ALMG retoma preparativos do Fórum sobre o Plano de Educação

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais retoma em fevereiro a preparação do Fórum Técnico sobre o Plano Decenal de E...

30/01/2009 - 00:08
 

ALMG retoma preparativos do Fórum sobre o Plano de Educação

A Assembléia Legislativa de Minas Gerais retoma em fevereiro a preparação do Fórum Técnico sobre o Plano Decenal de Educação, agendado para o período de 13 a 15 de maio, no Plenário da Casa, em Belo Horizonte. Na próxima quinta-feira (5/2/09), às 14 horas, no Plenarinho I, acontece a 6ª Reunião Preparatória com as entidades que apóiam o evento. Já foram definidas as etapas de interiorização e a realização de debates públicos na Capital, em preparação ao Fórum. O próximo passo é elaborar o regulamento do Fórum e a estratégia de mobilização. O objetivo de todos os encontros é colher sugestões para aprimorar o Plano Decenal, que tramita na ALMG na forma do Projeto de Lei (PL) 2.215/08, do Executivo. Ele estabelece objetivos, metas e ações estratégicas para a política educacional de Minas nos próximos dez anos.

As discussões sobre o Plano Decenal de Educação de Minas Gerais serão iniciadas no dia 13 de março, com a realização de debates públicos pela Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, no Plenário da ALMG. Entre os meses de março e abril, serão realizados oito encontros regionais no interior de Minas, nas cidades de Juiz de Fora, Varginha, Montes Claros, Uberlândia, Governador Valadares, Divinópolis, Araçuaí e Paracatu. Todas as propostas de alterações do PL 2.215/08 serão consolidadas em maio, na etapa final de Belo Horizonte. Nesses encontros, serão apresentadas e debatidas as metas e ações listadas no projeto, para que os participantes, divididos em grupos de trabalho, possam sugerir modificações.

Os encontros devem reunir sociedade civil, governo, gestores municipais, estudantes, professores, pais, conselhos de educação, representantes da educação indígena, quilombola e do campo, entre outros. Mais de 20 entidades representativas desses segmentos estão participando da preparação do Fórum. O requerimento para realização do evento é do deputado Carlin Moura (PCdoB) e da ex-deputada Elisa Costa (PT), que deixou o parlamento para assumir a prefeitura de Governador Valadares.

Hotsite - Informações sobre o Plano Decenal de Educação de Minas Gerais já estão disponíveis na página da Assembléia na internet - www.almg.gov.br -, no hotsite criado especificamente para esse tema. Além dos detalhes sobre o plano, suas diretrizes e metas, é possível acompanhar a tramitação do PL 2.215/08, consultar a legislação estadual e federal sobre o assunto e as estatísticas da educação em Minas.

Projeto abrange onze temas ligados à educação

O PL 2.215/08 atende à Lei Federal 10.172, de 2001, que determina aos estados, Distrito Federal e municípios a elaboração de planos decenais de educação, com base no Plano Nacional de Educação. Em Minas, a proposta abrange onze áreas, cada uma delas com objetivos, metas e ações estratégicas definidas. Uma das metas que se repete é a que visa à melhoria do desempenho dos alunos, a fim de que a universalização da oferta seja acompanhada da qualidade do ensino. A implementação das metas dependerá ainda de disponibilidade orçamentária e financeira.

Para a maioria dos níveis de educação, o governo planeja definir, em dois anos, os padrões de atendimento da educação, abrangendo os aspectos relacionados à infra-estrutura física, ao mobiliário e equipamento, aos recursos didáticos, ao número de alunos por turma, à gestão escolar e aos recursos humanos indispensáveis à oferta de uma educação de qualidade. Outra ação estratégica prevê, também em dois anos, a definição das habilidades e competências a serem adquiridas pelos alunos, bem como as metas a serem alcançadas pelos professores, a cada ano escolar, de modo a garantir o progresso dos alunos. Há também a previsão de um sistema de premiação para os professores em função dos bons resultados. Veja abaixo todas áreas listadas no projeto:

Educação infantil - Uma das ações prevê a ampliação de oferta de vagas em curso Normal de nível médio para formar docentes para educação infantil. Entre as metas, destacam-se a garantia de infra-estrutura física adaptada às necessidades das pessoas com deficiência em 100% das escolas de educação infantil, no prazo de cinco anos; a universalização do acesso à escola para alunos de 4 e 5 anos, em dez anos; e a ampliação progressiva da jornada escolar, visando a oferta de tempo integral para 40% dos alunos de 4 e 5 anos, em dez anos, priorizando os que se encontram em condição de maior vulnerabilidade social.

Ensino Fundamental - Estão entre as ações estratégicas a estruturação de um plano de segurança para as escolas públicas, com a colaboração da comunidade escolar. Além disso, em três anos, 100% dos alunos de educação infantil e fundamental deverão ter acesso a exames de acuidade visual e auditiva. As metas para esse nível incluem a ampliação do ensino fundamental para nove anos, com matrícula aos seis anos de idade, em todas as escolas públicas e privadas, até 2010; a elevação para 98%, em três anos, da taxa de atendimento escolar a alunos de 6 a 14 anos; a instalação de laboratórios de informática conectados à internet em todas as escolas de ensino fundamental em dois anos, e nas escolas municipais em seis anos; e a garantia de pelo menos uma escola com quadra coberta em cada município, no prazo de quatro anos.

Ensino Médio - Entre as metas para esse nível estão: universalizar o atendimento na faixa etária de 15 a 17 anos em dez anos; aumentar o número de matrículas no turno diurno em 10% em cinco anos, e em 30% em dez anos; ampliar progressivamente a jornada escolar diária, priorizando as áreas de maior vulnerabilidade social; atingir a marca de 100% dos alunos de escola pública de ensino médio com livro didático de todas as disciplinas, em quatro anos; reduzir em 40% as desigualdades regionais na qualidade do ensino, no prazo de dez anos; aumentar a taxa de conclusão do ensino médio para 60% em cinco anos, e para 85% em 10 dez anos.

Educação Superior - O planejamento do Executivo prevê compatibilizar as políticas e ações da educação superior com as demandas, expectativas e necessidades de desenvolvimento econômico, social e cultural do Estado, priorizando as áreas de maior vulnerabilidade social; a oferta da educação superior para 100% dos concluintes do Ensino Médio e, pelo menos, para 30% dos jovens de 18 a 24 anos, até o fim da vigência do plano; e a prioridade na formação de professores para as licenciaturas cuja carência for diagnosticada, eliminando em cinco anos, o déficit de professores habilitados.

Educação de Jovens e Adultos - A implantação um projeto de ensino com recursos didáticos e pedagógicos voltados para a educação de jovens e adultos; e a criação de uma avaliação sistêmica que atenda às especificidades da EJA estão entre as ações previstas no PL 2.215/08, assim como o atendimento à demanda por esse nível de ensino. As metas incluem a redução do analfabetismo em 60% em cinco anos e sua erradicação em dez anos; e a ampliação para 30% da oferta de vagas de EJA na opção formação profissional, no prazo de três anos.

Educação Especial - As ações para essa modalidade incluem a implementação de programas específicos de educação profissional para os portadores de necessidades especiais. Em cinco anos, todas as escolas de educação especial deverão ter infra-estrutura física adaptada às necessidades das pessoas com deficiência. E em dez anos, o atendimento a esse público deverá ser universalizado. Outra meta prevê instalar, em cada município mineiro, no prazo de quatro anos, pelo menos uma escola regular de ensino fundamental e médio preparada - em termos de profissionais capacitados, espaço físico e recursos didáticos - para o atender pessoas com necessidades educacionais especiais.

Educação Tecnológica e Formação Profissional - Compatibilizar a política de formação profissional com políticas de geração de empregos é uma das ações estratégicas dessa área, a partir de um sistema de informações sobre o mercado de trabalho e da cooperação entre o poder público e os setores produtivos. Em três anos, 100% das escolas públicas de ensino médio deverão oferecer, na parte diversificada do currículo, cursos de qualificação básica para o trabalho. A meta é ampliar em 200%, em cinco anos, e em 400% no prazo de dez anos o número de alunos de ensino médio de escolas públicas matriculados em cursos de formação profissional de nível técnico. A oferta de educação profissional a distância também deverá ser ampliada em 100% em dez anos.

Educação Indígena, de Escolas Rurais e Quilombolas - Uma das ações estratégicas prevê a implementação de projetos educativos próprios, incluindo plano curricular, métodos de ensino e materiais didáticos específicos e adequados a cada realidade. Em cinco anos, todas as escolas rurais, indígenas e de comunidades de remanescentes de quilombos deverão ter infra-estrutura física adaptada às necessidades das pessoas com deficiência. Em três anos, todas as escolas terão laboratório de informática com Internet. E em dez anos, o atendimento escolar de crianças e jovens indígenas e remanescentes de quilombos deverá ser universalizado.

Formação e Valorização dos Profissionais da Educação - Em quatro anos, o Executivo pretende rever e consolidar a legislação de pessoal dos servidores da educação das redes estadual e municipais. Outra ação estabelece um programa de formação continuada dos educadores e gestores da rede pública, com foco na utilização das novas tecnologias da informação e comunicação. Em dez anos, a meta é atingir 100% de professores com curso médio completo ou superior atuando na educação infantil; 80% de professores com nível superior atuando nas séries iniciais do ensino fundamental; e 100% nas séries finais. Nesse prazo, todos os professores do ensino médio deverão ter o curso superior completo. Além disso, o governo pretende reduzir o percentual de servidores com contrato temporário na rede pública em 50% em cinco anos e em 80% em dez anos.

Financiamento e Gestão - As diretrizes englobam a gestão democrática e descentralizada, através do fortalecimento dos órgãos colegiados das escolas e municípios e o aperfeiçoamento do processo de participação dos pais e da comunidade na gestão das escolas públicas. O Executivo também prega a consolidação e o aperfeiçoamento do processo de escolha democrática dos diretores das escolas públicas; e a efetiva descentralização e autonomia da gestão escolar nas dimensões pedagógica, administrativa e financeira. Outras metas são a exclusão progressiva, na folha de pagamento dos aposentados, do cálculo do mínimo de 25% destinados à educação no Estado e municípios; o incentivo aos municípios para que instituam a Ouvidoria da Educação; e a garantia de realização anual de Conferências Municipais de Educação.

Diálogo entre as Redes de Ensino e sua Interação - Em três anos, o Executivo pretende institucionalizar regime de cooperação Estado/municípios, estabelecendo regras e critérios capazes de nortear e aprimorar ações conjuntas. Essas ações incluem a distribuição das responsabilidades pelo atendimento da demanda da educação básica; o planejamento integrado, buscando a compatibilização e a harmonização dos currículos, programas, calendário e documentação relativa à vida escolar do aluno e avaliação, como parâmetros da ação educativa nas redes de ensino; e o compartilhamento dos dados estatístico-educacionais. Outra diretriz é aperfeiçoar a política de cooperação Estado/município relativa ao Programa de Transporte Escolar.

 

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