O edital de outorga do Aeroporto Regional da Zona
da Mata deverá ser publicado no fim de abril ou no início de maio. A
previsão foi feita pelo superintendente de Controle Interno de
Outorgas da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas
(Setop), Diogo Prosdocimi, após reunião realizada nesta quarta-feira
(25/3/09), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião foi
solicitada pelo deputado Sebastião Helvécio (PDT) à Comissão de
Assuntos Municipais e Regionalização. A outorga é um modelo de
concessão pública em que o concessionário paga para explorar um
equipamento público por um certo número de anos.
Para Sebastião Helvécio, a reunião realizada pela
Comissão de Assuntos Municipais foi importante para esclarecer dois
pontos, principalmente. O primeiro é que, pelo modelo da concessão,
o Estado não terá custos extras após a outorga, uma vez que os
investimentos ainda necessários ficarão por conta da empresa que
vencer a disputa. "O concessionário administrará o aeroporto por sua
conta e risco", garantiu Prosdocimi. O outro esclarecimento
importante, para o deputado, foi a garantia de que as empresas a se
instalarem no novo aeroporto terão os mesmos incentivos fiscais e
tarifários que as de Confins.
Praticamente concluído, o Aeroporto Regional da
Zona da Mata está na divisa dos municípios de Goianá e Rio Novo, a
35 quilômetros de Juiz de Fora. As instalações começaram a ser
construídas em agosto de 2001. Desde então, foram investidos R$ 82
milhões, sendo R$ 66 milhões do Governo do Estado e o restante do
Comando da Aeronáutica. Essa informação é do assessor da
Superintendência de Assuntos Internacionais da Secretaria de Estado
de Desenvolvimento Econômico (Sede), Júlio Diniz Oliveira, que
também participou da reunião.
Uma das dificuldades para que o aeroporto passe a
operar plenamente é a necessidade de ampliação do acesso rodoviário,
obra que esbarra em pendências ambientais. De acordo com Prosdocimi,
no entanto, esta questão deverá ser resolvida em breve, talvez até
mesmo com a mudança do traçado da rodovia.
Aeroporto deve render R$ 660 milhões
A previsão da Setop, segundo Diogo Prosdocimi, é
que o Aeroporto Regional da Zona da Mata gere uma receita de R$ 660
milhões, em 20 anos. Para gerir esta receita, o concessionário
deverá pagar uma outorga mínima de R$ 31,2 milhões, divididos em
parcelas anuais, segundo a proposta que deverá constar no
edital.
Hoje, o aeroporto já conta com um terminal de
passageiros e uma pista de 2,5 quilômetros. A empresa que assumir as
instalações terá de equipar o aeroporto e começar a operá-lo em um
prazo de sete meses. Em 36 meses, deverá estar operando
internacionalmente. Caso sejam atingidos determinados números de
vôos, o edital deverá exigir investimentos extras, tais como a
ampliação da pista para 3,2 quilômetros em cinco anos; ou para 3,5
quilômetros em dez anos. Apesar de priorizar o transporte de cargas,
o aeroporto não poderá deixar de lado o transporte de passageiros,
segundo o gerente do Programa Aeroportuário de Minas Gerais, Marco
Migliorini, que também foi ouvido pela Comissão de Assuntos
Municipais.
De acordo com o representante da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico, Júlio Diniz Oliveira, a demanda para o
aeroporto fica clara quando se considera que boa parte dos produtos
destinados à Zona da Mata passa hoje pelo aeroporto de Campinas, no
Estado de São Paulo. Para Sebastião Helvécio, o ideal seria a
instalação, nas proximidades do aeroporto, de uma zona franca de
exportação, com tratamento alfandegário diferenciado. "Há um grande
potencial para a fruticultura na região, que pode ser alavancado
pelo aeroporto", afirmou o parlamentar.
A presidente da Comissão de Assuntos Municipais,
deputada Cecília Ferramenta (PT), disse que a apresentação sobre o
Aeroporto Regional foi uma boa oportunidade para os parlamentares de
diferentes regiões do Estado se informarem a respeito do projeto.
"Muitas vezes, os deputados ficam fechados na própria região e
quando participamos de reuniões como esta saímos com mais bagagem
para falar sobre o desenvolvimento do Estado", disse a
deputada.
Requerimentos - Foram
aprovados, durante a reunião desta quarta-feira, dois requerimentos
para realização de audiências públicas. O primeiro, de autoria dos
deputados Carlin Moura (PCdoB) e José Henrique (PMDB), solicita
reunião em Belo Oriente para discutir a instalação de comarca
judiciária no município.
O segundo requerimento, de autoria de Cecília
Ferramenta, pede reunião no município de Coronel Fabriciano, no Vale
do Aço, para discutir os problemas do Hospital Siderúrgica, único
totalmente voltado para o Sistema Único de Saúde (SUS) na região.
Segundo a deputada, o hospital pode fechar em conseqüência de
dificuldades financeiras.
Também foram aprovados seis requerimentos que
dispensam a apreciação do Plenário. Todos tratam de voto de
congratulações e manifestações de apoio, com exceção do que
encaminha à Promotoria do Patrimônio Público pedido de
providências com relação a denúncia de arbitrariedades que estariam
ocorrendo na Secretaria Municipal de Educação de Ouro Preto. As
denúncias foram recebidas em 11/3/09 pela Comissão de Direitos
Humanos, autora do requerimento.
Presenças - Deputada
Cecília Ferramenta (PT), presidente da comissão; deputados Sebastião
Helvécio (PDT), Ademir Lucas (PSDB) e Wander Borges (PSB). Além das
autoridades citadas no texto, participou da reunião a assessora da
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mônica
Lanna.