Propostas populares à revisão do PPAG serão avaliadas

A primeira revisão participativa do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008-2011 tem novas etapas na Assem...

21/11/2008 - 00:03
 

Propostas populares à revisão do PPAG serão avaliadas

A primeira revisão participativa do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) 2008-2011 tem novas etapas na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, após as audiências realizadas em outubro e novembro. O momento agora é de análise das 457 propostas apresentadas nas audiências por entidades da sociedade civil, lideranças políticas, empresariais e dos trabalhadores. A Comissão de Participação Popular (CPP) terá reuniões de terça (25/11/08) a quinta-feira (27) para apreciar as sugestões populares, pela manhã e à tarde. É esta comissão que tem a tarefa de transformar as propostas em emendas aos projetos de revisão do PPAG e do Orçamento do Estado para 2009. Esses projetos precisam ser votados pelo Plenário até o final do ano legislativo.

O objetivo das audiências de revisão do PPAG - promovidas pela ALMG com o Governo desde 2003 - é democratizar as decisões sobre o planejamento e o orçamento públicos. No evento, a população apresenta propostas para aperfeiçoar o PPAG, que é uma lei que estabelece quanto e de que forma o governo vai investir o dinheiro público em setores como saúde, educação, estradas, meio ambiente, segurança e assistência social. Depois da transformação das propostas populares em emendas pela CPP, elas são analisadas pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO). Esta comissão precisa dar um parecer sobre os projetos de revisão do plano e do Orçamento, que vai orientar a votação em Plenário. O prazo para apresentar emendas vai até sexta-feira (28).

Audiências de revisão em 2008 têm público recorde; regionalização é destacada

O balanço das cinco audiências públicas realizadas em 2008 revela participação recorde de 1,2 mil lideranças de todo o Estado, além de evidenciar o avanço na qualidade das propostas apresentadas. As sugestões abrangem áreas como saúde, educação, segurança, agricultura familiar, promoção da segurança alimentar, proteção da criança e do adolescente e implantação do Sistema Único de Assistência Social (Suas). Houve audiências em Itaobim (23/10), Ituiutaba (28/10), Barbacena (30/10), Belo Horizonte (5 a 7/11) e Montes Claros (13/11).

O recorte regional das sugestões é apontado como avanço. Segundo o presidente da CPP, deputado André Quintão (PT), houve um cuidado especial em definir a interiorização das ações. "As regiões de Minas querem saber exatamente quais serão as iniciativas implementadas pelo Governo para beneficiá-las. A idéia é que, na votação da revisão do PPAG este ano, alguns projetos estruturadores tenham a especificação das regiões onde as metas estão previstas. Com isso, será possível fazermos, no ano que vem, um monitoramento quadrimestral ou semestral das metas, inclusive com incidência regional", explica o deputado.

O superintendente de Planejamento e Programação Orçamentária da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), André Abreu Reis, explica que no site da Secretaria (www.planejamento.mg.gov.br) é publicado um relatório a cada dois meses sobre a execução dos projetos. Mas disse que a prestação de contas pode ser melhorada e que deve ser regionalizada a partir de 2009, com a separação dos gastos por região.

Ao analisar o processo das audiências, o presidente da FFO, deputado Zé Maia (PSDB), destaca o pioneirismo da Assembléia ao estabelecer a participação da sociedade na elaboração do Orçamento, lembrando que esse modelo permite o amadurecimento das propostas. Para o relator do projeto de revisão do PPAG, deputado Lafayette de Andrada (PSDB), Minas Gerais se destaca nacionalmente na questão do planejamento. A estabilidade econômica, segundo ele, permite que o Orçamento deixe de ser considerado uma "peça de ficção" e se transforme em um instrumento de gestão pública eficiente. Na opinião dele, as audiências dão o respaldo político para a revisão dos projetos estruturadores.

Estruturadores - O PPAG está organizado sob a forma de 57 projetos estruturadores, além de programas associados e especiais. Projetos estruturadores são os projetos estratégicos de cada uma das 13 áreas de resultados, com prioridade de execução e garantia de aporte dos recursos previstos, gerenciamento unificado e articulação das ações. São eles que compõem o eixo fundamental de atuação do governo.

Confira as sugestões populares apresentadas nas audiências de revisão

* Itaobim (Vale do Jequitinhonha): os principais temas discutidos foram regularização fundiária, distribuição de sementes, assistência ao agricultor, aumento da produção de alimentos, obras contra a seca e alternativas agrícolas para o semi-árido. Foram apresentadas 26 sugestões por grupos de trabalho que avaliaram projetos estruturadores na área de resultados "Redução da Pobreza e Inclusão Produtiva".

* Ituiutaba (Triângulo): os principais temas discutidos foram na área de infra-estrutura, com pedidos de asfaltamento e manutenção de rodovias estaduais e construção de pontes e viadutos na região; construções de hospital, matadouro, cadeia e batalhão da Polícia Militar. Foram apresentadas 27 sugestões por grupos de trabalho que avaliaram projetos estruturadores nas áreas de resultados "Logística de Integração e Desenvolvimento", "Investimento e Valor Agregado da Produção" e "Inovação, Tecnologia e Qualidade".

* Barbacena (regiões Central e Zona da Mata): os principais temas discutidos foram nas áreas de segurança pública, saúde e protagonismo juvenil, com destaque para propostas envolvendo segurança alimentar, infra-estrutura escolar e hospitalar, capacitação de professores e agentes de segurança; modernização de escolas públicas e aparelhamento policial; assistência social; ampliação do atendimento médico de urgência e melhoria na remuneração dos servidores. Foram apresentadas 49 sugestões por grupos de trabalho que avaliaram projetos estruturadores nas áreas de resultados "Defesa Social", "Vida Saudável", "Protagonismo Juvenil" e "Educação de Qualidade".

* Montes Claros (Norte): foram apresentadas 49 propostas por grupos de trabalho que avaliaram projetos estruturadores nas áreas de resultados "Combate à Seca e Inclusão Produtiva", "Minas sem Fome", "Prevenção Social da Criminalidade", "Gestão Integrada de Ações e Informações de Defesa Social", "Regionalização: Urgência e Emergência", "Ensino Médio Profissionalizante", "Escola em Tempo Integral" e "Circuitos Culturais de Minas Gerais".

Entre as propostas, destacam-se a ampliação do Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), programas de perenização dos rios e construção de barragens, proteção de nascentes, ampliação do programa Escola em Tempo Integral e inclusão do serviço de assistência social nessas escolas, além da criação de pólos de cultura e turísticos nos municípios da região.

* Belo Horizonte (RMBH): foram apresentadas 274 propostas por 14 grupos de trabalhos que analisaram os 57 projetos estruturadores. Entre as sugestões, destacam-se: redistribuição dos recursos do projeto "Convivência com a Seca" entre os Vales do Jequitinhonha e Mucuri e Norte, uma vez que a maior parte havia sido destinada apenas ao Norte; inclusão de alunos do ensino médio como beneficiários do projeto "Aceleração de aprendizagem", destinado originalmente ao ensino fundamental; apoio financeiro a municípios para a prestação de serviços de proteção especial, para atendimento ao idoso e para o enfrentamento do trabalho infantil; inclusão de ação destinada à compra direta de produtos da agricultura familiar para a merenda escolar.

Também foram apresentadas propostas para implantação de núcleos da Defensoria Pública em cada unidade prisional; aumento de recursos para ampliação das Associações de Proteção e Assistência ao Condenado (Apacs); capacitação dos agentes comunitários de saúde; diagnóstico das condições do funcionamento do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) em Minas Gerais; garantia de recursos para a operacionalização das ações do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Outras propostas foram de criação do Portal Minas para Investidores; capacitação, qualificação e certificação de micro, pequenas e médias empresas como fornecedoras das grandes organizações; inclusão de ações novas relativas aos Arranjos Produtivos Locais dos setores moveleiro, calçadista, de produtos pirotécnicos e de vestuário.

 

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