Relator pede mais tempo para definir parecer sobre contrato provisório

A Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais deixou de votar, pela segunda vez, o pa...

26/03/2009 - 00:05
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Relator pede mais tempo para definir parecer sobre contrato provisório

A Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais deixou de votar, pela segunda vez, o parecer de 1º turno sobre as emendas apresentadas ao Projeto de Lei (PL) 2.578/08. Em reunião realizada nesta quinta-feira (26/3/09), a comissão aprovou requerimento de autoria do deputado Padre João (PT), com o objetivo de prorrogar a discussão das emendas. De autoria do governador, o PL 2.578/08 regulamenta a contratação temporária de pessoal pelo Estado. Cerca de 300 agentes penitenciários acompanharam a reunião, reivindicando sua efetivação como servidores, conforme proposta de emenda apresentada ao projeto. No início da tarde, eles realizaram uma manifestação no Hall das Bandeiras.

O pedido para evitar a votação do parecer partiu do próprio relator da proposta, deputado Lafayette de Andrada (PSDB), que não compareceu à reunião, justificando que tentava uma proposta negociada com o Governo. O presidente da comissão, deputado Délio Malheiros (PV), argumentou que a prorrogação da discussão seria necessária de qualquer forma, uma vez que foi apresentada, na mesma reunião, mais uma proposta de emenda de autoria do deputado Weliton Prado (PT), e que essa proposta também deveria que ser analisada pelo relator, que não estava presente.

Délio Malheiros disse que o relator ainda procura conciliar os objetivos do governo e as reivindicações dos agentes penitenciários e demais contratados do Estado. Andrada já propôs, em reunião realizada na última quarta-feira (25), o substitutivo nº 2 ao PL 2.578/08, que promove algumas alterações solicitadas pelos contratados.

Também na quarta (25), quatro propostas de emendas foram apresentadas pelo deputado Padre João, para quem o adiamento da votação é um sinal positivo. "A situação é de esperança. É sinal de que é possível avançar mais no sentido de garantir direitos", afirmou o parlamentar. Em suas propostas de emendas, Padre João propõe, em síntese, a alteração nos prazos para contratação e prorrogação de contratos em casos específicos; sugere que não haja contratação temporária para suprir vagas motivadas por afastamento voluntário incentivado e de licença para tratar de assuntos particulares; e elimina dispositivos que prevêem contratação de profissionais para atuar em defesa social, saúde e em atividades sazonais.

Já a proposta de emenda nº 5, apresentada pelo deputado Weliton Prado nesta quinta-feira (26), propõe a efetivação dos agentes de segurança penitenciários e de agentes de segurança socioeducativos admitidos até o dia 20 de março de 2009. A proposta é semelhante à de nº 2, de autoria do deputado Sargento Rodrigues (PDT). A única diferença é que Weliton faz referência à data de contratação, de forma a salvaguardar o direito de agentes que não tiveram seus contratos prorrogados a partir de 20 de março. Segundo representantes dos agentes, essa decisão já provocou ou provocará, nos próximos dias, a demissão de 1.250 funcionários contratados no setor de defesa social.

Deputados pedem ao governador para sustar demissões

A ameaça de demissão dos agentes penitenciários foi a questão que mais mobilizou os deputados que participaram da discussão sobre o PL 2.578/08. Os deputados Padre João, Sargento Rodrigues e Weliton Prado convocaram todos os parlamentares a procurarem o governador para "frear" as demissões dos contratados. Eles admitiram que esses trabalhadores precisam ser substituídos pelos servidores concursados para o cargo de agente penitenciário, mas argumentaram que a carência de pessoal no setor permite o remanejamento dos contratados, o que evitaria as demissões.

"Existe um déficit de agentes em outras áreas do Estado. Todos reconhecemos o direito dos concursados, mas os contratados podem ser remanejados", afirmou Padre João. Já Rodrigues afirmou que a melhor saída seria a efetivação dos agentes contratados. "Se isso não for possível, façamos um apelo ao governador para que não demita", declarou o parlamentar. Ele disse que procuraria o presidente da Assembleia, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), e o líder do Governo, deputado Mauri Torres (PSDB), em busca de apoio para a reivindicação.

Assim como os demais deputados, Weliton Prado elogiou a mobilização dos agentes contratados e disse que o governo deveria priorizar a conservação do emprego desses funcionários. "O governo vai gastar R$ 1 bilhão com o novo centro administrativo. Isso é prioridade agora?", questionou.

O deputado Padre João fez ainda uma crítica ao substitutivo nº 2, do relator Lafayette de Andrada. Segundo ele, o parágrafo 2º do artigo 1º estende as regras da contratação temporária às empresas de economia mista do Estado, tais como Cemig e Copasa. Para o parlamentar petista, isso seria inconstitucional, uma vez que a lei determina que essas empresas adotem o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Conselho da Igualdade Racial já pode retornar ao Plenário

Ainda nesta quinta-feira (26), a Comissão de Administração Pública aprovou parecer de 2º turno do PL 2.177/08, do governador, que cria o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Conepir). O parecer, de autoria do deputado Padre João, recomenda a aprovação do projeto na forma em que foi aprovado pelo Plenário em 1º turno, com as emendas nºs 1 e 2, apresentadas por ele.

A primeira emenda incorporada cria câmaras setoriais na estrutura do Conepir, a fim de garantir que suas ações possam se dar de modo mais especializado. E a segunda prevê que, além de terra, saúde, educação, esporte, lazer, profissionalização e assistência social, o Conepir deverá formular critérios e parâmetros para a implementação de políticas que garantam habitação aos negros e a outros segmentos étnicos da população mineira.

Padre João aproveitou a aprovação do parecer para cobrar o envio, pelo governo, de outro projeto de lei para criação do fundo mantenedor do Conselho Estadual da Comunidade Negra. Com a aprovação do parecer de 2º turno, o PL 2.177/08 está pronto para a votação no Plenário.

Presenças - Deputados Délio Malheiros (PV), presidente da comissão; Elmiro Nascimento (DEM), Neider Moreira (PPS), Padre João (PT), Weliton Prado (PT) e Sargento Rodrigues (PDT).

 

 

 

 

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