Comissão vai pedir revisão de processo sobre crime no interior

"Tudo indica que a comissão se depara novamente com um possível caso de erro de decisão judicial", afirmou ontem o de...

20/11/2008 - 00:04
 

Comissão vai pedir revisão de processo sobre crime no interior

"Tudo indica que a comissão se depara novamente com um possível caso de erro de decisão judicial", afirmou ontem o deputado e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Durval Ângelo (PT), na cidade de São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas. Lá, Cristiano Marcos Duarte e Luiz Fernando Felipe, dois condenados pelo homicídio de Aquiles Soares Ângelo, estão presos na cadeia pública e alegam que foram obrigados a confessar. O crime foi supostamente assumido por outro preso, José Carlos Sabiá, conhecido como Bembem. Um terceiro condenado, Clayton Silva, está foragido e também declara-se inocente. Após ouvir várias testemunhas e supostos envolvidos no caso, o parlamentar avisou que será pedida ao Conselho Nacional de Justiça a revisão do processo que o levou à cidade.

Na cadeia, Durval Ângelo ouviu detentos e testemunhas. De acordo com os relatos, Bembem teria falado que matou Aquiles Soares. Mas, ao deputado, Bembem argumentou que isso era mentira e que ele fora surrado por companheiros de cela para confessar o crime. Ele alegou também que no dia do assassinato estava em Betim, com a ex-esposa e os filhos. Os outros detentos confirmaram que ouviram a declaração de culpa. Um dos presos ouvidos, irmão de Bembem, comentou que escutou a confissão na própria noite do assassinato.

Ameaça - Logo depois, na Câmara Municipal, a advogada Maria Augusta Vilela Tavares afirmou que, no julgamento do caso, os réus Cristiano Marcos Duarte e Luiz Fernando Felipe e as testemunhas foram coagidos pelos supostos assassinos e obrigados a mentir. Ela também afirmou que Bembem estava presente durante o julgamento junto a outros homens, chamados de paulistas, ligados ao tráfico de drogas, que moravam na cidade na época do assassinato. "Toda a população sabia que eles estavam lá", disse Augusta, que questionou a atitude do juiz e da promotoria no caso, já que havia a suspeita de coerção das testemunhas e dos réus.

Durval Ângelo afirmou que há a possibilidade de que os supostos envolvidos nesse caso sejam os mesmos que participaram do assassinato de José Oscar Pereira Paiva, no dia 3 de março deste ano, em Conceição do Rio Verde, caso também discutido pela comissão. Paiva foi morto durante assalto a uma casa lotérica na área central da cidade.

A Comissão de Direitos Humanos vai enviar as notas taquigráfica s das conversas na Delegacia de Polícia e na Câmara Municipal de São Gonçalo do Sapucaí ao Conselho Nacional de Justiça e às corregedorias do Ministério Público e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, junto à solicitação de revisão do processo.

Também serão enviados ofícios à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao juiz da Vara de Execuções solicitação de progressão da pena de Flávio Alves. Flávio foi um dos ouvidos pelo deputado e pediu auxílio para conseguir os benefícios a que teria direito.

Convidada pela comissão, a promotora de Justiça da Comarca, Gláucia Baleroni Pacheco não compareceu à reunião.

Homenagem - No fim da reunião, o deputado Durval Ângelo recebeu o título honorário de Cidadão Sãogonçalense.

Presenças - Deputado Durval Ângelo (PT), presidente; o presidente da Câmara, vereador Benedito Álvaro Cunha; a vice-presidente, vereadora Creusa Romualdo Azevedo da Silva; o secretário da Câmara, vereador Antony Barouch; o vereador Luiz Fernando Azevedo; a vereadora Maria Geralda de Paiva Azevedo; o delegado, Wellington Clair de Castro; o vereador Valter Duarte; o pai da vítima assassinada, Joaquim Ângelo; o presidente do PT municipal, Sílvio Tavares dos Santos; e citados acima.

 

 

 

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