Comissão pede agilidade no inquérito sobre morte de
ex-prefeito
A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia
Legislativa de Minas Gerais vai pedir aos governos estaduais mineiro
e capixaba que agilizem a apuração do assassinato do ex-prefeito de
São Francisco do Glória, Gilberto Souza e Silva (DEM). Em reunião
realizada nesta quarta-feira (19/11/08) naquela cidade da Zona da
Mata, os deputados ouviram explicações sobre o andamento das
investigações e perceberam que os trabalhos estão se arrastando sem
que se esclareça a responsabilidade sobre o crime.
Gilberto Souza e Silva foi atingido por tiros na
cabeça e na nuca no dia 13 de janeiro deste ano em um bar na cidade
de Piúma (ES), onde passava férias com a família. Ele tinha 44 anos
e deixou esposa e dois filhos pequenos. Quinze dias depois do crime,
a polícia de Piúma prendeu o suposto atirador, identificado como
Delair Siqueira da Silva, que continua preso mas se recusa a
colaborar com as investigações.
Esta foi a segunda vez que um ex-prefeito de São
Francisco do Glória é assassinado. Em 2001, o então ex-prefeito
conhecido como Fabinho, que cumpriu mandato entre 1993 e 1996, foi
morto dentro de casa com vários tiros disparados por um homem
encapuzado. Na época, três pessoas chegaram a ser presas mas foram
liberadas por falta de provas. Segundo a imprensa local, o inquérito
foi arquivado.
Segundo o representante da Polícia Militar de Minas
Gerais na reunião desta quarta-feira (19), capitão Louzada, a cidade
vive um clima de insegurança. "A população está com medo", alertou.
Por isso, o deputado João Leite (PSDB) afirmou que vai pedir à
Secretaria de Estado de Defesa Social que envie para São Francisco
do Glória uma força-tarefa para garantir tranqüilidade aos
moradores.
O advogado da família do ex-prefeito, Reinaldo
Magalhães, também se queixou da morosidade das investigações.
Segundo ele, elas estão sendo atrasadas propositalmente e a Justiça
está emperrando o processo. Magalhães denunciou também que uma
testemunha do crime simplesmente desapareceu.
Um dos acusados de ter encomendado a morte de
Gilberto Souza e Silva é o fazendeiro e empresário Altomiranda
Viegas de Carvalho Neto. Seu advogado, Guilherme Colen, negou
qualquer envolvimento de seu cliente na ação criminosa.
O requerimento para a reunião foi do presidente da
comissão, deputado Durval Ângelo (PT), que não pôde participar da
audiência porque o avião que o transportava, juntamente com o
deputado Sebastião Costa (PPS), não teve condições de pousar na
cidade vizinha de Muriaé. O deputado Braulio Braz (PTB) justificou a
ausência dos colegas aos participantes da audiência, que transcorreu
sob um clima de tranqüilidade, sem manifestações ou questionamentos
por parte da platéia.
Presenças - Deputados João
Leite (PSDB), que presidiu os trabalhos; e Braulio Braz (PTB).
Também participaram da reunião o advogado da família do ex-prefeito,
Reinaldo Magalhães, o deputado federal Lael Varella (DEM-MG), o
prefeito reeleito de São Francisco do Glória, Luciano Dias; o
presidente da Câmara Municipal, Geraldo Laviola; os vereadores
eleitos Inácio Donizeti e Robson Manoel da Silva; o assessor
jurídico do prefeito, Roberto Gomes; o advogado de Altomiranda
Viegas de Carvalho Neto, Guilherme Colen; e Nicolau Pedrosa
Mendonça.
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