Grupos analisam propostas para educação, meio ambiente e tecnologia

Reuniram-se, na manhã desta sexta-feira (7/11/08), na Escola do Legislativo, os últimos três grupos de trabalho que f...

07/11/2008 - 00:01
 

Grupos analisam propostas para educação, meio ambiente e tecnologia

Reuniram-se, na manhã desta sexta-feira (7/11/08), na Escola do Legislativo, os últimos três grupos de trabalho que fazem parte da audiência pública de revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG 2008-2011), realizada em Belo Horizonte, pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Ao longo de três dias, reuniram-se cerca de 600 pessoas em 14 grupos de trabalho que analisaram os projetos estruturadores do Executivo, que compõem as 11 principais áreas de resultado, e apresentaram sugestões de modificação na revisão do PPAG. Nesta sexta-feira, os grupos 12, 13 e 14 apresentaram um total de 68 propostas, que serão incluídas no documento a ser apresentado na plenária final, ainda na tarde desta sexta-feira, e, posteriormente, encaminhadas às Comissões de Participação Popular e de Fiscalização Financeira e Orçamentária, encarregadas de emitir parecer sobre elas.

O grupo 12, que discutiu a área de resultados Educação de Qualidade, apresentou 52 propostas, entre elas: a concessão de bolsas de estudos aos profissionais de educação; o acesso à formação de nível superior aos professores de educação básica; a aquisição de equipamentos e utensílios para as cozinhas das escolas públicas; a adequação de rede física das escolas para recepcionar os idosos e deficientes físicos; e a manutenção do circuito escolar de xadrez.

As sugestões de alteração foram feitas aos quatro projetos estruturadores, que compõem a área de Educação de Qualidade: Desempenho e Qualificação de Professores, Escola em Tempo Integral, Novos Padrões de Gestão e Atendimento da Educação Básica e Sistemas de Avaliação da Qualidade do Ensino e das Escolas. Para esta área, a previsão do PPAG é de um aumento de 68,14% dos recursos em relação à proposta original, aprovada em 2007. Naquele ano, foi proposto para 2009 um investimento de R$ 195 milhões, e agora, estão previstos R$ 328 milhões.

Durante os trabalhos do grupo 12, representantes do Executivo apresentaram as metas dos quatro projetos estruturadores, bem como os resultados obtidos em 2008. Por exemplo, o projeto Escola em Tempo Integral prevê, para 2009, o atendimento de 130 mil alunos com a merenda escolar e o funcionamento de 180 escolas em tempo integral. Já o projeto Novos Padrões de Gestão e Atendimento da Educação Básica estabeleceu a meta de que, no final de 2009, todas as escolas estejam conectadas na internet e tenham concluído as reformas em sua estrutura física.

O secretário adjunto da Secretaria de Estado de Educação (SEE), João Antônio Filocre Saraiva, destacou que a área de educação é a que mais executa o orçamento do Estado. Ele lembrou que existem outras ações desenvolvidas pela SEE, além dos quatro projeto estruturadores previstos no PPAG. Durante os debates, representantes de entidades civis, estudantes e professores fizeram questionamentos sobre assuntos como o funcionamento dos laboratórios de informática, melhores condições para o ensino e a falta de atividades dos alunos nas escolas de tempo integral. O coordenador dos debates, deputado Carlin Moura (PCdoB), lembrou aos profissionais da educação e estudantes a necessidade de transformar as reclamações e ponderações em sugestões que possam mais tarde ser incorporadas ao PPAG.

Inovação tecnológica é foco do governo para área produtiva

No Grupo 13, que analisou os projetos estruturadores ligados à área de resultado Inovação, Tecnologia e Qualidade, foram apresentadas nove propostas e uma recomendação. Os projetos analisados foram Rede de Inovação Tecnológica, Certifica Minas, Arranjos Produtivos em Biotecnologia, Biocombustíveis, Eletroeletrônicos e Softwares e Rede de Formação Profissional Orientada pelo Mercado.

A superintendente de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Déa Fonseca, destacou a proposta apresentada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), ligado à Fiemg, para retomada da ação de internacionalização dos Arranjos Produtivos Locais (APLs). A proposta de criação de escritórios de apoio aos negócios dos APLs por meio de distribuição de produtos e construção de parcerias nas cidades de Montevidéu, Santiago, México, San Jose (Califórnia) e Hong Kong havia sido contingenciada pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag).

Outra proposta apresentada no grupo é para a construção de usina de produção de óleo de oleagenosas para a produção de biodiesel. De acordo com a Cooperativa Nacional de Assessoria e Tecnologia (Coonat), que defendeu a proposta no grupo, o governo italiano já teria se comprometido com 50% do valor do empreendimento e as cooperativas com outros 25%, faltando apenas os 25% restantes, de contrapartida do governo do Estado.

O incentivo à adoção do modo de produção orgânico na cadeia produtiva do café, a reintrodução da ação que previa a implantação de telecentros, a qualificação de agricultores familiares para a produção agroecológica/orgânica e o incentivo à implementação de Núcleo de Gestão da Inovação das Empresas também foram solicitados por meio de propostas dos participantes.

Esta área tem como objetivos estratégicos fortalecer a competitividade e ampliar a capacidade de inovação das empresas mineiras; fortalecer a rede de inovação tecnológica; formar e qualificar a mão-de-obra. O objetivo é aumentar o volume de recursos do setor privado investido em inovação tecnológica; ampliar o número de mercados para exportações de carne; ampliar o número de propriedades produtoras de café com certificação internacional, entre outros.

Originalmente, esta área tinha previsão de investimentos, para 2009, de R$113 milhões e agora, na revisão, o Estado propôs R$ 92 milhões, 19% menos. Segundo os técnicos, não representaria redução, mas mudança de projetos para outras áreas.

Qualidade Ambiental não sofrerá redução de recursos

A área de resultados Qualidade Ambiental, discutida pelo grupo 14, recebeu mais de 80 participantes, que, ao final de quatro horas de audiência, apresentaram sete propostas e 14 recomendações. O grupo foi coordenado pelo deputado João Leite (PSDB), para quem o grupo foi bem representativo, com a participação de muitas entidades ligados ao meio ambiente. Ele manifestou a certeza de que as propostas, pela qualidade dos participantes, serão aproveitadas.

Entre as propostas estão quatro que pedem aumento de dotação orçamentária para quatro áreas: melhoria salarial dos técnicos do Sistema Estadual de Meio Ambiente; ações de conservação de áreas protegidas; implantação de coleta seletiva de lixo; e erradicação dos catadores de lixões, com sua requalificação.

A Qualidade Ambiental tinha investimentos previstos de R$ 90 milhões para 2009, conforme consta do PPAG 2008-2011. A nova proposta do governo é de R$ 46 milhões ou 48% de diferença entre a primeira previsão e na atua, para os quatro projetos estruturadores: Conservação do Cerrado e Recuperação da Mata Atlântica; Consolidação da Gestão de Recursos Hídricos em Bacias Hidrográficas; Resíduos Sólidos e Revitalização do Rio das Velhas - Meta 2010.

Nas apresentações feitas pelos gerentes dos projetos estruturadores dessa área de resultados, foi explicado que o meio ambiente não perdeu recursos, mas teve projetos remanejados para outras áreas, saindo dos estruturadores. Além disso, segundo técnicos do Sisema, há uma avaliação mais real na previsão de receitas do sistema, que financiam todos os projetos, ao contrário de outras áreas do governo que têm recursos do Tesouro estadual.

Essa área do planejamento do Estado tem como objetivos: aprimorar a gestão de bacias hidrográficas; reduzir a contaminação das águas de Minas Gerais; conservar e recuperar a Mata Atlântica; promover a gestão eficiente dos passivos da mineração e ampliar o tratamento de resíduos sólidos, entre outras. Entre os resultados apresentados estão a criação de 49 mil hectares de áreas protegidas, incluindo o Refúgio de Vida Silvestre Mata dos Muriquis e o Parque Estadual do Alto Cariri; e o prosseguimento de implantação do Programa Ambientação, de coleta seletiva em prédios públicos.

Para 2009, as metas são a consolidação da recuperação de 17 mil hectares de mata nativa; de 30 mil áreas protegidas e regularizadas; a finalização de 35 obras nas sub-bacias do Arrudas e do Onça; e a extensão de reciclagem e coleta seletiva para mais 15 municípios.

 

 

 

 

 

 

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