Ciclo de Debates reúne propostas para superar crise
econômica
Os impactos da crise econômica mundial em Minas e
no Brasil e propostas para seu enfrentamento serão discutidos por
personalidades do mundo político e empresarial, em Belo Horizonte,
nos próximos dias 14 e 15 de abril. Eles estarão reunidos no
Ciclo de Debates Minas Combate a Crise, promovido pela
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Governo do Estado, BDMG,
Fiemg e Diários Associados. Entre os participantes estão o
vice-presidente da República, José Alencar, o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles, e o ministro do Trabalho e Emprego,
Carlos Lupi. As propostas para superar os efeitos da crise serão
posteriormente encaminhadas ao governo pela Comissão Extraordinária
para o Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira Internacional da
ALMG. O ciclo de debates será realizado no Expominas (Av. Amazonas,
6.030, Gameleira).
A abertura do Minas Combate a Crise será na
terça-feira (14/4/09), às 9 horas, com as presenças do presidente da
Assembleia, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), do governador do
Estado, Aécio Neves e do presidente da Federação das Indústrias do
Estado de Minas Gerais (Fiemg), Robson Andrade. "Vamos fazer um
amplo debate, reunindo autoridades dos governos federal e estadual e
dos principais setores da economia, para fazer uma avaliação
detalhada das repercussões da crise, no Brasil e em Minas. A
economia brasileira está sustentada em bases sólidas e o País sabe
enfrentar dificuldades. Minas Gerais, por sua vez, está com as
finanças muito bem administradas, o que nos favorece. Temos de saber
enfrentar as dificuldades e superá-las com propostas concretas e
realistas. A Assembleia mostra, mais uma vez, que está atenta aos
interesses maiores de Minas e do País", afirma Alberto Pinto
Coelho.
Alternativas - Para o presidente do Banco de
Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Paulo Paiva, o encontro é
uma boa oportunidade para a busca de alternativas para a economia.
"Mais uma vez Minas avança, com a realização desse ciclo de debates,
unindo forças do Governo do Estado e do setor privado na busca de
soluções para minimizar os impactos deste momento que está sendo
vivenciado por todo o mundo", afirma. Segundo ele, não é possível
prever a extensão da crise, mas "cada um deve fazer a sua parte para
tentar suavizá-la". Paulo Paiva será um dos expositores do dia 15,
no painel Propostas para superação da crise.
Comissão Extraordinária vai monitorar
repasses
No âmbito da ALMG, a Comissão Extraordinária para o
Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira Internacional, criada em
17 de março, vai monitorar a situação econômica de Minas Gerais e os
repasses da União para o Estado e os municípios. A partir das
discussões da comissão, os deputados vão formular alternativas para
enfrentar a crise em Minas e minimizar seus efeitos na população.
"Temos a preocupação de manter o foco
nas pessoas. Vamos tentar identificar que instrumentos podem fazer
com que as pessoas sejam menos atingidas pelos impactos da crise",
afirma o coordenador da comissão, deputado Sebastião Helvécio (PDT).
As reuniões serão semanais.
Outras presenças - Entre os participantes do
ciclo de debates (veja programação a seguir), também confirmaram presença o
vice-governador Antônio Anastasia, o presidente do Dieese, Tadeu
Morais de Sousa, e o diretor do Instituto Vox Populi, Marcos
Coimbra. Os debates terão, ainda, a participação do presidente do
Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter,
do presidente da Fiat na América Latina, Cledorvino Belini, e do
presidente do Conselho da Usiminas, Wilson Brumer.
As inscrições são limitadas e devem ser feitas por
meio dohotsite do Ciclo de Debates, no qual podem ser obtidas
outras informações sobre o Minas Combate a Crise. O evento
será transmitido ao vivo pela TV Assembleia (em Belo Horizonte, no
canal 11 da TV a cabo) e pode ser acessado também em tempo real
nos sites da ALMG e do Portal Uai.
Impactos na economia
A crise afetou de forma global as economias de
Minas Gerais e do Brasil, conforme demonstram os números do Produto
Interno Bruto (PIB), divulgados pelo IBGE. O PIB mineiro ficou
praticamente estagnado no quarto trimestre de 2008. Cresceu apenas
0,04%, em comparação com o mesmo período de 2007. Para se ter idéia
dos efeitos da crise, o quarto trimestre de 2007 havia registrado
crescimento de 7,69%, em relação aos três últimos meses do ano
anterior. O PIB brasileiro também foi afetado. No quarto trimestre
de 2008, a elevação foi de 1,27%, em relação a igual período do ano
anterior. O resultado é bem inferior aos 6,14% dos três meses finais
de 2007, na comparação com 2006.
Um dos setores mais atingidos da economia mineira
foi a indústria, segundo dados do IBGE e da Fiemg. A produção
industrial do Estado cresceu 1,6% em 2008, mas o desempenho poderia
ter sido melhor, não fossem os resultados de novembro e dezembro,
que registraram quedas de 22% e 27,1%, respectivamente, em relação
aos mesmos meses de 2007.
A desaceleração da economia tem reflexos na
arrecadação da União e do Estado. Em Minas, o Orçamento de 2009
estima receitas de R$ 40,8 bilhões. O cálculo, no entanto, foi feito
com base na expectativa de um crescimento de 5%. Agora, a previsão é
de crescimento zero, o que forçará a revisão da receita estimada,
formada principalmente pelo ICMS. De acordo com a Secretaria de
Estado da Fazenda, a arrecadação do imposto, em janeiro deste ano,
foi 3,67% inferior à do mesmo mês de 2008. Em fevereiro, a queda foi
ainda maior: 7,92%, na comparação com fevereiro do ano passado.
Os municípios, sobretudo os menores, também são
penalizados pela crise. Em fevereiro deste ano, o Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), repassado pelo Governo Federal,
caiu 13% em relação ao mesmo mês de 2008 e 7% em relação a janeiro
de 2009. Os dados, divulgados pelo Tesouro Nacional, são
preocupantes. Historicamente, o repasse do FPM costuma subir em
fevereiro na comparação com janeiro. O fundo representa, em média,
50% da arrecadação total das cidades com até 50 mil habitantes. Em
Minas, elas são a grande maioria: 789, num universo de 853
municípios.
Menos empregos - De
setembro a dezembro de 2008, foram fechados 179 mil postos de
trabalho em Minas Gerais, segundo o Cadastro Geral de Emprego e
Desemprego (Caged). O IBGE registrou elevação da taxa de desemprego
na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que passou de 5,2% em
novembro do ano passado para 6,4% em janeiro de 2009. No período de
outubro a fevereiro, o único setor do Estado que teve crescimento na
oferta de empregos foi o comércio. Todos os demais tiveram
desempenho negativo, com destaque para a indústria de transformação
e a agropecuária.
Apesar de contribuir para a redução na oferta de
empregos, o setor agropecuário teve desempenho positivo em Minas. O
PIB agropecuário do Estado cresceu 14,8% no ano passado, em relação
a 2007. Os motivos são o crescimento da demanda mundial por produtos
básicos e, conseqüentemente, dos preços. Porém, a expectativa é de
que o PIB do setor volte, este ano, aos patamares de crescimento
registrados em 2004 e 2005, quando a expansão foi de 4%. O comércio
alimenta a expectativa por dias melhores. Após a desaceleração
verificada a partir de setembro de 2008 (com retração de 5,2% em
novembro), o comércio varejista mineiro voltou a crescer em
dezembro, ainda de forma tímida.
CICLO DE DEBATES MINAS COMBATE A CRISE -
Programação
14 de abril (terça-feira) - Panorama internacional
e nacional frente à crise econômico-financeira
9 horas - Abertura
. Deputado Alberto Pinto Coelho - Presidente da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais
. Aécio Neves da Cunha - Governador do Estado de
Minas Gerais
. Robson Braga de Andrade - Presidente da Federação
das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)
. Álvaro Teixeira da Costa - Diretor-presidente do
Jornal Estado de Minas e vice-presidente do condomínio acionário dos
Diários Associados
. Rondon Pacheco - Ex-governador do Estado de Minas
Gerais (convidado de honra)
10h - A Crise Internacional e o Brasil:
Perspectivas
Expositor
. Henrique Meirelles - Presidente do Banco Central
do Brasil
14 horas - Panorama Internacional
Expositor
. Paulo Vieira da Cunha - ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do
Brasil e sócio e diretor de Pesquisas do Fundo de Mercados
Emergentes - Tandem Global Partners
Debatedor
. Amaury Bier - Ex-secretário-executivo do
Ministério da Fazenda e Presidente da Gávea Investimentos
Debate
16 horas - Coffee Break
16h30 - Panorama Nacional
Expositor
. Carlos Lupi - Ministro do Trabalho e
Emprego
Debatedor
. Professora Sulamis Dain - Economista e professora
titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
Debate
18 horas - Encerramento
15 de abril - A situação de Minas Gerais e o
combate à crise
9 horas - Abertura
. José Alencar Gomes da Silva - Vice-presidente da
República Federativa do Brasil
. Antônio Augusto Junho Anastasia - Vice-governador
do Estado de Minas Gerais
10 horas - Panorama de Minas Gerais
Expositores
. Professor Clélio Campolina Diniz - Economista,
professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais e
diretor-presidente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte
. Tadeu Morais de Sousa - Presidente do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
- Dieese
Debatedor
. Marcos Coimbra - Sociólogo e diretor do Instituto
Vox Populi de Pesquisas
Debate
14 horas - Panorama de Minas Gerais: Análise
Setorial
Expositores
. Jorge Gerdau Johannpeter - Presidente do Conselho
de Administração do Grupo Gerdau
. Cledorvino Belini - Diretor-presidente do grupo
Fiat na América Latina
Debatedor
. Gilman Viana - Secretário de Estado de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
Debate
16 horas - Coffee Break
16h30 - A Superação da Crise
. Sérgio Barroso - Secretário Estadual de
Desenvolvimento Econômico
. Paulo Paiva - Presidente do Banco de
Desenvolvimento de Minas Gerais - BDMG
. Wilson Nélio Brumer - Presidente do Conselho de
Administração da Usiminas
. Deputado Sebastião Helvécio - Coordenador da
Comissão Extraordinária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
para o Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira
Internacional
18 horas - Encerramento
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