serras da Calçada e Moeda aprova relatório

A preservação da área do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, sem qualquer redução, e a criação de uma Reserva Part...

02/04/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Comissão Especial das Serras da Calçada e Moeda aprova relatório

A preservação da área do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, sem qualquer redução, e a criação de uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) em parte da Serra da Calçada, foram duas das principais recomendações do relatório final da Comissão Especial das Serras da Calçada e da Moeda da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que encerrou seus trabalhos. O documento, aprovado nesta quinta-feira (2/4/09), teve como relator o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB). O relatório também determina a criação de uma política específica para o Sinclinal de Moeda, área importante para a recarga de aqüíferos e a alimentação de mananciais utilizados para o abastecimento público da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Apresenta ainda duas propostas de mudanças na legislação.

A última reunião, ocorrida no Auditório da ALMG, contou com a presença maciça de trabalhadores, moradores da região, ambientalistas e representantes de associações de classe. Para o presidente da comissão, deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), a participação ativa da sociedade organizada foi a marca principal dos trabalhos. "Fizemos história ao transformarmos as reuniões em verdadeiras audiências públicas", afirmou o parlamentar. Segundo ele, essa troca de idéias, sempre em um ambiente respeitoso, foi fundamental para a elaboração de um relatório capaz de contemplar interesses dos ambientalistas e das empresas mineradoras.

Foi exatamente esse desafio que orientou a elaboração do documento, disse Dalmo Ribeiro Silva. "Estamos apresentando sugestões para compatibilizar a preservação ambiental com a atividade mineradora", reiterou. Na conclusão do relatório, ele apresentou um substitutivo à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 16/07, de sua autoria, que pretende incluir a Serra da Moeda entre as áreas tombadas do Estado. O substitutivo, segundo o relator, propõe que as serras da Moeda e da Calçada passem a se constituir em patrimônio ambiental do Estado.

Essa medida abre caminho para que se determine mais facilmente, com base na Constituição do Estado, formas de preservação especial em toda a área ou parte dela, transformada em patrimônio ambiental. Dessa forma, será possível "que sua utilização, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais, seja regulamentada por meio de lei, em condições que assegurem a conservação e a proteção dos sítios de valor arqueológico, paleontológico, espeleológico, ecológico, histórico, científico e cultural".

Em sua justificativa, Dalmo Ribeiro Silva afirma que esse tratamento constitucional da matéria, "além de demonstrar desde já a importância das Serras da Moeda e da Calçada, abre espaço para se edificar uma legislação infraconstitucional adequada para promover a tutela dos patrimônios ambiental e cultural em sintonia com as potencialidades econômicas e sociais e a exploração sustentável dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos da região".

Projeto de lei reduz área de parque estadual

Outra medida de grande importância é a apresentação de um projeto de lei que determina a criação, pelo Executivo, de um modelo de gestão para as serras da Moeda e da Calçada tomando como ponto de partida o chamado Sinclinal de Moeda, acidente geográfico cujo relevo, geologia e estruturas do subsolo têm alta relevância na determinação do modo de proteção dos ecossistemas ali presentes. Isso implica na criação de um plano de uso e ocupação dos solos e de gestão das águas em toda a região, que terá reflexo, sobretudo, na preservação das fontes de abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Dalmo Ribeiro Silva também apresenta diversas recomendações à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) e ao Sindicato da Indústria Mineral (Sindiextra).

Além da PEC 16/07, tramita na ALMG o PL 124/07, do deputado Ivair Nogueira (PMDB), que propõe reduzir em 6,5% a área do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, com o objetivo de regularizar áreas ocupadas por mineradoras e um empreendimento imobiliário. O parque abrange os municípios de Belo Horizonte, Brumadinho, Ibirité e Nova Lima, atingindo uma área de 3.941,09 hectares. A esse projeto foi anexado o PL 1.304/07, do deputado Délio Malheiros (PV), que propõe a incorporação da área da Serra da Moeda ao Parque Estadual da Serra do Rola-Moça. Esses projetos continuam a tramitar, embora as propostas do relatório recomendem um outro tratamento para as questões abordadas.

Os deputados presentes à reunião elogiaram o relatório e o aprovaram por unanimidade. Fábio Avelar (PSC), autor do requerimento que deu origem à comissão, se disse "totalmente satisfeito" com o documento final. Para Délio Malheiros e Dinis Pinheiro (PSDB), foi alcançado o objetivo de compatibilizar os interesses ambientais e socioeconômicos na região. Já Almir Paraca (PT) disse esperar que o relatório estimule o aprimoramento da legislação mineira.

Entenda - Serra da Calçada é o nome dado à porção norte do grande alinhamento montanhoso conhecido como Serra da Moeda, termo usado no relatório para referência ao conjunto formado pelas duas serras. A Serra da Moeda é uma seqüência montanhosa com cerca de 50 km de comprimento, que se estende desde o Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, até o município de Congonhas, abrangendo cerca de 24 mil hectares.

Presenças - Deputados Sávio Souza Cruz (PMDB), presidente; Jayro Lessa (DEM), vice; Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Almir Paraca (PT), Fábio Avelar (PSC), Délio Malheiros (PV) e Dinis Pinheiro (PSDB).

 

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