Tecnologia para o artesanato é destaque em debate de comissão

O desenvolvimento de tecnologia e conhecimento aplicados ao artesanato, o cadastro de artesãos mineiros, a oferta de ...

12/11/2008 - 00:01
 

Tecnologia para o artesanato é destaque em debate de comissão

O desenvolvimento de tecnologia e conhecimento aplicados ao artesanato, o cadastro de artesãos mineiros, a oferta de oficinas e treinamentos e ainda o apoio na comercialização de peças, inclusive fora do Brasil, foram algumas das ações de promoção do artesanato apresentadas à Comissão de Cultura da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em audiência pública nesta quarta-feira (12/11/08). O debate foi realizado a requerimento da presidente da comissão, deputada Gláucia Brandão (PPS), para conhecer o trabalho de órgãos de governo e entidade civis do Estado que apóiam o artesanato como fonte de renda e instrumento de divulgação da cultura de Minas.

Uma das ações de destaque vem sendo desenvolvida pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), com objetivo de unir tecnologia de ponta e artesanato, sem perder de vista o saber tradicional das comunidades. O gerente executivo do Pólo de Excelência Mineral e Metalúrgica da Sectes, Renato Ciminelli, lembra que a atividade, hoje, se constitui como um grande setor econômico. Em Minas, segundo ele, cerca de 500 mil pessoas vivem diretamente do artesanato. E no Brasil, ele é fonte de renda para 8, 5 milhões de pessoas. "Além da ligação histórica do artesanato com o trabalho mineral, através do ouro e das gemas, por exemplo, hoje a secretaria pode propor coisas mais ambiciosas, com um tom mais austero para o setor", aponta.

Essa dupla abordagem do artesanato como identidade cultural e setor econômico já foi tema de workshop realizado pela Sectes; motivou a criação, em, 2005, do Centro Tecnológico para Produção Artesanal, em São João del Rey; e culminou com a criação, na mesma cidade, do Curso Superior de Artes Aplicadas, cujo vestibular inaugural acontece neste ano, com habilitação em cerâmica. "Todo esse conhecimento é repassado para órgãos e instituições que trabalham com o artesanato", aponta Ciminelli. Ele complementa que as regiões com maior desenvolvimento econômico concentram também um número grande de excluídos e que o artesanato é importante na sustentabilidade desses locais. "A inovação tecnológica é uma questão de comportamento coletivo e, nesse ponto, temos muito a aprender com o artesanato", contrapõe.

Fórum congrega ações em prol do artesanato

A união de órgãos e entidades que trabalham na promoção do artesanato foi apontada pelos participantes como uma importante estratégia para potencializar o setor em Minas. A representante da Superintendência de Artesanato da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede), Rosária Faria, anunciou para o próximo dia 19 o 2º Fórum Mineiro do Setor Artesanal, que acontece no auditório da Sede. Ela listou ainda como ações da secretaria o trabalho de capacitação em vários municípios, intercâmbio, mapeamento de mercado e cadastramento de todos os artesãos de Minas, através do site da Sede.

Já Nair Abreu, presidente do Centro Mineiro de Artesanato - localizado nas dependências do Palácio das Artes e voltado para a comercialização do artesanato mineiro -, afirmou que aproximadamente 900 famílias vivem da renda dos produtos vendidos no local. Segundo ela, uma extensão do centro está sendo implantada em Lobo Leite, distrito de Congonhas, para capacitar artesãos de toda a região. E Sérgio Lelis Santiago, diretor de Promoção e Extensão da Fundação de Artes de Ouro Preto, citou a criação de oficinas na cidade voltadas para o resgate de ofícios tradicionais. Os participantes lembraram ainda a Feira Nacional de Artesanato, que acontece no Expominas, em Belo Horizonte, entre os dias 25 e 30 de novembro.

Deputados pedem valorização da atividade

A presidente da comissão, deputado Gláucia Brandão, elogiou as ações de interiorização da cultura em Minas e lembrou que é tarefa da comissão trabalhar para valorizar o artesanato no Estado. "A atividade é importante não só culturalmente, mas também economicamente", salientou. Segundo ela, é preciso avançar no conhecimento do setor, com respeito às comunidades. "Um projeto estruturador para a área seria um ganho para o governo e para os mineiros", afirmou, apoiando sugestão de Renato Ciminelli.

A deputada Rosângela Reis (PV) reforçou que várias famílias sobrevivem do trabalho de 60 chapeleiras no município de Antônio Dias, Região do Rio Doce. "A atividade vai além do lazer e da terapia, é complemento de renda. E temos que levar essas pessoas a empreender com o artesanato, cada vez com mais qualidade", disse. Já o deputado Antônio Carlos Arantes (PSC) citou o desenvolvimento do artesanato como fator de crescimento do Sudoeste de Minas. "Antes, não tínhamos como dar vazão aos produtos. Com a ajuda da Sede, foram criadas mais de nove feiras na região, em pouco mais de um ano", afirmou. Para o deputado, o artesanato é uma atividade que, muitas vezes, necessita apenas de orientação do poder público, sem depender de grande volume de recursos.

Presenças - Deputada Gláucia Brandão (PPS), presidente; deputada Rosângela Reis (PV); e deputado Antônio Carlos Arantes (PSC). Participou ainda da mesa o consultor da Sectes, Arnaldo Vieira.

 

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