ICMS Solidário monopoliza debates em reunião de Plenário

O debate sobre o projeto do ICMS Solidário marcou a Reunião Extraordinária de Plenário da Assembléia Legislativa de M...

02/12/2008 - 00:01
 

ICMS Solidário monopoliza debates em reunião de Plenário

O debate sobre o projeto do ICMS Solidário marcou a Reunião Extraordinária de Plenário da Assembléia Legislativa de Minas Gerais na noite desta terça-feira (2/12/08), quando estavam em pauta 22 proposições, entre elas o projeto que reajusta os salários dos servidores do Judiciário. Acompanhada por representantes desses servidores, a reunião terminou após duas horas, sem votações. O Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), propõe nova distribuição da receita do ICMS pertencente aos municípios, alterando a chamada Lei Robin Hood. Cerca de R$ 9 milhões da arrecadação do ICMS poderão ser redistribuídos, o que significa 2,10% do valor total repassado aos municípios.

Quem iniciou o debate sobre o ICMS Solidário foi o deputado Getúlio Neiva (PMDB), que informou coordenar grupo de deputados criado pela Mesa para acompanhar a tramitação do projeto e ajudar a construir o consenso sobre o tema. Ele questionou a forma como foi conduzida, nesta terça (2) à tarde, a análise do PL 637/07 pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO). Essa comissão terá que dar um parecer sobre emendas e substitutivos apresentados em Plenário à matéria, durante sua discussão em 1º turno.

Segundo o deputado do PMDB, a reunião foi "intempestiva", o grupo de trabalho não foi ouvido e o relator designado, deputado Lafayette de Andrada (PSDB), não conhecia o teor do parecer elaborado pela área técnica. Para ele, o que ocorreu foi uma "jogada regimental" para impedir a votação do projeto este ano. Ele entende que há medidas para protelar a decisão sobre a matéria por parte dos representantes das regiões que vão perder receita, caso a proposição vire lei.

O presidente da comissão, deputado Zé Maia (PSDB), e o relator contestaram a avaliação de Neiva. O presidente ponderou que, regimentalmente, cabe à FFO analisar as emendas apresentadas, além de destacar que todo o processo foi conduzido de forma democrática, com o repasse de informações aos demais parlamentares, inclusive antes da reunião. O deputado Lafayette de Andrada considerou a polêmica um mal-entendido e informou que o que foi apresentado à tarde foi, na verdade, uma minuta de parecer. Ele se disse aberto a entendimentos e defensor do consenso.

Ao final da reunião, o 1º-vice-presidente da ALMG, deputado Doutor Viana (DEM), que conduziu os trabalhos, informou que levará ao presidente Alberto Pinto Coelho (PP) a reivindicação de se colocar o projeto em votação no Plenário. Para que isso ocorra, acrescentou, é preciso que a matéria receba antes o parecer da FFO.

Palavra dos deputados - Quinze parlamentares discutiram o ICMS Solidário. Em apoio às palavras de Getúlio Neiva e em defesa da votação urgente do PL 637/07 falaram os deputados Fábio Avelar (PSC), Paulo Guedes (PT), Arlen Santiago (PTB), Carlos Pimenta (PDT), Adalclever Lopes (PMDB), Luiz Tadeu Leite (PMDB) e Wander Borges (PSB), além da deputada Elisa Costa (PT). Alguns acenaram inclusive com a hipótese de obstrução até que o projeto seja colocado em pauta. Na maioria das falas, o tom foi de crítica à atual forma de distribuição do ICMS e ao fato de que poucos municípios ficam com a maior parte do bolo arrecadado, em detrimento da maioria - que inclui cidades carentes do Norte de Minas e dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Rio Doce.

Já os deputados Domingos Sávio (PSDB), Ronaldo Magalhães (PSDB) e Carlin Moura (PCdoB) ponderaram que a Comissão de Fiscalização Financeira apenas cumpriu seu papel regimental. Lembraram que o projeto é polêmico e difícil e que, para construir o consenso, o clima da conversa deve ser outro. Na avaliação de Carlin Moura, o mais importante é rever os critérios para cálculo do Valor Adicionado Fiscal (VAF), lembrando ainda que o projeto não será suficiente para promover um verdadeiro desenvolvimento regional. Já o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB) ponderou que, se as desigualdades regionais não serão resolvidas, pelo menos o projeto poderá contribuir para maior justiça tributária.

PMDB questiona - Antes do debate sobre o PL 637/07, os deputados Gilberto Abramo, Antônio Júlio, Adalclever Lopes e Sávio Souza Cruz, todos do PMDB, já haviam feito questionamentos sobre pontos da ata da reunião anterior, lida pela deputada Cecília Ferramenta (PT).

 

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