Agência RMBH: análise de emendas é adiada mais uma vez

A Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta quarta-fe...

03/12/2008 - 00:01
 

Agência RMBH: análise de emendas é adiada mais uma vez

A Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, nesta quarta-feira (3/12/08), parecer favorável de 2º turno ao Projeto de Lei (PL) 32/07, da deputada Elisa Costa (PT), que institui a Política Estadual de Engenharia e Arquitetura Públicas. Na mesma reunião, foi adiada pela segunda vez a votação do parecer sobre emendas ao Projeto de Lei Complementar (PLC) 28/07, que cria a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Agência RMBH). Com isso, encerrou-se o processo de discussão desse parecer, que precisa ser votado na próxima reunião.

O texto original do PL 32/07 autorizava a criação de um Núcleo Estadual de Engenharia e Arquitetura Públicas (Neap), com o objetivo de articular órgãos públicos, universidades, entidades representativas de engenheiros e arquitetos e movimentos de luta pela moradia popular, visando à elaboração e implementação de uma política estadual de engenharia e arquitetura públicas.

Entretanto, o texto aprovado pelo Plenário em 1º turno foi o substitutivo nº 1, elaborado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com as emendas 1 e 2. O substitutivo nº 1 retira a criação do Neap e institui a Política Estadual de Engenharia e Arquitetura Pública. A comissão considerou que o projeto original extrapolava as atribuições do Poder Legislativo. De acordo com o substitutivo, são objetivos dessa política estadual a prestação de assistência técnica às prefeituras para a elaboração de plano diretor; assessoria técnica gratuita para pessoas de baixa renda para a elaboração de projetos de construção; promoção de cursos de capacitação visando à economia e qualidade das construções; e adoção de medidas que evitem a ocupação de áreas de risco ou de proteção ambiental.

Nesta quarta-feira (3), o parecer aprovado pela Comissão de Assuntos Municipais recomenda que o Plenário mantenha o texto aprovado em 1º turno, com a adição de uma única emenda, de autoria da própria comissão, que apenas promove uma adequação jurídica do texto. O relator foi o deputado Weliton Prado (PT), presidente da comissão.

Adiada pela 2ª vez exame de parecer sobre Agência RMBH

Atendendo requerimento do próprio relator da proposta, deputado Wander Borges (PSB), foi adiada pela segunda vez a votação de parecer de sua autoria ao PLC 28/07, que cria a Agência RMBH. Borges atendeu os apelos dos deputados Gilberto Abramo (PMDB) e Fábio Avelar (PSC), que consideraram conveniente esperar um posicionamento do Poder Executivo sobre possíveis alterações na proposta.

Gilberto Abramo argumentou que, em reunião com prefeitos eleitos da Região Metropolitana de Belo Horizonte realizada na manhã desta quarta-feira (3), o vice-governador Antonio Anastasia se comprometeu a propor mudanças no texto do projeto, que é de autoria do governador Aécio Neves. As mudanças visariam tranqüilizar os prefeitos, afastando a possibilidade de a Agência RMBH reduzir a autonomia dos municípios. Abramo afirmou, no entanto, que seria melhor esperar que o Executivo esclareça os detalhes sobre as mudanças. Ele disse ter estranhado o fato de os deputados não terem sido convidados para a reunião com o vice-governador. O relator, Wander Borges, disse que entraria em contato com o Executivo para obter os esclarecimentos até esta quinta (4), quando se pretende votar o parecer de 1º turno.

O deputado Fábio Avelar disse ainda estar preocupado com o caráter executivo que o projeto atribui à Agência. Ele apresentou mais três propostas de emenda ao projeto, que se somam a outras três apresentadas pelo deputado Antônio Júlio (PMDB) no dia 21 de novembro. As seis propostas de emenda deverão ser votadas juntamente com o parecer de Wander Borges, em reunião extraordinária que seria convocada para esta quinta (4).

A proposta de emenda nº 4, de Fábio Avelar, altera o inciso II do parágrafo único do artigo 4º do substitutivo nº 1, de forma a permitir que a Agência Metropolitana possa estabelecer convênios ou contratos também com entidades estrangeiras, a fim de receber auxílio. A proposta de emenda nº 5 modifica o artigo 1º do substitutivo nº 1, de forma a explicitar o caráter técnico e de assessoramento do novo órgão, retirando qualquer referência que atribua à Agência caráter executivo. Já a proposta de emenda nº 6, também de autoria de Fábio Avelar, modifica os artigos 5º e 6º do substitutivo nº 1, trocando a expressão "penas restritivas de direito" por "sanções administrativas".

Projeto já recebeu mais de 20 emendas

Desde o início de sua tramitação, o PLC 28/07 já recebeu a emenda nº 1, da CCJ, e o substitutivo nº 1, da Comissão de Assuntos Municipais. Em Plenário, foram apresentadas as emendas de nºs 2 a 22. Por esse motivo, a proposta retornou à comissão de mérito para emissão de parecer sobre as emendas.

A Agência RMBH terá a missão de criar, propor e promover políticas públicas integradas para os 34 municípios metropolitanos. O substitutivo nº 1, além de promover pequenas alterações na redação, acrescenta novos órgãos de assessoramento, como assessorias de comunicação e de apoio técnico-administrativo. Entre suas fontes de receita estão as definidas no Orçamento do Estado e as transferências do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano.

A emenda nº 1, de autoria da CCJ, suprime o artigo 12, que autoriza o Executivo a remanejar, transportar ou transferir dotações aprovadas no Orçamento Estadual para custeio de projetos e ações na RMBH. O relator na CCJ, deputado Sebastião Costa (PPS), argumentou que os remanejamentos devem ocorrer dentro do limite autorizado pela ALMG anualmente, por meio das leis orçamentárias, não devendo se estabelecer, portanto, uma autorização permanente.

O parecer de Wander Borges, que está sendo analisado pela Comissão de Assuntos Municipais, recomenda a rejeição das emendas de nºs 2 a 22, apresentadas em Plenário. Para o relator, não se justifica o argumento de que as atribuições da Agência RMBH são muito genéricas no projeto, uma vez que elas são definidas pela Lei Complementar 88, de 2006. Além disso, Borges acrescentou em seu relatório as emendas de nºs 23 - que procura explicitar melhor os objetivos do Observatório de Políticas Metropolitanas - e a emenda nº 24, que procura definir melhor o poder de fiscalização da Agência RMBH.

Já as propostas de emenda do deputado Antônio Júlio foram apresentadas na Comissão de Assuntos Municipais durante o exame das emendas de Plenário. A primeira delas dá um prazo de 30 dias, contados da publicação da lei, para que o Executivo encaminhe projeto de lei contendo o procedimento administrativo de fiscalização e apuração das infrações, os critérios para aplicação de sanções, a competência e o procedimento para elaboração de normas técnicas complementares. A segunda proposta de emenda estabelece o mesmo prazo para que o Executivo encaminhe projeto sobre os objetivos, atribuições e operacionalização do Observatório de Políticas Metropolitanas. A última proposta também fixa prazo de 30 dias para o Governo do Estado enviar projeto contendo as competências e a composição do Conselho de Administração da Agência, entre outros órgãos da estrutura proposta.

Comissão fará audiência pública sobre demissões

A comissão aprovou também um requerimento do deputado Ronaldo Magalhães (PSDB) para realização de audiência pública conjunta com a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social. O objetivo é discutir demissões de funcionários da empresa Vale. A reunião deverá realizar-se no município de Itabira, em data a ser agendada.

Ronaldo Magalhães afirmou que a crise internacional foi o motivo apresentado pela Vale para demitir mais de 200 funcionários só em Minas Gerais. Além disso, mais de 4 mil trabalhadores estão em férias coletivas, 380 deles em Minas. Duas minas já foram paralisadas e a produção foi reduzida em 10%. Apesar desses números, Magalhães considera que as demissões são prematuras, uma vez que a subida do dólar evitou o prejuízo imediato para a empresa. Ele defendeu que a Vale adie as demissões, até que fique mais claro o impacto da crise no setor e sejam discutidas alternativas para os empregados e as economias locais.

Outro requerimento aprovado, de autoria dos deputados Fábio Avelar, Carlos Pimenta (PDT) e Weliton Prado, solicita o envio de ofício à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru) para que sejam realizados estudos para criação e implantação urgente da Agência Reguladora de Saneamento Público do Estado. Para os deputados, o atraso na implantação da agência é um risco para os mineiros, uma vez que não há garantia da qualidade da água, especialmente nos municípios não atendidos pela Copasa.

Presenças - Deputados Weliton Prado (PT), presidente da comissão; Ronaldo Magalhães (PSDB), vice; Wander Borges (PSB), Gilberto Abramo (PMDB), Fábio Avelar (PSC) e Dinis Pinheiro (PSDB).

 

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