Central do Brasil é homenageada em Reunião
Especial
Os 150 anos de criação da Estrada de Ferro Central
do Brasil foram lembrados durante Reunião Especial realizada na
noite desta sexta-feira (12/12/08), no Plenário da Assembléia
Legislativa do Estado de Minas Gerais. A reunião foi presidida pelo
deputado Vanderlei Jangrossi (PP), que representou o presidente da
ALMG, deputado Alberto Pinto Coelho (PP). De acordo com o autor do
requerimento que solicitou a reunião, deputado João Leite (PSDB), o
primeiro trecho da ferrovia, era chamado de Dom Pedro II, e foi
inaugurado no dia 29 de março de 1858, pelo próprio imperador
brasileiro. Mas foi em 15 de novembro de 1889, com a proclamação da
República, que a ferrovia ganhou o nome de Estrada de Ferro Central
do Brasil.
João Leite lembrou que a Central do Brasil se
expandiu de tal maneira até que, em 30 de setembro de 1957, com a
fundação da Rede Ferroviária Federal S.A (RFFSA), passou a fazer
parte do acervo patrimonial da nova empresa, juntamente com mais 19
empresas. Nos anos 90 a RFFSA foi desestatizada e a Central do
Brasil passou a ter quatro empresas sucessoras: MRS Logística;
Ferrovia Centro Atlântica; Supervia: e Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos.
O parlamentar criticou o atual sistema de
transporte que, de acordo com dados do Ministério dos Transportes,
custa ao brasileiro 30 mil vidas por ano, ou seja, uma morte a cada
nove minutos, além de gastos de cerca de R$ 22 bilhões por ano.
"Enquanto isso, nas grandes cidades, seus habitantes vão ficando
imobilizados , reféns do trânsito caótico, perdem a liberdade de ir
e vir", comentou.
O ambientalista e presidente da ONG Transporte e
Ecologia em Movimento (Trem), Nelson de Mello Dantas, lembrou que a
organização não é a única que tem se empenhado na defesa da memória
e do patrimônio ferroviário nacional e na luta pela retomada do
transporte de passageiros. Segundo ele, o empenho dessas
organizações resultou na proteção de vários patrimônios
ferroviários, mas ainda há muito o que fazer: ainda há vagões,
armazéns, estações, locomotivas, carros de passageiros, e pontes que
estão degradados e abandonados.
Nelson Dantas destacou também que o transporte
ferroviário de passageiros beneficia a sociedade, a cultura, o
turismo e a economia, reduz as desigualdades regionais, promovendo a
inclusão econômica, social e cultural dos cidadãos. "Seja em
percursos de longa ou média distância, ou em grandes centros
urbanos, é a forma de transporte mais eficaz e ecologicamente
correta", observou.".
O engenheiro ferroviário e representante da
Sociedade Mineira de Engenheiros, Geraldo Dirceu Oliveira, lembrou
que todas as nações desenvolvidas do mundo utilizam o trem como
transporte de passageiros. Citou como exemplos a França e Inglaterra
que possuem 50 mil quilômetros de ferrovia, e os Estados Unidos, que
têm 400 mil. Geraldo Dirceu Oliveira disse que o transporte
ferroviário é o que melhor funciona, e de forma mais barata. Na
opinião dele, o serviço público deve investir no transporte
ferroviário, de maneira que funcione, e que atenda da melhor forma o
cidadão mineiro.
Em seu discurso, o deputado Vanderlei Jangrosi (PP)
disse que o trem é a solução para as cidades que já apresentam
sérios problemas de transporte e de trânsito, e um "bom antídoto
contra o aquecimento global". Segundo o parlamentar, estudos
desenvolvidos na América do Norte revelam que a quantidade média de
carbono emitida por pessoa, nas grandes cidades que usam o
transporte ferroviário moderno, é muito menor que nas demais áreas.
E finalizou: "pesquisas de viabilidade econômica indicam que Belo
Horizonte pode ser a próxima conexão com o futuro trem-bala Rio-São
Paulo".
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