Agência RMBH: votação de parecer sobre emendas de Plenário é adiada

Requerimento do deputado Antônio Júlio (PMDB) para o adiamento de votação do parecer sobre emendas apresentadas em Pl...

20/11/2008 - 00:02
 

Agência RMBH: votação de parecer sobre emendas de Plenário é adiada

Requerimento do deputado Antônio Júlio (PMDB) para o adiamento de votação do parecer sobre emendas apresentadas em Plenário ao Projeto de Lei Complementar (PLC) 28/07 foi aprovado nesta quinta-feira (20/11/08) na Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. De autoria do governador, o PLC 28/07 cria a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Agência RMBH). Antes de ser adiada a votação, o parecer chegou a ser lido pelo relator, deputado Wander Borges (PSB). O deputado Antônio Júlio também apresentou três propostas de novas emendas ao projeto.

Desde o início de sua tramitação, o PLC 28/07 já recebeu a emenda nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e o substitutivo nº 1, da Comissão de Assuntos Municipais. Em Plenário, foram apresentadas as emendas de nºs 2 a 22. Por esse motivo, a proposta retornou à comissão de mérito para emissão de parecer sobre as emendas. No parecer lido nesta quinta-feira (20), o relator Wander Borges recomenda a rejeição das emendas de nºs 2 a 22 e apresenta as emendas de nºs 23 e 24.

A Agência RMBH terá a missão de criar, propor e promover políticas públicas integradas para os 34 municípios metropolitanos. O substitutivo acatado pela Comissão de Assuntos Municipais foi enviado pelo próprio governador. Além de promover pequenas alterações na redação, acrescenta novos órgãos de assessoramento, como assessorias de comunicação e de apoio técnico-administrativo. Entre suas fontes de receita estão as definidas no Orçamento do Estado e as transferências do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano.

A emenda nº 1, de autoria da CCJ, suprime o artigo 12, que autoriza o Executivo a remanejar, transportar ou transferir dotações aprovadas no Orçamento Estadual para custeio de projetos e ações na RMBH. O relator na CCJ, deputado Sebastião Costa (PPS), argumentou que os remanejamentos devem ocorrer dentro do limite autorizado pela ALMG anualmente, por meio das leis orçamentárias, não devendo se estabelecer, portanto, uma autorização permanente.

Deputado diz que Agência tira poderes dos prefeitos

Para o deputado Antônio Júlio, a proposta da Agência RMBH tira poderes dos prefeitos de municípios metropolitanos e os ameaça com multas milionárias. Isso porque o artigo 4º do substitutivo, em seu parágrafo único, autoriza o órgão a fiscalizar e aplicar sanções aos infratores das normas e diretrizes de planejamento e execução de atribuições públicas de interesse comum da RMBH, em especial quanto a normas de parcelamento do solo metropolitano, previstas na legislação federal e estadual específica. Já o parágrafo 5º do artigo 7º estipula que as multas podem chegar a R$ 1 milhão. "O projeto não explica contra quem serão aplicadas essas multas. Os prefeitos vão estar sujeitos ao arbítrio da Agência", afirmou o deputado do PMDB.

Além disso, Antônio Júlio disse considerar que o PLC 28/07 promove o "empreguismo" ao criar, em seu artigo 3º, o Observatório de Políticas Metropolitanas, com o objetivo de integrar a comunidade na produção e disseminação de conhecimento na área de governança metropolitana. Para o parlamentar, o projeto extrapola ao atribuir poderes executivos ao novo órgão. "O PMDB não é contra a Agência. Somos contra a agência executiva. O planejamento é importante, mas a agência não pode ser executiva", salientou o deputado.

A primeira das três novas propostas de emenda de Antônio Júlio ao PLC 28/07 dá um prazo de 30 dias, contados da publicação da lei, para que o Executivo encaminhe projeto de lei contendo o procedimento administrativo de fiscalização e apuração das infrações, os critérios para aplicação de sanções, a competência e o procedimento para elaboração de normas técnicas complementares. A segunda proposta de emenda estabelece o mesmo prazo para que o Executivo encaminhe projeto sobre os objetivos, atribuições e operacionalização do Observatório de Políticas Metropolitanas. A última proposta também fixa prazo de 30 dias para o Governo do Estado enviar projeto contendo as competências e a composição do Conselho de Administração da Agência, entre outros órgãos da estrutura proposta.

Relator recomenda rejeição de emendas

A respeito das três propostas de emendas apresentadas nesta quinta-feira (20) pelo deputado Antônio Júlio, o relator Wander Borges disse que não cabe ao Legislativo, conforme interpretação dos tribunais superiores, fixar prazo para ações do Executivo. Ainda assim, não chegou a recomendar de imediato a rejeição das propostas e concordou com o pedido de adiamento da votação de seu parecer.

O parecer de Wander Borges recomenda a rejeição das 21 emendas apresentadas em Plenário. Para o relator, não se justifica o argumento de que as atribuições da Agência RMBH são muito genéricas no projeto, uma vez que estas atribuições são definidas pela Lei Complementar 88, de 2006. Para ele, as emendas de nºs 2 a 4 e 7 a 17 - todas elas supressivas - desconfigurariam a proposta que cria a agência metropolitana.

Com relação à emenda nº 5, que exige a aprovação do Plano Diretor Metropolitano pela Assembléia Legislativa, Borges argumenta que a Constituição e a Lei Complementar 88, de 2006, atribuem ao Conselho Deliberativo da Região Metropolitana a aprovação do referido plano. "O mesmo instrumento de planejamento não pode depender da aprovação de duas instituições, ainda mais se uma delas tem representantes na outra", afirmou o relator.

As emendas de nºs 6 e 18 a 21, segundo Borges, nem chegaram a ser avaliadas, pois os autores não definiram se elas se aplicariam ao substitutivo nº 1 ou ao projeto original. Já a emenda nº 22 propõe a supressão do inciso V do artigo 5º do substitutivo nº 1, para que não se considere infração administrativa o descumprimento de normas e diretrizes do planejamento urbano. "Não há razão para acatar tal proposição", sentenciou o relator.

Além disso, Borges acrescentou em seu relatório as emendas de nºs 23 e 24 ao PLC 28/07. A emenda nº 23 procura explicitar melhor os objetivos do Observatório de Políticas Metropolitanas. Já a emenda nº 24 reescreve o inciso VII do parágrafo único do artigo 4º, definindo melhor o poder de fiscalização da Agência RMBH. Segundo o novo texto, caberá ao órgão a fiscalização do cumprimento das normas e diretrizes de planejamento e execução de função pública de interesse comum na RMBH, em especial quanto a normas de parcelamento de solo metropolitano para fins urbanos em áreas de interesse especial ou limítrofe de município do colar metropolitano ou em áreas deste que pertençam a mais de um município, sem prejuízo das competências municipais.

Requerimento - Foi aprovado ainda, durante a reunião, requerimento de autoria do deputado Paulo Guedes (PT), para que seja realizada audiência pública em São Francisco (Norte de Minas), a fim de discutir a grave situação de seca na região, onde a estiagem já dura sete meses.

Presenças - Deputados Weliton Prado (PT), presidente da comissão; Ronaldo Magalhães (PSDB), vice; Wander Borges (PSB) e Antônio Júlio (PMDB).

 

 

 

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