Hospitais deverão avisar sobre direito de crianças a acompanhante

Os hospitais poderão ser obrigados a afixar, em local visível, aviso informando sobre o direito de crianças e adolesc...

25/03/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Hospitais deverão avisar sobre direito de crianças a acompanhante

Os hospitais poderão ser obrigados a afixar, em local visível, aviso informando sobre o direito de crianças e adolescentes terem acompanhantes em tempo integral quando internadas, conforme estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Em caso de descumprimento, os estabelecimentos poderão ser advertidos e multados. Iniciativa nesse sentido recebeu parecer favorável na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em reunião realizada nesta quarta-feira (25/3/09), a comissão aprovou parecer favorável ao PL 2.727/08, da deputada Ana Maria Resende (PSDB), que trata da matéria.

O relator, deputado Ruy Muniz (DEM), apresentou o substitutivo n° 2 e opinou pela rejeição do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Esse primeiro substitutivo transformaria a obrigatoriedade do aviso em dispositivo a ser acrescentado à legislação já existente sobre os direitos de crianças e adolescentes. O substitutivo no 2 mantém a matéria em norma específica e acrescenta punições em caso de descumprimento. Agora o PL 2.727/08 segue para apreciação da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária.

O relator lembra que muitos direitos assegurados em lei não são efetivamente implementados ou respeitados pela sociedade, sendo necessário, às vezes, criar mecanismos para a sua divulgação. O substitutivo no 2 reescreve o projeto original mantendo seus objetivos fundamentais e propõe penalidades que se aplicam também às mais recentes normas estaduais similares.

Durante a discussão do parecer, os deputados sugeriram a retirada do dispositivo que previa a suspensão dos serviços de saúde nas unidades que descumprirem a determinação. "Pela natureza do serviço em questão, essa medida penalizaria o usuário", opinou o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT). Foram mantidas a advertência por escrito e a aplicação de multa de mil Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) para quem descumprir a lei.

Análise de projetos é adiada

A Comissão de Saúde examinou ainda outros dois projetos de lei, tendo os respectivos relatores solicitado mais prazo para apresentação de novos pareceres em função de sugestões levantadas durante a discussão. Um deles, o PL 3.002/09, do deputado Célio Moreira (PSDB), institui o Dia Estadual de Combate e Prevenção à Trombose e teve como relator o deputado Ruy Muniz. O segundo, o PL 2.740/08, do deputado Leonardo Moreira (DEM), torna obrigatória a instalação de bebedouros em casas noturnas e teve parecer inicial favorável do deputado Doutor Rinaldo (PSB).

O deputado Ruy Muniz, relator do PL 3.002/09, acatou a sugestão do vice-presidente da comissão, deputado Carlos Pimenta (PDT), de que fosse apresentado um substitutivo ao texto original para dar maior efetividade à futura lei. O novo texto deve incluir ações que possam transformar a data em momento de realizações práticas visando à conscientização sobre os riscos da trombose e a importância da prevenção. A trombose é a formação de um coágulo sangüíneo. O deputado Fahim Sawan (PSDB) concordou. "Vemos no Brasil campanhas pontuais, como a da Aids, feita só no Carnaval. É preciso adotar medidas também para o dia-a-dia".

O debate sobre o assunto começou quando o deputado Carlos Pimenta elogiou a iniciativa do projeto apresentando dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de um congresso europeu para mostrar a gravidade do problema, sobretudo quando há a chamada TVP, ou trombose venosa profunda, citada no projeto de lei.

"A trombose é uma das principais causas de mortalidade, e só nos Estados Unidos 50 mil pessoas morrem por ano", destacou Carlos Pimenta. O deputado revelou também medidas de alerta defendidas no Parlamento Europeu visando à adoção de mecanismos que garantam a conscientização da população. "Muitas vezes o que falta é uma orientação no próprio local de trabalho das pessoas ou em viagens mais longas, quando se deve movimentar as pernas para evitar o risco de uma trombose", registrou o parlamentar.

Em seguida, o deputado criticou o fato de 90% das leis aprovadas na ALMG, principalmente relacionadas à saúde, serem sancionadas e "engavetadas" pelo Executivo. "As leis do Executivo têm 100% de aplicação, enquanto as de iniciativa dos parlamentares não são regulamentadas", afirmou. "Espero que essa sobre a trombose não seja mais uma a ser engavetada", concluiu.

O deputado Célio Moreira, autor da proposição, pediu a palavra e deu um depoimento enquanto paciente, após ter sido vítima recente de trombose nas duas pernas. "Por falta de informações, as pessoas demoram a procurar atendimento, enquanto os riscos de a trombose provocar uma embolia pulmonar ou um acidente vascular cerebral são graves, podendo levar à morte".

Bebedouros - O PL 2.740/08, que obriga danceterias a instalar bebedouros para uso gratuito dos freqüentadores, deve receber um novo parecer do relator. Segundo o autor do projeto, o deputado Leonardo Moreira (DEM), o custo da água potável em casas noturnas "é aviltante, chegando a ser a ser maior que o de um chope ou cerveja - que, tomados no lugar da água, agravam a desidratação". Segundo o deputado, a legislação de muitos países europeus já garante a instalação dos bebedouros, o que pode estimular o consumo de água e não de bebidas alcoólicas, com benefícios à saúde de jovens.

A proposição foi elogiada quanto à intenção de reduzir danos à saúde, mas gerou polêmica. Os deputados Carlos Mosconi (PSDB) e Fahim Sawan questionaram se ela serviria para facilitar o consumo de drogas sintéticas. "Grande parte dos jovens vai para casas noturnas e raves para usar drogas, cada vez mais difundidas e ofertadas livremente, e depois necessita da água. Com a adoção de medidas como esta estamos admitindo a nossa incapacidade de reduzir a oferta de drogas", ponderou Fahim Sawan.

Diante dessa discussão, o relator do PL 2.740/08, deputado Doutor Rinaldo, pediu prazo para reapresentar seu parecer sobre a matéria.

Requerimentos - Durante a reunião foram aprovados três requerimentos de audiência pública. O deputado Adelmo Carneiro Leão pede que seja debatida a judicialização da saúde - prática em que o usuário aciona a Justiça para conseguir internações ou medicamentos junto às prefeituras. O deputado Célio Moreira solicitou a realização de reunião em Corinto para discutir a reabertura da Santa Casa e a inauguração da unidade básica de saúde no bairro São João. Por último, o deputado Wander Borges (PSB) solicita reunião para debater assuntos de interesse dos portadores da doença de Parkinson.

Presenças - Deputados Carlos Mosconi (PSDB), presidente; Carlos Pimenta (PDT), vice; Doutor Rinaldo (PSB), Fahim Sawan (PSDB), Célio Moreira (PSDB), Hely Tarqüínio (PV) e Adelmo Carneiro Leão (PT).

 

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