Projetos do Orçamento e do PPAG estão prontos para Plenário

Estão prontos para votação em turno único, pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, a primeira revisã...

18/12/2008 - 00:01
 

Projetos do Orçamento e do PPAG estão prontos para Plenário

Estão prontos para votação em turno único, pelo Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, a primeira revisão anual do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008-2011 e o Orçamento do Estado para 2009. São eles o Projeto de Lei (PL) 2.785/08 e o PL 2.786/08, respectivamente. Nesta quinta-feira (18/12/08), a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) ampliada aprovou os pareceres favoráveis aos projetos. O PPAG foi relatado pelo deputado Lafayette de Andrada (PSDB), enquanto que o deputado Zé Maia (PSDB) foi o relator do Orçamento. O PPAG mostra quanto e como o governo vai investir em setores como saúde, educação, segurança, meio ambiente e estradas; e o Orçamento deve estar "afinado" com esse plano.

O deputado Lafayette de Andrada destacou que a aprovação do PPAG e do Orçamento revela a importância que Minas dá para o planejamento, enriquecido pelos parlamentares e sociedade. Como acontece desde 2003, a discussão do PPAG e suas revisões têm ocorrido de forma participativa. Em 2008, a partir da análise de 441 propostas de ação legislativa originadas de sugestões populares em audiências na Capital e no interior, foram formuladas 138 emendas ao PPAG pela Comissão de Participação Popular (CPP). Elas foram incorporadas integralmente por Andrada, que estima em cerca de R$ 11,5 milhões seu impacto financeiro tanto no plano plurianual quanto no Orçamento. Em 2008, o impacto das emendas populares chegou a R$ 9,1 milhões.

O deputado Zé Maia, que preside a FFO, afirmou que o Orçamento a ser aprovado pela Assembléia "mudará para melhor a vida do povo de Minas". Todas as 51 emendas da CPP originadas de sugestões populares apresentadas ao Orçamento foram incorporadas. A receita estimada para 2009 é de R$ 38,98 bilhões, sendo R$ 28,18 bilhões de receita tributária. A receita de ICMS prevista é de R$ 23,64 bilhões (84% da receita tributária). Ele destaca os investimentos para 2009, lembrando que, somente de recursos do Orçamento de Investimento das Empresas Controladas pelo Estado, são R$ 5,82 bilhões. De acordo com o PL 2.786/08, o total de investimentos previstos é de cerca de R$ 11 bilhões, sendo R$ 3,88 bilhões com recursos do Orçamento Fiscal e R$ 1,27 bilhão de inversões financeiras, além dos R$ 5,82 bilhões.

PPAG terá monitoramento semestral da execução orçamentária

Uma novidade importante do parecer sobre o PL 2.785/08 é a previsão de um monitoramento semestral da execução orçamentária. Segundo Lafayette de Andrada, essa foi uma sugestão popular apresentada pela CPP. Dessa forma, em junho de 2009, serão realizadas audiências públicas na Assembléia, com o objetivo de avaliar a execução das metas físicas e financeiras do plano plurianual. O relator informou que a idéia é trazer os gerentes dos 57 projetos estruturadores do PPAG para que eles mostrem o que está sendo feito, facilitando, assim, o acompanhamento da execução orçamentária pelos parlamentares e pela sociedade civil organizada. Os estruturadores são projetos prioritários, com a garantia de aporte de recursos e gerenciamento unificado.

Sobre o acompanhamento da execução orçamentária, o deputado Sebastião Helvécio (PDT) opinou que é preciso consolidar os indicadores de avaliação de políticas públicas. Na visão do deputado, o legislador caminha para ser um avaliador dessas políticas.

Conteúdo - O relator do PL 2.785/08 destacou que todas as regiões serão contempladas e que os recursos já estão garantidos pelo Executivo. Como resultado das audiências de revisão do PPAG, foram apresentadas as seguintes sugestões, todas incorporadas: obras de infra-estrutura para escoamento da produção no Triângulo Mineiro; ações para diminuição da pobreza e das desigualdades sociais nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; ações na área de segurança, saúde e educação na Zona da Mata; e propostas relativas ao saneamento, no Norte. As audiências de revisão aconteceram em outubro e novembro em Itaobim, Ituiutaba, Barbacena, BH e Montes Claros.

Entre as emendas populares, estão as de apoio aos municípios no transporte escolar, incremento da merenda escolar, enfrentamento do trabalho infantil e da violência sexual contra crianças e adolescentes e também as que tratam da agricultura familiar e da assistência social no Estado. O relator também incorporou emendas para maior investimento na manutenção de estradas vicinais, criação de parque tecnológico, manutenção do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), apoio aos municípios na implantação de centros de atenção psicossocial infantil e a dependentes de álcool e drogas, além de medidas de apoio ao esporte olímpico e paraolímpico.

Deputados fazem questionamentos e relator esclarece dúvidas

Todos os parlamentares presentes à reunião elogiaram a revisão participativa do PPAG conduzida pela Assembléia em parceria com o Governo, mas alguns fizeram questionamentos. A deputada Elisa Costa (PT) criticou a etapa final do processo. Segundo ela, foram transformadas em "janelas" orçamentárias, com dotação simbólica, três propostas apresentadas que beneficiariam não somente Governador Valadares, mas o Vale do Rio Doce. Elas alocavam recursos para a construção de um campus universitário federal naquela cidade; a criação do Centro da Juventude, a fim de coibir a violência juvenil; e a construção de um aterro sanitário no município. "Está havendo discriminação. É porque agora Valadares terá um governo do PT?", questionou a futura prefeita.

O deputado Jayro Lessa (DEM) apoiou a deputada e se declarou preocupado com o que chamou de resistência do governador Aécio Neves a Elisa Costa. Ele reafirmou que o Rio Doce é uma região pobre e que precisa de investimentos públicos.

Na mesma linha de argumentação de Elisa Costa, o deputado Sebastião Helvécio questionou o porquê da mudança no conteúdo da emenda nº 214, apresentada por ele. A emenda originalmente alocava R$ 20 milhões para a construção de uma unidade de saúde de urgência e emergência na Zona Norte de Juiz de Fora, mas a redação do parecer prevê apenas uma "janela" orçamentária, de R$ 10 mil. O parlamentar se disse "preocupado e decepcionado", enfatizando que a construção do hospital foi um compromisso assumido pelo Executivo. Na avaliação do deputado, se já existe uma decisão de governo, não há porque determinar, agora, um limite orçamentário.

Outros questionamentos de Sebastião Helvécio tratam de emendas de sua autoria que previam a implantação de um parque tecnológico na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e ações para a conservação de remanescente de Mata Atlântica. De acordo com o parlamentar, essas emendas teriam sido consideradas prejudicadas.

Resposta do relator - Em resposta à deputada Elisa Costa, o relator destacou que já há manifestação expressa do Governo de colaborar com a construção do campus universitário federal em Valadares, o que havia sido informado antes pela parlamentar. Ele lembrou, por outro lado, que essa é uma obra do Governo Federal e que, "vindos os recursos de Brasília, Minas irá colaborar". Quanto ao hospital, o relator disse que os recursos para sua construção já estão garantidos. Tanto no caso de Valadares quanto no de Juiz de Fora, a opção do relator - orientado pelos técnicos do Executivo - foi prever apenas as "janelas" orçamentárias. Já as emendas relativas ao parque tecnológico e à unidade de conservação em Juiz de Fora tiveram parecer pela prejudicialidade porque haviam sido apresentadas na audiência de revisão de Barbacena - e incorporadas.

Ao fazer uma análise do processo de revisão do PPAG, o deputado Carlin Moura (PCdoB) destacou que "a participação popular dá um caráter democrático e republicano ao plano plurianual". Ele ponderou que, apesar de estarem sob a forma de "janelas", as propostas foram incorporadas. É o caso da inclusão da ação Bolsa Atleta no programa Minas Olímpica, solicitada por ele. A Bolsa Atleta está prevista também na Lei 17.803, de 2008, originada de projeto de Moura e é um incentivo aos atletas de modalidades olímpicas e paraolímpicas.

Saiba mais sobre o Orçamento

O PL 2.786/08 indica os valores e as formas de alocação dos recursos públicos, estima a receita e fixa a despesa do Estado em R$ 38,97 bilhões, prevendo-se um crescimento de receita da ordem de 10% sobre o Orçamento de 2008. A principal fonte de receitas continua sendo o ICMS, que tem arrecadação estimada em R$ 23,6 bilhões, representando 84% da receita tributária. No Orçamento para 2008, a previsão de receita do ICMS era de R$ 19,8 bilhões.

Pessoal - No grupo das despesas correntes, as despesas com pessoal e encargos sociais (R$ 15,648 bilhões) são as mais representativas, correspondendo a 40,15% da despesa fiscal total e 47,76% das despesas correntes. Em valores nominais, há um crescimento de 6,11% dos gastos com pessoal e encargos sociais em relação à despesa orçada em 2008. No entanto, a participação desse grupo de despesa na despesa total do Estado caiu de 41,44% em 2007 para 40,15% em 2009.

Entre as despesas correntes, destacam-se também os juros e encargos da dívida (R$ 2,344 bilhões), as transferências constitucionais aos municípios (R$ 7,2 bilhões, crescimento de 19% com relação a 2008) e a rubrica "outras despesas correntes", no valor de R$ 7,572 bilhões, destinada ao custeio operacional dos órgãos e entidades da administração pública estadual. Juntos, os gastos nessas três rubricas representam 43,91% da despesa total estimada fixada para 2009.

No parecer, o relator lembra ainda que as despesas "incomprimíveis" (que não podem ser reduzidas em decorrência de repartições ou vinculações constitucionais das receitas ou de sua essencialidade) somam R$ 26,49 bilhões (69,06% do total), excluídas as despesas relativas às vinculações para saúde, educação e pesquisa. Esse número, avalia o deputado Zé Maia, "demonstra o excessivo engessamento do Orçamento e as conseqüentes dificuldades para a eliminação de possíveis déficits nominais no decorrer da execução orçamentária de 2009, bem como para a alocação de recursos para novas ações".

Gastos por setor - O relator informa que os gastos previstos em educação e saúde, bem como nas ações de amparo e fomento à pesquisa, obedecem às exigências constitucionais de aplicação mínima de recursos. O parecer destaca que a análise percentual da despesa orçamentária em relação à receita prevista para 2009 indica que, excluída a função encargos especiais (que inclui o pagamento de juros da dívida), as funções com maior peso na composição da despesa são saúde (10,28%), segurança pública (12,78%), previdência social (12,47%) e educação (10,97%). A comparação com os exercícios anteriores mostra incremento nos gastos com assistência social, cultura, habitação, comércio e serviços, energia e transporte.

Na saúde, 23,46% dos R$ 594,8 milhões de investimentos previstos são em ações direcionadas para o saneamento básico. Outros 31,77% desse total são gastos no Pro-Hosp, em ações de fortalecimento e melhoria da qualidade dos hospitais do SUS e no financiamento de reforma, construção e equipamento das unidades básicas de saúde do Programa Saúde da Família (PSF). Na promoção e execução de ações de saúde estão previstos R$ 36,57 milhões em investimentos. Dos R$ 218,15 milhões de investimentos previstos em ciência e tecnologia, 97,4% são destinados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) para ações de fomento às atividades de pesquisa e inovação tecnológica, sendo 10,1% do total dos investimentos financiados com recursos provenientes de transferências da União por meio de convênios.

Serviço da dívida - As despesas com amortização e serviço da dívida estão orçadas em R$ 3,04 bilhões (7,8% da despesa orçamentária total). A amortização consome R$ 694,8 milhões (8,1% das despesas de capital) e o serviço da dívida - juros e outros encargos -, R$ 2,34 bilhões (7,2% das despesas correntes). Em relação a 2008, o total da dívida cresceu 5,24%, em função do aumento de 63,31% dos gastos com a amortização do principal. O gasto com o serviço da dívida, por sua vez, caiu 4,6% no mesmo período.

Emendas de deputados - Foram apresentadas 241 emendas parlamentares ao projeto de revisão do PPAG e 584 ao projeto do Orçamento.

Conclusão do parecer sobre o PPAG - O relator do PL 2.785/08 opinou pela aprovação do projeto com as emendas nºs 20, 52, 55, 56, 123, 155, 159, 161, 191, 196 a 202, 205, 211, 213, 215, 222, 243 a 250, 252 a 258, 261 a 273, 275, 276, 278, 279, 281, 282, 285, 287, 289, 290, 292 a 295, 297 a 303, 305 a 322, 324 a 326, 329, 330, 334 a 336, 338 a 350, 352 a 354, 357, 361 a 371, 373 a 376, 378 e 379, apresentadas por parlamentares e pela Comissão de Participação Popular; as emendas nºs 380 a 390 e 392 a 404, as subemendas nº 1 às emendas nºs 2, 9 a 11, 19, 21, 23 a 25, 28, 40, 42, 47, 49 a 51, 58, 61, 63, 70, 87, 89, 93, 108, 115, 117, 121, 132, 136, 154, 166, 176, 193, 210, 214, 216, 223, 227, 228, 234, 242, 251, 259, 260, 277, 283, 286, 291, 296, 304, 323, 327, 328, 332, 333, 351, 358, 372 e 377, e as subemendas nºs 1 e 2 à emenda nº 190, apresentadas pelo relator; e pela rejeição das emendas nºs 14, 22, 29 a 34, 36 a 39, 41, 43, 44, 46, 53, 54, 57, 66, 73, 74, 76 a 86, 92, 94 a 96, 100 , 105, 106, 113, 116, 118 a 120, 127 a 130, 133 a 135, 138, 139, 141, 145, 146, 157, 158, 160, 162 a 165, 171, 177 a 189, 192, 194, 195, 203, 204, 206 a 208, 212, 217 a 221, 224, 225, 229, 230, 233, 235, 236, 240 e 241. Com a aprovação das subemendas, ficam prejudicadas as respectivas emendas.

Ficam prejudicadas pela aprovação de outras emendas e/ou subemendas as emendas nºs: 1, 3 a 8, 12, 13, 15 a 18, 26, 27, 35, 45, 48, 59, 60, 62, 64, 65, 67 a 69, 71, 72, 75, 88, 90, 91, 97 a 99, 101 a 104, 107, 109 a 112, 114, 122, 124 a 126, 131, 137, 140, 142 a 144, 147 a 153, 156, 167 a 170, 172 a 175, 209, 226, 231, 232, 237, 238, 239, 274, 280, 284, 288, 331, 337, 355, 356, 359 e 360.

Conclusão do parecer sobre o Orçamento - O relator do PL 2.786/08 opinou pela aprovação do projeto com as emendas nºs 28, 49 a 51, 54 a 80, 83 a 95, 147 a 155, 162 a 176, 178 a 226, 228 a 240, 242 a 247, 251 a 260, 262 a 274, 288, 291 a 295, 298 a 301, 303 a 307, 313 a 346, 359 a 362, 365 a 378, 380 a 386, 419, 421 a 431, 435 a 474, 476 a 483, 506 a 513, 516 a 521, 523, 547 a 582, 584 a 588, 591 a 593, 595, 596, 598 a 612 e 624 a 644, apresentadas por parlamentares; com as emendas nºs 96 a 146, apresentadas pela Comissão de Participação Popular; com as emendas nºs 645 a 704, e as subemendas nº 1 às emendas nºs 9, 12, 13, 15, 52, 81, 157, 241, 279, 281 a 283, 285, 290, 296, 302, 309, 311, 347, 353, 356, 475, 514, 515, 522, 589, 590 e 594, apresentadas ao final deste parecer; e pela rejeição das emendas nºs 1 a 8, 10, 11, 14, 16 a 22, 29 a 45, 47, 82, 156, 158 a 161, 248 a 250, 261, 275 a 278, 284, 286, 287, 289, 297, 308, 312, 348 a 352, 354, 355, 357, 358, 363, 364, 379, 387 a 418, 420, 432 a 434, 484 a 505, 524 a 544, 546, 583, 597 e 613 a 623.

A emenda nº 53 fica prejudicada com a aprovação da emenda nº 693, a emenda nº 545 fica prejudicada com a aprovação da emenda nº 695, a emenda nº 280 fica prejudicada com a aprovação da emenda nº 703 e a emenda nº 310 fica prejudicada pela aprovação da subemenda nº 1 à emenda nº 309. As emendas nºs 9, 12, 13, 15, 52, 81, 157, 241, 279, 281 a 283, 285, 290, 296, 302, 309, 311, 347, 353, 356, 475, 514, 515, 522, 589, 590 e 594, ficam prejudicadas com a aprovação das respectivas subemendas nº 1. As emendas nºs 23 a 27, 46, 48, 177 e 227 foram retiradas pelos seus autores.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Zé Maia (PSDB), presidente; Jayro Lessa (DEM), vice-presidente; Elisa Costa (PT), Lafayette de Andrada (PSDB), Sebastião Helvécio (PDT), Célio Moreira (PSDB), Juarez Távora (PV), Carlin Moura (PCdoB), Inácio Franco (PV) e Antônio Júlio (PMDB).

 

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