Comissão é favorável a Paulo Araújo no Conselho de Educação

Com um discurso a favor do ensino público em tempo integral, que considera capaz de revolucionar a educação em Minas,...

19/11/2008 - 00:02
 

Comissão é favorável a Paulo Araújo no Conselho de Educação

Com um discurso a favor do ensino público em tempo integral, que considera capaz de revolucionar a educação em Minas, o ex-deputado Paulo José de Araújo recebeu parecer favorável para integrar o Conselho Estadual de Educação. A Comissão Especial presidida pelo deputado Lafayette de Andrada (PSDB) teve como relator Elmiro Nascimento (DEM) e aprovou seu parecer nesta quarta-feira (19/11/08). Nascimento considerou a "ampla experiência como profissional na área de recursos humanos" para opinar que Araújo será capaz de "desempenhar com competência as elevadas funções de conselheiro". O parlamentar considerou que o indicado respondeu "com clareza e objetividade as questões que lhe foram apresentadas".

Paulo Araújo, formado em Direito pela PUC Minas, foi deputado estadual de 1983 a 1987 e já exerceu o cargo de conselheiro na Câmara de Ensino Superior. Foi também administrador público na extinta MinasCaixa, na Secretaria de Administração, na Dataprev e pró-reitor da Unipac.

Os primeiros questionamentos vieram do deputado Lafayette de Andrada, pedindo ao indicado para falar sobre a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que limita os poderes do Conselho Estadual de Educação. Araújo explicou que o STF julgou em setembro último uma ação direta de inconstitucionalidade contra ato das disposições transitórias da Constituição Mineira que submetia à autoridade do Conselho as fundações educacionais de Minas, criadas pelo poder público, mas mantidas pela iniciativa privada. Com a decisão, 34 dessas fundações saíram da alçada do Conselho, restando apenas a Uemg e a Unimontes. Lafayette concluiu que o Conselho ficará praticamente restrito aos ensinos fundamental e médio.

Indicado considera "excrescência" o cadastro de inadimplentes

Elmiro Nascimento pediu ao indicado que resumisse sua atuação no primeiro mandato no Conselho. Paulo Araújo informou que contribuiu para estabelecer critérios de fiscalização para os cursos de ensino superior, e também de orientação, mudando o escopo da atuação da Câmara de Ensino Superior.

O relator pediu também a opinião de Araújo sobre a aprovação plena de apenas cinco instituições de ensino superior em Minas, pelo INEP, e se isso não se deveria às deficiências do ensino médio. Este respondeu que seria preciso investir na escola em tempo integral, motivando e remunerando melhor os professores, para fazer uma revolução no ensino público. Seria a retomada dos ideais que criaram os Caics e Cieps, com metodologia bem aplicada e recursos adequados.

Questionado pelo deputado Carlin Moura (PCdoB), Araújo considerou "uma excrescência" a proposta de um cadastro de inadimplentes para punir pais e alunos em débito com as escolas privadas. "Há outras maneiras de negociar dívidas escolares. Tenho muita dúvida sobre a legalidade da proposta, e nenhuma sobre a sua imoralidade. Muitas instituições repudiam essa iniciativa e já mandaram retirar seus nomes da lista desse cadastro", afirmou.

O deputado Fábio Avelar (PSC) comentou o escândalo das 29 faculdades de Direito que foram descredenciadas depois que 90% de seus alunos fracassaram no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e pediu uma opinião sobre a proliferação dos cursos à distância, que teriam aumentado em 600% em pouco tempo. Paulo Araújo disse que o problema dessas péssimas faculdades não existe em Minas, onde os cursos de Direito primam pela qualidade e obtêm altos índices no exame da OAB. Quanto ao ensino à distância, comentou que ele oferece facilidades para o aprendizado e oportunidades para a fraude. Concorda que, bem controlado, possa ser utilizado para pós-graduação, e mesmo assim com etapas presenciais. Os cursos de graduação ele defende que sejam exclusivamente presenciais.

Presenças - Deputados Lafayette de Andrada (PSDB), presidente; Elmiro Nascimento (DEM), relator; Fábio Avelar (PSC) e Carlin Moura (PCdoB).

 

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