Delegados pedem apoio para aprovação da PEC 14/07

Cerca de 10 deputados reuniram-se com 80 delegados no Auditório da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta segu...

09/02/2009 - 00:01
 

Delegados pedem apoio para aprovação da PEC 14/07

Cerca de 10 deputados reuniram-se com 80 delegados no Auditório da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nesta segunda-feira (9/2/09), para discutir a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 14/07, de autoria do deputado Sargento Rodrigues (PDT). A proposta dá nova redação ao artigo 273 da Constituição do Estado, estendendo aos delegados de polícia as garantias funcionais inerentes aos defensores públicos e aos procuradores do Estado. A PEC já foi analisada em comissão especial, recebendo parecer favorável, e está pronta para apreciação no Plenário, em 1º turno.

Os deputados que participaram da reunião reconheceram a isonomia entre delegados, defensores e procuradores do Estado. Na reunião, foi sugerida a criação de uma comissão de deputados e delegados para levar a proposta ao vice-governador Antônio Augusto Anastasia. Estiveram presentes, além do deputado Sargento Rodrigues, os deputados Lafayette de Andrada (PSDB), Gustavo Valadares (DEM), Delvito Alves (DEM), Jayro Lessa (DEM), Weliton Prado (PT), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Vanderlei Miranda (PMDB), Antônio Júlio (PMDB) e Délio Malheiros (PV).

Isonomia - Na justificativa do projeto, o deputado Sargento Rodrigues informa que a PEC é resultado do Seminário Legislativo "Segurança para todos - Propostas para uma sociedade mais segura", realizado em 2006, pela Assembléia. Apresentada pelos delegados, a proposta foi uma das mais destacadas no seminário e teve como objetivo determinar a inserção dos delegados de polícia no rol das carreiras jurídicas do Estado.

Sargento Rodrigues destaca ainda que o delegado de polícia desenvolve uma atuação "que leva à verdade, que traz a justiça e que promove a paz". Ainda na justifica, argumenta que o delegado "é um agente jurídico do Estado, que atua no processo perante a Justiça nos mesmos moldes dos defensores públicos e dos advogados do Estado". Essa semelhança de atribuições (operação do direito) entre delegados de polícia, defensores públicos e advogados do Estado, segundo o deputado, foi reconhecida pelo poder constituinte originário, na Constituição mineira de 1989, em seu artigo 273, "que, injustamente, foi revogado em maio de 2000".

O deputado alega também que o delegado tem as mesmas exigências das demais carreiras jurídicas, como ser bacharel em Direito, com a inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), nos concursos públicos de ingresso, "por isso é justo que estes agentes públicos reivindiquem o mesmo sistema de proteção das carreiras jurídicas, todas elas subordinadas administrativamente ao Poder Executivo Estadual", acrescentou.

Rodrigues destacou também que, formalmente, no inquérito policial, a atuação jurídica do delegado de polícia (ratificação de prisões, representações e pedidos jurídicos diversos, aplicação da fiança, medidas assecuratórias, colheita de provas etc.) é toda disciplinada pelo direito constitucional, pelo Código de Processo Penal e por outras leis, assim como as atividades do defensor público, juiz, promotor e advogado.

Reajustes - Para o deputado Lafayette de Andrada (PSDB), a PEC 14/07 é justa e os delegados merecem integrar a carreira jurídica do Estado. Ele disse que não há entrave para o Estado equiparar o salário do delegado de polícia com o do defensor e do procurador do Estado. "São pouco mais de 1.100 delegados, o impacto financeiro não seria tão grande. O problema seria o reajuste na PM, porque há uma norma que prevê que o salário do delegado seja igual ao da maior patente da Polícia Militar, o coronel. Portanto, se o salário do delegado for alterado, o do corornel deverá ser também. E a alteração no salário do coronel PM refletirá nos demais postos", observou. Ele disse que a solução é aguardar a votação de uma PEC que está no Congresso Nacional e que trata do tema de forma mais ampla.

O deputado Sargento Rodrigues discorda da análise de Lafayette de Andrada. Segundo ele, a PEC não trata de salários, mas de estender certos atributos funcionais aos delegados, tendo em conta a semelhança das atividade do defensor público e do procurador. Rodrigues enfatiza o caráter constitucional da proposição. "Não há qualquer referência a salário na PEC, à equiparação salarial ou qualquer coisa do tipo. Há, sim, uma equiparação funcional, que já constava no artigo 273 da Constituição do Estado, extinto pela Emenda 40, de 2000".

Outros estados - Alguns Estados como Rio de Janeiro e Piauí, reconheceram expressamente em suas Constituições a atividade do delegado de polícia como de "carreira jurídica", sendo que outros já possuem projetos que tratam do tema em tramitação, como São Paulo e Rio Grande do Sul.

A PEC 14/07 foi apresentada em maio de 2007, tendo comissão especial designada em Plenário em 8 de maio de 2007. A Comissão Especial é composta pelos deputados Fahim Sawan (PSDB), presidente; Lafayete de Andrada (PSDB), vice; Leonardo Moreira (DEM), Ivair Nogueira (PMDB) e Durval Ângelo (PT).

 

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