Deputados vão visitar as Serras da Calçada e da Moeda

A Comissão Especial das Serras da Calçada e da Moeda da Assembleia Legislativa de Minas Gerais fará uma visita técnic...

19/02/2009 - 00:04
 

Deputados vão visitar as Serras da Calçada e da Moeda

A Comissão Especial das Serras da Calçada e da Moeda da Assembleia Legislativa de Minas Gerais fará uma visita técnica à região no dia 12 de março. A decisão foi tomada em reunião nesta quinta-feira (19/2/09), quando também foi aprovado requerimento do relator, deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), para prorrogação dos trabalhos até o dia 3 de abril. As atividades se encerrariam na próxima terça (24). Segundo o relator, um dos objetivos da visita técnica é avaliar as áreas onde há exploração de minas e seu impacto ambiental, além de locais de futuras explorações. Ainda serão definidos os detalhes da visita, como horário e trechos a serem inspecionados.

A comissão foi criada a requerimento do deputado Fábio Avelar (PSC) para analisar o potencial para usos alternativos do solo e do subsolo das serras, junto com a preservação dos patrimônios arqueológico, espeleológico e natural dessas áreas, bem como seu potencial ecoturístico. Essa comissão é temporária e, ao final dos trabalhos, tem que aprovar um relatório final, a ser encaminhado aos órgãos ambientais, ao Ministério Público e à sociedade civil organizada, entre outros segmentos.

O relator explicou que a comissão pretende reunir as opiniões de todos os interessados, a fim de aprovar propostas para as serras da Calçada e da Moeda; e o deputado Fábio Avelar ponderou que essas sugestões deverão representar o consenso. Para o deputado Almir Paraca (PT), o trabalho da comissão é emblemático para o debate ambiental em Minas e remete a um conceito ainda em construção, que é o desenvolvimento sustentável. Paraca lembrou que há vários interesses na questão: o das mineradoras que já têm concessões de lavra expedidas e empreendimentos; o da sociedade, preocupada com a proteção das nascentes e a garantia da qualidade da água; e o do poder público, que tem a tarefa de normatizar e controlar usos e proteger as unidades de conservação.

Paraca opinou que outro ponto a ser avaliado é o papel da iniciativa privada de auxiliar a proteção ambiental. Ele citou proposta já discutida pela comissão especial, em audiência pública, de criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) na Serra da Calçada por parte da companhia Vale, que detém a autorização de lavra. O parlamentar ponderou, por outro lado, que é urgente a implementação, de fato, das unidades de conservação (UCs) previstas em lei. Na avaliação dele, seria importante aproveitar a vinda do secretário de Estado de Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para discutir o tema. A data ainda será definida.

Relatório da comissão poderá auxiliar análise de proposições

Na avaliação do deputado Almir Paraca, o relatório da Comissão Especial das Serras da Calçada e da Moeda servirá também para orientar a análise de três proposições que tramitam na Assembleia. Uma delas é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 16/07, do deputado Dalmo Ribeiro Silva, que está tramitando em 2º turno. A PEC pretende incluir a Serra da Moeda entre as áreas tombadas do Estado. Os trabalhos da comissão da PEC estão suspensos até a aprovação do relatório.

Outra proposição é o Projeto de Lei (PL) 124/07, do deputado Ivair Nogueira (PMDB), que aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça. O projeto propõe reduzir em 6,5% a área do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, com o objetivo de regularizar áreas ocupadas por mineradoras e um empreendimento imobiliário. O parque abrange os municípios de Belo Horizonte, Brumadinho, Ibirité e Nova Lima, atingindo uma área de 3.688,63 hectares.

A outra proposição é o PL 1.304/07, do deputado Délio Malheiros (PV), que foi anexado ao projeto anterior. Ele pretende integrar a Serra da Calçada ao Parque Estadual da Serra do Rola-Moça. Quase toda a serra pertenceria à mineradora Vale, que teria começado a fazer prospecções para lavrar minério de ferro. O trabalho teria sido embargado pela Justiça e a maior parte da Serra da Calçada teria sido tombada provisoriamente pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). Essas informações são de audiência realizada pela Comissão Especial das Serras da Calçada e da Moeda em novembro de 2008.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Fábio Avelar (PSC), que a presidiu; Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), relator; Almir Paraca e Weliton Prado, ambos do PT.

 

 

 

 

 

 

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