Projeto sobre localização de telefones terá alcance ampliado

O Projeto de Lei (PL) 900/07, que obriga empresas de telefonia a informar às autoridades policiais a localização de a...

24/03/2009 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Projeto sobre localização de telefones terá alcance ampliado

O Projeto de Lei (PL) 900/07, que obriga empresas de telefonia a informar às autoridades policiais a localização de aparelhos telefônicos, recebeu apoio dos participantes da audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta terça-feira (24/3/09). A proposta, de autoria do deputado Délio Malheiros (PV), foi discutida pela Comissão de Segurança Pública. O relator da matéria, deputado Tenente Lúcio (PDT), disse que irá acatar as sugestões feitas durante o debate, com o objetivo de ampliar o alcance do projeto. As alterações serão reunidas em um substitutivo a ser apresentado na próxima reunião da comissão, marcada para 31/3.

Délio Malheiros afirmou que a intenção da proposta é facilitar a ação das forças de segurança. O deputado deu como exemplo a possibilidade de localização de uma vítima de seqüestro relâmpago por meio do sinal do celular. Não se trata, segundo ele, de violar o sigilo telefônico dos usuários. "Quebra de sigilo seria informar que ligações estão sendo feitas daquele telefone", argumentou.

Sugestões - A primeira sugestão de ampliação do alcance do projeto foi do promotor Joaquim José Miranda Júnior, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais, que representou o Ministério Público de Minas Gerais na audiência. Para ele, além de informar a localização do aparelho, as operadoras deveriam ser obrigadas a fornecer dados cadastrais dos usuários. "Muitas vezes, temos a necessidade de saber o nome e o endereço do titular da linha, e as empresas criam toda sorte de obstáculos, sob alegação de quebra de sigilo", disse. O promotor acrescentou que as informações são importantes também em investigações do Ministério Público.

A tenente-coronel Neuza Maria Aparecida Mendes, assessora técnica do Sistema Integrado de Defesa Social do Estado, afirmou que o projeto não deve se restringir ao combate à criminalidade, mas ser útil também em situações de emergência. Ela sugeriu que nos telefonemas recebidos por números da polícia, dos bombeiros e de serviços de resgate apareçam automaticamente não só os dados da ligação, mas também as coordenadas da localização do aparelho que originou a chamada. A intenção é agilizar o atendimento. "Cinco minutos pode ser muito tempo quando a pessoa corre risco de morrer", declarou.

Demora na localização de aparelho prejudica investigações

O deputado João Leite (PSDB), presidente da Comissão de Segurança Pública, perguntou ao promotor Joaquim José Miranda Júnior qual o tempo necessário para que a Justiça obrigue a operadora de telefonia a fornecer dados sobre a localização de um aparelho. O promotor disse que pode chegar a 15 horas, o que prejudica um trabalho de investigação. O gerente de Fiscalização de Serviços da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em Minas, Hermann Bergmann, lembrou que, em alguns casos, a polícia precisa procurar também a Anatel, para saber qual operadora é responsável pelo número do celular. Hermann Bergmann afirmou que a agência de regulação não se opõe à divulgação dos dados. "A Anatel, no entanto, não pode forçar as empresas a divulgar essas informações", disse. Na opinião da deputada Maria Tereza Lara (PT), vice-presidente da Comissão de Segurança Pública, é necessário um trabalho de convencimento das empresas. "É preciso que elas tenham consciência da importância de participar da preservação da vida e da paz", afirmou.

A reunião teve, ainda, a participação de dois representantes da Polícia Civil, o coordenador-geral de Segurança, Mário José Correia Santos, e o coordenador da Divisão de Interceptação, Sebastião Fernando de Figueiredo. Ambos alertaram para a necessidade de inclusão no projeto de alguns mecanismos que evitem o uso indevido das informações sobre localização e dados cadastrais de usuários.

Mudanças - O substitutivo a ser apresentado pelo deputado Tenente Lúcio será o segundo relativo ao projeto. A proposta original de Délio Malheiros se restringe a empresas de telefonia celular, que ficariam obrigadas a informar a localização de aparelhos às polícias Militar e Civil, mediante solicitação dessas. O descumprimento da norma implicaria desacato à autoridade, sujeitando a empresa às punições previstas em lei.

Após exame, a Comissão de Constituição e Justiça propôs o substitutivo nº 1, que sujeita as empresas de telefonia fixa às mesmas determinações. O substitutivo acrescenta que a informação sobre a localização dos aparelhos será prestada de imediato, em caso de extorsão, ameaça à liberdade ou risco para a vida da vítima ou de terceiros. Por fim, retira do texto a menção ao desacato à autoridade e estipula como punição ao descumprimento da norma a multa de 20 mil unidades fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs).

Requerimentos - A Comissão de Segurança Pública aprovou, no fim da reunião, seis requerimentos. Quatro deles são de autoria da comissão: a promoção de audiência pública para conhecer o trabalho da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas da Secretaria de Defesa Social; a solicitação à presidência da ALMG de realização de campanha de prevenção da violência nos estádios de futebol, por meio da TV Assembleia; o convite ao comandante-geral da Polícia Militar para prestar esclarecimentos sobre a política de segurança do Estado; e o convite ao chefe da Polícia Civil, com o mesmo objetivo.

Também foram aprovados requerimentos da deputada Maria Tereza Lara, para que ela represente a comissão na Conferência Municipal de Segurança Pública de Betim; e do deputado Tenente Lúcio, para que seja realizada visita da comissão ao subsecretário de Administração Prisional de Minas, a fim de tratar de assuntos relativos a unidades prisionais de Betim e Uberlândia.

Presenças - Deputados João Leite (PSDB), presidente; Maria Tereza Lara (PT), vice-presidente; Tenente Lúcio (PDT), Rômulo Veneroso (PV) e Délio Malheiros (PV).

 

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