Direitos Humanos quer apuração de denúncias contra policiais

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais recebeu, nesta quarta-feira (18/2/09), denún...

18/02/2009 - 00:01
 

Direitos Humanos quer apuração de denúncias contra policiais

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais recebeu, nesta quarta-feira (18/2/09), denúncias contra policiais civis e militares e também de desrespeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Essas acusações geraram requerimentos, aprovados durante a reunião, que pedem providências no sentido de esclarecê-las. Todos são de autoria do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT).

O possível abuso por parte de policiais foi denunciado pela moradora do Morro das Pedras, em Belo Horizonte, Iara Suzana Martins. Ela contou que seu filho, Peter Thomas Martins Rocha, estava em liberdade condicional e, em dezembro do ano passado, policiais militares o abordaram. Mesmo sem portar drogas ou armas, Peter Thomas teria sido detido e encaminhado ao Ceresp do bairro Gameleira, onde, segundo Iara, foi espancado, humilhado e continua preso até hoje. Ela informou ainda que um detetive, identificado como Freire, a tratou com desrespeito e racismo.

Em função dessas denúncias, Durval Ângelo informou que a comissão vai solicitar às corregedorias das polícias Civil e Militar e também ao Centro de Apoio Operacional de Justiça de Direitos Humanos (CAO-DH) que investiguem os supostos abusos. Além disso, pedirá ao juiz da 2ª Vara de Tóxicos, Edson Feital, que agilize a análise do processo de Peter Thomas, uma vez que ele pode ter sido preso indevidamente.

Outro requerimento relacionado a suposto abuso policial pede a presença do major Eduardo Lucas de Almeida e do sargento Marcelo Bastos Sampaio na Assembleia. A Comissão de Direitos Humanos pretende obter explicações sobre uma denúncia feita por professores de artes marciais que teriam sido agredidos por eles no dia 29 de janeiro deste ano. Durval esclareceu que, caso não compareçam, os militares podem ser convocados, e não mais convidados, a prestar esclarecimentos.

Em virtude de uma denúncia feita pela Pastoral Carcerária e por um delegado de Betim a comissão aprovou um requerimento para visitar a delegacia do bairro PTB, naquela cidade. Segundo os denunciantes, 13 menores de idade encontram-se encarcerados ali, e as condições a que eles estão submetidos ferem o Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo Durval Ângelo, a manifestação do próprio delegado indica que a situação deve ser muito grave.

Outros requerimentos do presidente aprovados na comissão:

* Realização de audiência pública para discutir a situação das favelas em Belo Horizonte. Nela, os deputados pretendem obter mais esclarecimentos sobre o projeto Casa da Cidadania, criado pela Defensoria Pública do Estado para prestar assistência jurídica gratuita às comunidades das favelas. Outro tema da audiência será o PL 2.884/08, do deputado Durval Ângelo e da ex-deputada Elisa Costa (PT), que cria o Dia da Favela, a ser comemorado no dia 4 de novembro.

* Realização de uma audiência pública para debater a perícia técnica e os direitos humanos.

* Realização de um debate, no dia 9 de março, sobre o Dia Internacional da Mulher.

* Agendamento, para agosto deste ano, de um ciclo de debates para discutir os 30 anos da Lei da Anistia.

* Realização, pela ALMG, da Conferência Estadual da Igualdade Racial.

Um outro requerimento aprovado nesta quarta, de autoria do deputado Vanderlei Miranda (PMDB), pede o envio de ofício à Ouvidoria Geral do Estado, solicitando a apuração do vazamento dos dados de uma pessoa que fez ali uma denúncia anônima. No ofício, os deputados vão pedir que esse tipo de problema não volte a acontecer, uma vez que coloca em risco a vida do denunciante e prejudica a reputação daquela instituição.

Durante a reunião, três outras pessoas, além de Iara Suzana Martins, ocuparam o microfone. Cláudio Vilaça pediu a agilização do processo que determina o pagamento de indenização ao jornalista Herculano Pinto Filho, perseguido pelo regime militar. Narayan José denunciou perseguição política por parte da empresa de transporte de valores Prosegur. E Antônio Maçon pediu ajuda da comissão para conseguir uma cadeira de rodas.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Vanderlei Miranda (PMDB) e Jayro Lessa (DEM).

 

 

 

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